"De acordo com um novo estudo, praticar exercícios em ritmo moderado diariamente melhora a saúde e a atividade dos neurônio"
Os participantes que praticaram exercícios físicos de intensidade
moderada à intensa tinham um padrão de metabolismo da glicose mais
saudável do que as que praticaram menos.
Simples mudanças no estilo de vida podem ajudar a prevenir o Alzheimer. De acordo com um novo estudo publicado no periódico científico Journal of Alzheimer's Disease, praticar exercícios regularmente
e em ritmo moderado estimula o bom funcionamento de diversas regiões do
cérebro, até mesmo em pessoas geneticamente predispostas à doença.
Metabolismo da glicose
A partir do metabolismo da glicose no cérebro, os pesquisadores puderam medir a saúde da atividade cerebral e o funcionamento dos neurônios de 93 voluntários com, em média, 64 anos de idade e histórico de Alzheimer
na família – apenas uma variação genética relacionada a doença já
indica alto risco de desenvolvê-la. Em pessoas com a doença, as regiões
do cérebro tendem a ter metabolismo da glicose, processo que fornece às
células cerebrais a quantidade correta de energia.
Os resultados mostraram que os participantes que gastavam pelo menos 68 minutos em exercícios físicos de intensidade moderada (caminhada rápida) ou intensa (corrida extenuante),
tinham um padrão de metabolismo da glicose mais saudável do que as que
praticaram menos. As atividades físicas mais leves não mostraram os
mesmos benefícios, nem mesmo mudanças significativas. Já a atividade
física vigorosa apresentou um melhor padrão da glicose apenas em uma
região do cérebro, o hipocampo.
O estudo
Para detectar a relação entre as diferentes intensidades de
atividade física e a atividade cerebral, os participantes utilizaram um
acelerômetro durante uma semana para registrar os exercícios físicos
praticados e foram submetidos a tomografias cerebrais (PET/CT) para
medir a glicose no cérebro.
Poder da intensidade
Segundo Ozioma Okonkwo, professor na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos e principal autor do estudo, apenas maiores doses de exercícios mais intensos oferecem
os benefícios, sugerindo que não é preciso se exercitar ao extremo para
prevenir a doença. Pesquisas anteriores mostraram que exercícios de
intensidade moderada e vigorosa podem ter resultados similares, porém o
atual estudo indica que exagerar no treino não é necessário.
Para os especialistas, a capacidade de quantificar a conexão entre a atividade física moderada a intensa e a saúde do cérebro é algo importante para as pesquisas sobre o Alzheimer.
No entanto, mais estudos precisam ser feitos para descobrir a relação
de causa e efeito entre os exercícios e o metabolismo da glicose e
demonstrar seus benefícios. Inclusive, a equipe de
pesquisa está à procura de pessoas com leves problemas de memória para
ajudar a determinar a dose certa de exercícios físicos em testes
laboratoriais.
Nunca é tarde
Pesquisas anteriores também já estabeleceram uma conexão
entre o metabolismo da glicose e a função cognitiva. “Estamos mostrando
agora que um estilo de vida ativo de intensidade
moderada realmente aumenta a função neuronal”, disse o professor. “Acho
seguro dizer que este é provavelmente um dos caminhos pelos quais o
exercício reduz o declínio cognitivo na terceira idade.” Fonte: veja.abril.com.br
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