"A taxa de suicídio de adolescentes com idades
entre 10 e 14 anos aumentou 40% nos últimos 10 anos e 33% entre aqueles
com idades entre 15 e 19 anos, segundo o Mapa da Violência 2014.
Todo
dia, 28 brasileiros se suicidam e, para cada morte, há entre 10 e 20
tentativas. Médicos alertam que é um problema de saúde que não recebe
tanta atenção por causa do tabu social. Para ajudar a combater essa
epidemia silenciosa conversamos com uma série de psiquiatras e
psicólogos sobre o problema e elaborou uma lista de seis alertas sobre o
comportamento suicida.
1 – Frases de alarme
Existe um mito de
que pessoas que falam em suicídio só o fazem para chamar a atenção e não
pretendem, de fato, terminar com suas vidas. Isso não é verdade, falar
sobre isso pode ser um pedido de ajuda. A ONG Centro de Valorização da
Vida (CVV), já atendeu milhares de ligações de pessoas que
pensavam em suicídio. Algumas das frases mais comuns ouvidas por ela
foram “não aguento mais”, “eu queria sumir” e “eu quero morrer”. Então,
se você ouvir um parente ou amigo falando algo do tipo, preste atenção.
2 – Mudanças inesperadas
Todo
mundo passa por mudanças na vida, faz parte do pacote. Mas algumas
mudanças podem ser traumáticas quando não estamos preparados para elas.
Uma pessoa fragilizada por uma depressão ou outro problema psíquico
dificilmente terá condições de encarar uma mudança inesperada, como
perder um emprego que considerava muito importante. Alguém tinha um
hobby e abandona tudo, era super vaidoso e fica desinteressado. A
mudança de comportamento é o momento em que a gente se aproxima da
pessoa para saber o que está acontecendo, porque quem sabe dividindo ela
vai entender que é só uma fase.
3 – Depressão e drogas
As
estatísticas alertam: para cada suicídio, há entre 10 e 20 tentativas,
ou seja, quem tentou suicídio está muito mais vulnerável. Uma tentativa
de suicídio é o maior preditor de nova tentativa e de suicídio.
Segundo alerta: quase 100% das
pessoas que se suicidaram enfrentavam algum problema mental - a maioria
depressão. Quem está sofrendo depressão ou outro transtorno devem
receber maior atenção. E, se a pessoa consome álcool ou outras drogas,
atenção redobrada. O maior coeficiente de suicídio se dá por
transtorno de humor associado ao uso de substâncias psicoativas, mais da
metade dos casos de suicídio. Depressão e consumo de álcool e drogas é
responsável pelo maior numero de mortes no mundo inteiro.
4 – Pode não ser só aborrescência
As
taxas de suicídio dos jovens brasileiros aumentou mais de 30% nos
últimos 10 anos, como explica nosso dossiê da edição de outubro. Mas,
muitas vezes o comportamento errático atribuído como típico do
adolescente pode ser um sinal de intenção de suicídio. Existe uma falsa
ideia de que a depressão atinge mais pessoas adultas. O adolescente
apresenta outros sintomas, ele vai se trancar no quarto, não vai falar
com ninguém, e isso vai ser entendido como fenômeno da adolescência
normal, já que ele não consegue expressar seu sofrimento de uma forma
clara.
5 – Preto no branco
Somente
15% dos gravemente deprimidos vão se suicidar, mas a depressão severa
continua sendo a maior causa do suicídio. Por isso, é preciso ficar
atento quando a pessoa demonstra zero interesse na vida ou nos outros. Para o deprimido, o mundo deixa de ser colorido, é preto e branco. Ele
tem baixa autoestima, desinteresse por todos e fica muito voltado para
ele mesmo. Quando em
depressão severa, a pessoa se isola dos outros e não vê motivos para
continuar viva. É um alerta de urgência.
6 – Bom demais para ser verdade
Um
caso que marcou a psiquiatria foi o de um paciente muito
deprimido que simulou uma melhora para passar o final de semana em casa
e, lá, usar uma espingarda para se matar. A simulação de melhora é comum
em diversos casos de suicídio, então, se uma pessoa que normalmente é
deprimida parecer subitamente alegre, é importante acompanhá-la para
garantir que ela não tentará o suicídio.
O que você pode fazer?
Segundo
o psiquiatra da Rede Brasileira de Prevenção do Suicídio, o ideal é conversar com a pessoa e não deixá-la
sozinha. Ao conversar, procure não falar muito e ouvir mais, já que
muitas vezes a pessoa só precisa ser ouvida. Se possível, acompanhe-a a
um profissional de saúde e peça orientação. Outra medida é
retirar acesso de ferramentas potencialmente destrutivas dentro de casa -
como arma, remédios e substâncias tóxicas - para evitar o uso delas em
um impulso. Fonte: revistagalileu.globo.com
Neste vídeo você vai acompanhar o porquê do aumento do suicídio entre crianças e adolescentes:
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otimo artigo
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