"Leucemias são os cânceres da medula e dos glóbulos brancos
(leucócitos) de origem, na maioria das vezes, desconhecida"
Conhecido já
na Grécia Antiga, era chamada de “doença branca” por causa da palidez
extrema que provocava nos doentes. Até poucas décadas atrás, era
sinônimo de morte. Mas, hoje, com o avanço das técnicas de diagnóstico, o
desenvolvimento de novos quimioterápicos e a evolução dos transplantes
de medula, esse quadro vem mudando radicalmente.
A medula, conhecida popularmente por tutano, é o local de formação
das células sanguíneas. Ocupa a cavidade dos ossos (principalmente
esterno e bacia). Nela são encontradas as células-mães ou precursoras,
que originam os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos (hemácias ou
eritrócitos) e as plaquetas do sangue.
Os principais sintomas da leucemia decorrem do acúmulo dessas células
na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos
vermelhos (causando anemia), dos glóbulos brancos (causando infecções) e
das plaquetas (causando hemorragias). Depois de instalada, a doença
progride rapidamente, exigindo tratamento imediato.
Os diferentes tipos de glóbulos brancos – neutrófilos, linfócitos,
granulócitos, eosinóflos, basófilos, monócitos – são capazes de produzir
anticorpos, se deslocar pelos vasos sanguíneos até locais onde há
ferimentos, cercar e isolar células mortas, microrganismos estranhos, e
destruí-los. Nas leucemias, eles se multiplicam desordenadamente,
atingindo quantidades até dez vezes maiores que o normal. Perdem sua
função e são incapazes de trabalhar na defesa do organismo contra
invasores microscópicos, o que desequilibra todo o sistema, afetando
inclusive a produção de glóbulos vermelhos e das plaquetas, responsáveis
pela coagulação do sangue.
Como existem vários tipos de glóbulos brancos, existem vários tipos
de leucemias. Elas se dividem, primeiramente, em crônicas e agudas. As crônicas têm progressão lenta e se caracterizam pela multiplicação
de células maduras do sangue, porém anormais. Podem levar meses ou até
anos para se desenvolver, sendo mais comuns em pessoas idosas, embora
possam aparecer em qualquer idade. Às vezes, nem apresentam sintomas,
daí a importância da realização periódica de exames de sangue. As
agudas, mais comuns em adultos jovens, se caracterizam pela rápida
proliferação de células imaturas e por sintomas como anemia,
hemorragias, maior suscetibilidade a infecções, entre outros. Exigem
tratamento rápido e agressivo.
As leucemias se dividem também em linfocíticas (aguda e crônica),
quando atingem os linfócitos, e mielogênicas (aguda e crônica), quando
afetam os mielócitos, que são as células-tronco precursoras dos
granulócitos, monócitos, plaquetas, glóbulos vermelhos e eosinófilos.
A incidência da Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) varia de acordo com a
região, sendo mais comum nos países desenvolvidos. Nos EUA, há estudos
mostrando que ela incide com maior freqüência na faixa da população
privilegiada em termos socioeconômicos, o que pode apontar para algum
fator ambiental ou comportamental em ação. Em grandes centros
especializados, como o Hospital do Câncer de São Paulo (SP), os índices
de cura de adultos com LLA giram em torno dos 60% a 80%.
Em relação à Leucemia Mielogênica Crônica (LMC), avanços nos estudos
sobre a genética do câncer, resultaram na droga, de nome comercial
Glivec, que mantém até hoje o recorde da mais rápida aprovação de um
remédio pelo Food and Drug Administration (FDA) americano, em razão dos
bons resultados apresentados por pacientes tratados com ela.
Sintomas gerais
Muitos dos sintomas das leucemias são comuns a outras doenças e
somente um especialista é capaz de diagnosticar corretamente a doença e
seu tipo. Os mais comuns são palidez, resultante da anemia, cansaço,
perda de apetite, perda de peso, sangramentos que demoram a coagular,
inchaço ou sangramento das gengivas, dores nos ossos ou nas juntas,
aparecimento de manchas roxas pelo corpo, como as que surgem quando
levamos uma pancada, inchaço dos gânglios linfáticos, dores de cabeça e
vômitos.
Tratamento
O tratamento dos diferentes tipos desse câncer tem o objetivo de
destruir as células leucêmicas, para que a medula óssea volte a produzir
células normais. A associação de medicamentos (poliquimioterapia), o
controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e a prevenção ou
combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal)
vem resultando em um grande progresso na obtenção da cura total. Para
alguns casos, é indicado o transplante de medula óssea, embora, no
Brasil, o grande problema ainda seja encontrar um doador.
O tratamento é realizado em várias fases. A primeira tem a finalidade
de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente
normalidade, que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é
conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de
indução de remissão), quando os exames de sangue e da medula óssea
(remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não
demonstram mais anormalidades, não mais evidenciam células leucêmicas.
Caso se comprove que ainda restam no organismo muitas dessas células
(doença residual), é preciso continuar o tratamento para evitar
recaída.
Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de
leucemia (linfoide ou mieloide), podendo durar mais de dois anos nas
linfoides e menos de um ano nas mieloides. São três fases: consolidação
(tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente);
reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da
remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários
meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a
internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos
glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento.
Prevenção
Como as causas das leucemias são desconhecidas, não há procedimentos
reconhecidos de prevenção. Portanto, manda o bom senso que se vá ao
médico pelo menos uma vez por ano e que se faça periodicamente os exames
clínicos básicos: de sangue, urina e fezes.
Os sintomas iniciais de algumas leucemias se assemelham aos de uma
gripe comum, somados a cansaço, dores nas juntas e ossos. Persistindo,
deve-se procurar um médico. Além disso, valem as recomendações da boa saúde: alimentação variada,
rica em fibras, frutas, legumes e verduras, pobre em carnes vermelhas e
gorduras; distância de uma vida sedentária (dedique pelo menos meia
hora diária à prática de exercícios físicos), do fumo e do exagero na
consumo de bebidas alcoólicas. Fonte: inca.gov.br / hcancer.org.br / adeva.org.br
Veja este vídeo explicativo para que você possa ter melhores entendimentos sobre a leucemia:
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