"Estamos
perdendo a batalha para o coronavírus na comunicação e na governança. Desde o
dia zero, papéis são confundidos, exemplos, mal dados, e mensagens, passadas de
forma equivocada"
Não há entendimento sobre a importância do
distanciamento, o uso imprescindível de máscaras, as limitações e perigos da
cloroquina, a relevância dos testes e assim por diante.
Não podemos esperar que as pessoas fiquem em casa para sempre e se abstenham do contato social para que governos e sociedades possam vencer a guerra contra a Covid-19. Podemos evitar mais bloqueios mesmo sem a vacina e medicamentos contra a doença. Para tanto, precisamos de comunicação, planejamento, cooperação e compromisso.
Não podemos esperar que as pessoas fiquem em casa para sempre e se abstenham do contato social para que governos e sociedades possam vencer a guerra contra a Covid-19. Podemos evitar mais bloqueios mesmo sem a vacina e medicamentos contra a doença. Para tanto, precisamos de comunicação, planejamento, cooperação e compromisso.

Pesquisas mostram que conteúdos conflitantes
podem causar inclusive prejuízos mentais. Na ausência de informações
confiáveis, muita gente ouve o que quer ouvir. Quando há ausência de mensagens
consistentes das autoridades, rumores preenchem o vazio.
E os testes? Precisamos colocar menos ênfase no
número de exames realizados em determinada região e focar no mapeamento
populacional. Qual a pergunta a ser respondida ao usar testes para propor
medidas com o objetivo de conter a propagação da infecção? O indivíduo testado
é infectante ou não? Caso seja, deve ser isolado do convivio com pessoas
suscetíveis por três semanas. Caso não seja infectante, deve ser liberado para
o convívio social.
Para responder a essa pergunta, os únicos testes
úteis são aqueles que detectam diretamente o vírus, os PCR. São eles que nos
permitem separar quem foi ou não infectado e, numa escala massiva, ajudarão a
conter a epidemia. Nesse contexto, não importa se o sujeito é ou não
sintomático. O ideal seria testar com PCR ambos os grupos para segregar todas
as pessoas potencialmente infectantes, e não apenas as que desenvolvem a
doença. Mas isso excede nossa capacidade de execução.
E os testes sorológicos? Para identificar
indivíduos imunes, vamos assumir que quem tem IgG (anticorpo que acusa uma
infecção mais antiga) está livre de se infectar novamente. Nesse caso, testar
IgG maciçamente poderia liberar esses cidadãos para o convívio social. Há
ressalvas: esses anticorpos podem não durar ou atuar por muito tempo no
organismo.
Além disso, é bom lembrar que mesmo os melhores testes de diagnóstico produzem
resultado falso positivo. Portanto, se uma cidade, estado ou nação fizer muitos
testes aleatoriamente, poderá colocar pessoas erradas em quarentena. Em vez de
testar às cegas, a prioridade deve ser procurar indivíduos com sintomas o mais
rápido possível para que eles entrem, de fato, em isolamento. E é aí que também
têm um papel os questionários voltados à autotriagem ou à triagem induzida.
Hoje parece não haver quem nos inspire a fazer a
coisa certa, como aconteceu no passado com as vítimas do HIV e a distribuição
de preservativos e seringas aos grupos de risco. O recomeço das atividades
depende de clareza de informação e de políticas corretas. Depende de
esclarecimento e bons exemplos. Não podemos ficar parados enquanto a vacina não
vem. Fonte: https://saude.abril.com.br
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