Desde o começo do ano vem circulando pela internet, principalmente
whatsapp e facebook, um alerta sobre um inseto indiano ou chinês que
está transmitindo pelo simples contato um vírus ou fungo mortal que se
manifesta primeiro por erupções na pele. A única coisa viral a respeito
dessa história foi a velocidade com que a mentira se espalhou online, e
parece que numa mais recentemente houve um novo surto.
O inseto mostrado é um Belostomatideo, chamado popularmente de barata
d’água apesar de ser mais aparentado aos percevejos que às baratas.
Eles não são transmissores de nenhuma doença até onde se sabe.
Barbeiros, por outro lado, são parentes próximos e muito mais
esquecidos, mas que seguem rondando até grandes centros urbanos como
Brasília com a Doença de Chagas. Apesar de não transmitirem doenças, a picada da Barata d’água é extremamente dolorida e pode causar até paralisia.
Esses animais são aquáticos e mergulham para capturar seu alimento,
que podem ser até pequenos peixes e girinos. Insetos modificaram suas
peças bucais numa enorme variedade de dietas em resposta à competição
por alimento. Os percevejos, como a barata d’água e o barbeiro, as
transformaram em um aparelho bucal sugador. Em sua saliva eles
apresentam uma enzima que liquefaz tecido e causa dor intensa na região
da picada. Apesar disso, nos humanos todos os sintomas desapareceram até
cinco horas depois da picada.
Previna-se sim contra a barata d’água, mas contra sua mordida e não doenças imaginárias. Um estudo do Professor Vidal Haddad,
da UNESP, mostrou que zoólogos, entretidos em suas pesquisas, entre
outras criaturas distraídas que se aventuram na água, são vítimas
frequentes desse inseto. No viral que anda circulando online diz que não
é para matar o animal nem com os pés nem com as mãos. Com isso eu
concordo. De preferência deixe o bicho viver. Como predador de topo de
cadeia, ele tem um papel ecológico importante no equilíbrio da fauna
aquática. Além disso, são excelentes pais, cuidando dos ovos (essas
bolinhas nas costas do animal da foto) no lugar das fêmeas. Portanto,
lembrem-se, crianças, não vamos espalhar qualquer coisa que lemos online
por aí. Combinado?
Fonte: Science Blogs
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