"De acordo com a ciência, ser considerada uma pessoa neurótica ou emocionalmente instável, pode ter suas vantagens"
De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Psychological Science, a neurose – geralmente associada a emoções negativas, como irritabilidade, frustração, nervosismo, preocupação e culpa – pode prolongar a longevidade.
A pesquisa
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade
de Edimburgo, no Reino Unido, analisaram dados de mais de 500.000
pessoas, entre os 37 e 73 anos de idade, que responderam a perguntas
sobre comportamento, condições de saúde e como se sentiam. Eles também
completaram avaliações de personalidade para definir qual era o nível de
instabilidade emocional de cada um.
Após seis meses de levantamento, os cientistas descobriram que níveis mais altos de neurose estavam associados a um menor risco de morte prematura.
Os achados apontaram ainda que entre os que se consideravam frágeis ou
menos saudáveis do que o normal, aqueles que atingiram níveis mais altos
de instabilidade emocional eram menos propensos a morrer mais cedo –
principalmente de câncer – comparados àqueles com níveis menores.
O estudo mostrou também que os participantes que atingiram os maiores níveis relacionados a preocupação e sentimento de vulnerabilidade
tinham um menor risco de morrer, independentemente de como se sentiam.
Geralmente, para perguntas como “você se sente magoado com facilidade?”,
“você já se incomodou com sentimentos de culpa?” e “você se preocupa
com situações embaraçosa?”, esses indivíduos respondiam “sim”.
Neurose saudável
No entanto, isso não é de todo novidade. O conceito de “neurose saudável” foi proposto em 2000, em um estudo
realizado pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Apesar
de não saberem o motivo, os cientistas acreditam que a instabilidade
emocional pode levar as pessoas a procurarem atendimento médico com mais
frequência – o que pode resultar em diagnósticos precoces e tratamentos
mais efetivos em casos de doença.
“Nosso estudo mostra que o relacionamento varia com a forma
como as pessoas classificam sua saúde. Quando as pessoas se consideravam
muito saudáveis, então o fato de serem neuróticas não aplicava o
benefício. Mas entre as pessoas que classificaram sua saúde como
razoável ou ruim, a neurose parecia ter um pequeno efeito protetor contra a morte prematura.”, disse Catharine Gale, principal autora do estudo, ao site da revista americana Time.
Tendências a hábitos não saudáveis, como fumar, consumir
álcool em excesso, ser sedentário e alimentar-se mal, por exemplo, podem
ser maiores entre pessoas emocionalmente instáveis. “Nós pensamos que
uma maior preocupação ou vulnerabilidade pode levar as pessoas a se
comportarem de forma mais saudável e, portanto, reduzir o risco de
morrer cedo, mas não foi esse o caso”, contou Catharine.
Mas para a surpresa dos pesquisadores, os resultados
permaneceram consistentes sendo as pessoas diagnosticadas com alguma
doença ou não. Fonte: http://veja.abril.com.br
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