"Uma pesquisa
realizada pela AVG Technologies com famílias de todo o mundo mostrou que
66% das crianças entre 3 e 5 anos de idade conseguia usar jogos de
computador, mas apenas 14% era capaz de amarrar os sapatos sozinha"
Num mundo cada vez mais marcado pela tecnologia, é fácil encontrar
crianças que ainda não sabem nem amarrar os sapatos navegando na
internet e usando smartphones ou tablets. Mas será que essa inserção tão
precoce no mundo da tecnologia é benéfica para os pequenos?
Uma pesquisa realizada pela AVG Technologies no ano passado com
famílias de todo o mundo mostrou que 66% das crianças entre 3 e 5 anos
de idade conseguia usar jogos de computador, 47% sabia como usar um
smartphone, mas apenas 14% era capaz de amarrar os sapatos sozinha. No
caso das crianças brasileiras, o levantamento apontou que 97% das
crianças entre 6 e 9 usam a internet e 54% têm perfil no Facebook.
Embora ainda não haja consenso entre os especialistas, muitos apontam
consequências sombrias do contato excessivo das crianças com as novas
tecnologias. A terapeuta canadense Cris Rowan, por exemplo, defende que o
uso de tecnologia por menores de 12 anos é prejudicial ao
desenvolvimento e aprendizado infantis.
Segundo ela, a superexposição da criança a celulares, internet, iPad e
televisão está relacionada ao déficit de atenção, atrasos cognitivos,
dificuldades de aprendizagem, impulsividade e problemas em lidar com
sentimentos como a raiva. Outros problemas comuns seriam a obesidade
(porque a criança passa a fazer menos atividade física), privação de
sono (quando as crianças usam as tecnologias dentro do quarto) e o risco
de dependência por tecnologia.
Por causa desses riscos, no ano passado a Academia Americana de
Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria recomendaram limites para
a exposição das crianças a todo tipo de mídia (televisão, games,
internet, smartphones etc.). Para as entidades, o ideal é que apenas
depois dos 2 anos de idade as crianças comecem a ter contato com esses
aparelhos e por tempo limitado. Até os 5 anos, as crianças só deveriam
ficar no máximo 1 hora diante das telas. O tempo aumenta para 2 horas
para crianças de 6 a 12 anos e para 3 horas a partir dos 13 anos.
Mas, mesmo com tantas recomendações, muitos pais parecem não se
preocupar com o assunto. Sob a justificativa de que hoje é importante
saber trabalhar com as novas tecnologias desde cedo ou simplesmente para
evitar aborrecimentos, os pais acabam deixando as crianças livres para
usar os equipamentos da forma como quiserem, o que pode causar problemas
não só aos pequenos, mas para toda a família.
“Nós precisamos encontrar uma maneira de educar os pais de hoje, e
também os futuros pais, sobre prejuízos e benefícios das mídias
eletrônicas e ajudá-los a fazer escolhas positivas para seus filhos”,
alerta Susan Linn, escritora e cofundadora da organização americana
Coalizão pelo Fim da Exploração Comercial Infantil.
Imposição de regras não funciona se os próprios pais exageram.
Embora pareça difícil encontrar um ponto de equilíbrio entre o estilo
de vida atual – cada vez mais marcado pelo uso de novas tecnologias – e
a regulação do uso de mídias eletrônicas, os pais devem estabelecer
regras e trabalhar para que os pequenos não acabem exagerando na hora de
usar os dispositivos eletrônicos.
Para isso, a primeira coisa que os pais devem fazer é se perguntar se
eles mesmos não estão usando smartphones, tablets e computadores
demais. Não adianta nada impor regras aos filhos e dar mau exemplo.
Outro ponto é não estimular antes do tempo as crianças a manipulares os
equipamentos. O melhor é deixar que elas mesmas demonstrem interesse e
só depois disso os pais podem mostrar a elas como usar os aparelhos de
forma correta.
Manter o diálogo e investir em atividades familiares é outra forma de
ajudar os pequenos a não se tornarem dependentes da tecnologia. Hoje as
crianças ficam muito tempo diante das telas, e deixam de se dedicar a
atividades importantes como esportes, atividades culturais ou
simplesmente uma conversa em família para ficar horas e hora assistindo à
televisão ou jogando no computador.
Segurança
Os pais precisam também ficar atentos à questão da segurança dos
pequenos ao usar dispositivos que permitem o acesso à internet.
Infelizmente, são comuns os casos de crianças e adolescentes que acabam
sendo vítimas de pedófilos através da rede.
Para diminuir os riscos de que isso aconteça, é importante orientar
as crianças a usar de forma adequada a internet, evitando, por exemplo,
conversas em chats com desconhecidos e divulgação de dados pessoais. A instalação de ferramentas de monitoramento ou bloqueio de alguns
conteúdos da internet é outra forma de proteger os pequenos. Manter o
computador numa área comum da casa com a tela sempre visível e limitar o
tempo de uso do equipamento também pode ajudar.
Mas o mais importante é manter diálogo com a criança, mostrando-se
disposto a esclarecer dúvidas e explicar os motivos pelos quais é
preciso usar com cautela as novas tecnologias.
Entidade norte-americana recomenda smartphone só depois dos 13
Se há alguns anos as crianças sonhavam em ganhar bicicletas ou vídeo
games, hoje o objeto de desejo são os smartphones, que, além de servirem
como celular, oferecem acesso a internet, jogos, troca de mensagens e
muitas outras funcionalidades. Mas por mais que os pequenos insistam,
nem sempre é recomendável ceder.
A Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de
Pediatria recomendam que apenas a partir dos 13 anos as crianças tenham
acesso a dispositivos móveis, como tablets e smartphones. E, mesmo
assim, devem ser orientadas a usar de forma adequada o aparelho.
Desligá-lo durante as aulas ou refeições, por exemplo, é uma prática que
deveria ser universal, mas raramente é cumprida pelos adolescentes.
Os pais precisam avaliar se há necessidade de a criança ter um
smartphone. Para crianças que começam a sair de casa sozinhas, o
smartphone se torna uma ferramenta de comunicação importante, inclusive
para os pais. Por outro lado, não parece razoável que crianças com 5
anos de idade já tenham o aparelho. Fonte: semprefamilia.com.br
Veja o vídeo referente ao assunto:
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