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Descubra Quais São Os Distúrbios Hormonais Que Afetam Mais As Mulheres

"A produção dos hormônios sexuais que participam da reprodução humana começa no hipotálamo, região do cérebro que regula algumas funções importantes no organismo de homens e mulheres, entre elas a fabricação das substâncias conhecidas pela sigla GnRH, um hormônio liberador de gonadotrofinas, substâncias estimulantes do ciclo reprodutivo"
 
Elas são produzidas na glândula pituitária, a popular hipófise (alojada na base do cérebro) e transportam dois tipos de hormônios, o FSH ou hormônio foliculoestimulante e o LH ou hormônio luteinizante. Nos homens esses dois hormônios entram em ação ao mesmo tempo. O FSH estimula a produção de espermatozoides e o LH leva os testículos a fabricar a testosterona. Nas mulheres, o FSH e o LH atuam de forma alternada. O FSH entra em ação na primeira metade do ciclo, induzindo os ovários a produzir estradiol, o estrogênio que amadurece os óvulos guardados nos folículos. O LH participa da segunda metade do ciclo. Ele ajuda o óvulo a romper o folículo e finaliza o processo de ovulação que culmina com o transporte do óvulo pelas trompas de Falópio até o útero.

Distúrbios Hormonais 
 
Irregularidades nos ciclos menstruais como a ausência de menstruação ou o sangramento uterino excessivo e fora de época são os distúrbios que mais afetam as mulheres na fase reprodutiva. O desequilíbrio na produção dos hormônios estrogênios e de progesterona, especialmente deste último, está em geral por trás dessas irregularidades nos ciclos, embora elas possam ser consequência, em alguns casos, de problemas psíquicos ou do estresse físico. O excesso de exercícios, por exemplo, leva geralmente à suspensão das menstruações. A ausência de menstruação por um ou mais ciclos menstruais sem a ocorrência de gravidez, também chamada de amnorreia, pode ser primária ou secundária e tem origens diversas como se veremos a seguir. O sangramento uterino excessivo, o segundo tipo mais comum de distúrbio menstrual, ocorre na maioria dos casos como resultado da anovulação (falta de ovulação) ou em função do desenvolvimento de pólipos e miomas.

Amnorreia Primária
 
É também considerada como atraso da menarca, que é a primeira menstruação. Ela é diagnostica em meninas magras demais ou que praticam esporte em excesso e chegam aos 16 anos sem menstruar por falta de gordura no corpo. Alguma gordura corporal é importante para ativar o processo de produção hormonal necessário ao estabelecimento do ciclo reprodutivo.

Amnorreia Secundária
Ocorre entre mulheres que já menstruam normalmente mas têm o ciclo interrompido por três meses ou mais. O distúrbio afeta de 2% a 5% da população feminina em idade reprodutiva, em particular as que apresentam baixo peso e praticam atividade física de modo intenso. As bailarinas e as ginastas estão mais sujeitas ao problema do que as praticantes de outros esportes. Entre outras causas da amnorreia secundária podem estar a menopausa prematura (antes dos 40 anos), o uso prolongado de contraceptivo à base de progesterona como o depo-provera, o estresse emocional, a perda de peso repentina, a obesidade, distúrbios endócrinos como o hipertireodismo ou doença crônica como fibrose cística, além da existência de tumores ovarianos.

Sintomas 
 
A ausência da menstruação já é um sintoma, mas pode ocorrer associada a outras manifestações como acne, crescimento de pelos no rosto e no corpo, ressecamento da pele, perda de cabelo e sensibilidade maior a baixas temperaturas.

Diagnóstico 
 
Diagnosticar a origem da amnoreeia secundária não é uma tarefa simples, uma vez que o distúrbio pode ter várias causas. Os médicos costumam pedir exames de sangue para verificar o nível dos hormônios envolvidos no ciclo reprodutivo e verificar se a origem do problema está nos ovários ou no hipotálamo, onde começa o processo de produção hormonal. Dosagem dos hormônios tireoideanos e da produção das glândulas adrenais podem ser necessários para verificar se os níveis estão normais. Além destes exames preliminares, seu médico ainda pode solicitar o ultrassom pélvico para observar possíveis anormalidades nos órgãos reprodutivos, especialmente no útero e ovários.

Tratamento
 
Nos casos de amnorreia primária o tratamento pode simplesmente incluir um programa de exercícios e alimentação que permita o ganho de peso adequado ao desenvolvimento e maturação dos órgãos reprodutivos. Na amnorreia secundária, a terapia mais indicada irá depender do diagnóstico. Pode envolver dieta para perda de peso, psicoterapia, no caso de estresse emocional ou o uso de suplemento hormonal para equilibrar o ciclo reprodutivo. Se a causa do distúrbio for a presença de cistos ou tumores no ovário, útero ou na hipófise o tratamento pode exigir cirurgia.

Sangramento Uterino Irregular 
 
Inclui desde fluxos intensos ou ralos à escapes ou sangramentos fora do ciclo menstrual. Entre as causas possíveis do sangramento uterino irregular se destacam: distúrbios hormonais, excesso de exercícios ou de peso, presença de miomas, estresse emocional, menarca recente ou aproximação da menopausa. A falha na ovulação (ou anovulação) está por trás da maioria dos sangramentos irregulares.

Sintomas 
 
Sangramentos imprevisíveis com características via de regra desiguais entre si quanto a duração, quantidade do fluxo, distância de tempo de um para outro.

Diagnóstico 
 
Investigação médica do histórico de doenças familiares e exames laboratoriais permitem identificar as causas do sangramento irregular. Entre os exames laboratoriais são obrigatórios o de dosagem dos hormônios sexuais, o exame da tireoide e o ultrassom pélvico para observação de eventual anormalidade nos órgãos reprodutivos. A dosagem de ferro no sangue também pode ser necessária para finalização do diagnóstico.

Tratamento 
 
Se a causa for alguma doença, o seu tratamento acaba com o sangramento irregular. Se a origem do distúrbio for hormonal será necessário usar suplementos sob a forma de contraceptivos para resolver o problema. Em geral são recomendadas neste caso as pílulas anticoncepcionais de progesterona. Além da terapia hormonal também é comum o uso da curetagem para remover a camada do endométrio com problema e permitir o crescimento de uma nova camada de tecido, mais saudável. Fonte: SOGESP

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