"Nos desencontros amorosos é comum dizer que, pelo menos, um dos envolvidos saiu com o coração partido"
O que pouca gente sabe é que, literalmente, isso realmente pode ter ocorrido. Uma grande tristeza, como a separação de um casal apaixonado, pode
ocasionar uma disfunção no coração, conhecida como síndrome de Takotsubo
ou, mais popularmente, síndrome do coração partido.
A doença, muito parecida com o infarto do miocárdio, é causada por um
excessivo estresse ligado a emoções muito fortes, como brigas,
cirurgias, quimioterapia ou tristezas profundas, entre várias outras.
“As causas da doença ainda não são totalmente compreendidas, mas o
estresse emocional parece ser o desencadeador da síndrome, ou pelo menos
cumpre um papel importante na doença”, explica o cardiologista João
Vítola, especialista em Medicina Nuclear, que coordena um estudo sobre a
doença, em Curitiba. O nome origina-se do formato que assume o
ventrículo esquerdo após a crise, que lembra o Takotsubo, pote de barro
japonês.
Também conhecida como cardiomiopatia de estresse, a doença tem uma
incidência maior em mulheres, principalmente no período após a
menopausa, provavelmente, por conta dos baixos níveis de estrógenos,
sugerindo que esse hormônio possa ser um protetor contra a síndrome.
De acordo com Vítola, a doença provoca uma disfunção no ventrículo
esquerdo, que pode chegar a causar choque cardiogênico (falha grave da
capacidade de bombeamento do coração) e arritmia ventricular, podendo
levar à morte.
Os principais sintomas são dor e aperto no peito e, em algumas vezes,
dificuldade em respirar. Quando são feitos os primeiros exames, o
cardiologista atesta que o paciente apresenta alteração no
eletrocardiograma e elevação de enzimas cardíacas, sintomas típicos do
infarto agudo do miocárdio.
Por causa de todas essas similaridades, são indicados alguns exames
específicos. A cintilografia cardíaca com MIBG, um exame de medicina
nuclear, faz um mapeamento para demonstrar as áreas disfuncionais do
coração e confirmar o diagnóstico da síndrome.
A mortalidade provocada pela doença sem o diagnóstico é desconhecida.
“Para os pacientes que chegam ao hospital a mortalidade não passa de
1%”, completa João Vítola. Fonte: Tribuna Parana Online
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