"Policiais de uma delegacia no
Estado americano da Flórida perceberam que alguma coisa estava muito
errada quando um homem tentou derrubar a porta de vidro na entrada do
prédio, dizendo estar fugindo de furacões"
Naquela mesma semana,
em outros pontos do Estado, situações semelhantes ocorreram: numa delas,
um homem acabou empalado por uma grade enquanto tentava escapar de
assassinos.
Todos imaginários, assim como os furacões. Os dois homens tinham consumido flakka, o nome dado a uma série de drogas sintéticas alucinógenas que está se popularizando nas ruas do Estado.
Ela é uma versão sintética da catinona, um estimulante similar à anfetamina, que causa excitação e euforia.
A flakka
pode ser injetada, inalada, ingerida ou fumada. Alguns usuários a
combinam com outras drogas, como a maconha, ou produtos farmacêuticos.
"Trata-se
de um poderoso estimulante que se vende nas ruas por apenas US$ 5 a
dose", explica James Hall, pesquisador da Universidade de Nova
Southeastern, na Flórida.
E uma pequena dose já causa alterações
nos batimentos cardíacos e mudanças comportamentais como agressividade e
psicose. Em alguns casos, a droga pode até matar. De acordo com o DEA, a
agência antidrogas americana, 132 pessoas morreram em 2014 no Estado em
casos relacionados ao consumo de flakka. Em 31 deles, a droga foi considerada a causa direta da morte.
Delírios
Histórias
de alucinações como as descritas anteriormente são cada vez mais
frequentes, de acordo com as autoridades americanas. Há preocupação
especial com os efeitos do consumo da flakka no corpo do usuário.
"O corpo entra em estado de
hipertermia, e alcança temperaturas extremas de mais de 40 graus. O
indivíduo fica psicótico e na maioria das vezes rasga as roupas. Corre
por toda parte e atua violentamente por causa das alucinações", explica
Hall.
"Essas pessoas desenvolvem grande força por causa da
adrenalina, e precisam ser controladas por quatro ou cinco policiais.
Uma vez controlados há grande risco de morte, e por isso precisam de
atenção médica imediata".
Hall alerta que outro grande risco é a
falta de informações sobre a droga, sobre sua dosagem ou mesmo sua
combinação com outras drogas, como o MDMA, também conhecido como
ecstasy.
Também preocupa o fato de a flakka ser um tipo de estimulante mais poderoso e viciante que outras drogas. "O vício é ótimo para o negócio (do tráfico). E a flakka é de uso compulsivo", explica Hall.
E apesar de haver diversas estatísticas sobre a presença da flakka na Flórida, o especialista acredita que sua difusão geográfica é muito mais ampla.
Segundo ele, autoridades europeias recentemente confiscaram um carregamento de mais de uma tonelada da droga. Fonte: BBC
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