"Certas atitudes familiares influenciam os filhos de maneira negativa. Lei de alienação parental prevê punição quando há manipulação"
Cada vez mais tem aumentado o índice de divórcios. A facilidade com que
as pessoas casam e se descasam é espantosa. Antes, essa era uma
condição rara e gerava preconceitos. Hoje, é comum e denuncia o quanto
as famílias não estão conseguindo se sustentar como tal.
Tanto é assim que o estado vem intervindo mais intensamente no sistema
familiar. Um exemplo disso é a lei da alienação parental. Leis como essa
se devem muito provavelmente a constatação do quanto certas atitudes
familiares têm prejudicado os filhos, inclusive interferindo
negativamente no desenvolvimento emocional deles.
Em outras palavras, os filhos têm precisado do estado para protegê-los
dos pais. Algo que se agrava quando há uma situação de separação
conjugal, onde tal lei se faz mais necessária.
Um divórcio, por mais que seja desejado ou necessário, gera muito
sofrimento. É um momento de mudança, em que determinadas coisas estão
sendo deixadas para trás: objetos, sonhos, estilo de vida, o cônjuge (a
quem um tempo se amou) etc. Quando isso acontece, vive-se um luto por
aquilo que não se tem mais. Sem contar o ódio que surge por alguma
atitude do outro, que deixa o casamento devido a uma traição ou por
simplesmente não amá-lo mais. Não é fácil ser traído ou não ser mais
amado.
A vida passa a ser outra. Salvo um período de ajuste, ela deveria ser
melhor. Porém, muitos casais ficam presos em sua raiva e se esquecem de
seguir em frente – resumem sua existência a prejudicar seu ex. E nisso
entram as crianças. Por mais que os pais se preocupem com o bem estar
delas, nem sempre estão em condições de ajudarem seus filhos por estarem
presos em sua própria angústia.
Com isso, muitas vezes o casal fica se atacando, desqualificando um ao
outro perante os filhos ou dificultando a convivência destes com um dos
genitores (entre outras atitudes, essas estão no rol do que é chamado
alienação). É comum, em casos de divórcio, os filhos sentirem ter que
tomar partido entre um dos pais (muitas vezes ajudado pelo processo
judicial), como se amar um seria cruel para com o outro. O que pode ser
intensificado com o comportamento de alienação.
Ora, nenhuma pessoa que tenha pai e mãe deveria ter que fazer tal
escolha. E muito menos ouvir coisas desagradáveis sobre um de seus
genitores. Ela é seu fruto. Pode criar nela sentimentos de ser alguém
ruim, aquela que carrega algo negativo de quem a gerou. Afinal, de um
modo ou de outro todos se parecem um pouco com seus pais.
Além do mais, atitudes assim dificultam o relacionamento da prole com
aquele que é desmerecido. Sem que o genitor alienante (o que desmerece)
se lembre de que uma criança precisa de pai e mãe e que ela tem direito a
isso. Ela não é só filha da mãe ou só filha do pai – mesmo que um deles
esteja morto.
Alienação
A lei não considera tais atitudes só em relação às figuras parentais, mas estende aos seus outros parentes. E embora ela pareça focar a situação de pais separados, em que a guarda pertence a apenas um deles, isso também acontece com os casados. Naquelas situações mal resolvidas, em que o casal leva ao pé da letra “até que a morte os separe”.
Sem dúvida, se as famílias não têm dado conta de cuidar de seus filhos,
principalmente quando estão numa carga grande de sofrimento, é
necessário uma intervenção de fora. Essa, segundo a lei, vai desde uma
simples advertência até a suspensão da autoridade parental para quem
pratica alienação.
Aí teremos que contar com a precisão da Justiça. Que deverá se apoiar,
assim como está previsto na mesma lei, a ação pericial para se
determinar se houve atos de alienação parental. O que deverá ser
realizado por profissionais muito competentes e experientes na área
familiar. Mas nada disso adiantará se o juiz não se apoiar no
diagnóstico da perícia.
Algo que temos visto acontecer às vezes: a decisão sobre a vida de uma
criança que mais a tem prejudicado que a ajudado, sem consistência na
realidade. E quando tomada uma decisão, há pouca supervisão de como as
coisas caminham. E aquelas crianças que tinham encontrado um apoio
extra, ficam a mercê de uma burocracia desmedida. Fonte: g1.globo.com
Assista este vídeo e confira a problemática para os filhos com a separação dos pais:
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