"Quem de nós nunca se deparou com uma criança extremamente opositiva,
desafiadora, que discute por qualquer coisa, que não assume seus erros
ou responsabilidades por falhas e que costuma sempre se indispor com os
demais de seu grupo ou de sua família de maneira a demonstrar que a cada
situação será sempre difícil convencê-lo, mesmo que a lógica mostre que
suas opções estão evidentemente equivocadas?"
Se você conhece uma
criança assim, provavelmente ela tem Transtorno Opositivo-Desafiador.
Tal quadro leva a severas dificuldades de tempo e de avaliação para
analisar regras e opiniões alheias e intolerância às frustrações,
levando a reações agressivas, intempestivas, sem qualquer diplomacia ou
controle emocional. Essas crianças costumam ser discriminadas, perdem
oportunidades e desfazem círculos de amizades. Não raro, sofrem bullying
e são retiradas de eventos sociais e de programações da escola por
causa de seu comportamento difícil. Os pais evitam sair ou
passear com elas e muitas vezes as deixam com parentes ou em casa. Entre
os irmãos, são preteridos, mal falados e considerados como “ovelhas
negras” tratados, assim, diferentes e mais criticados pelos pais.
Os sintomas podem aparecer em qualquer momento da vida, mas é mais comum entre os 6 e 12 anos. A associação com TDAH
é frequente (50% dos casos), deve ser observada e investigada em todas
estas crianças para que sejam tomadas as medidas necessárias, a fim de
prevenir problemas de aprendizagem
e baixo rendimento escolar. O ambiente doméstico costuma ser
conturbado, com pais divergentes quanto ao modo de educar e conduzir o
(a) filho (a) e de como estabelecer parâmetros, mas evidências mostram
que existem fatores genéticos e neurofisiológicos predispondo o seu
desenvolvimento.
O tratamento desta condição é multidisciplinar e depende de três eixos:
medicação, psicoterapia comportamental e suporte escolar. A medicação
auxilia em boa parte dos pacientes e melhora a auto-regulação de humor
frente às frustrações; a psicoterapia deve centrar em mudanças comportamentais
na família com medidas de manejo educacional (dar bons exemplos,
dialogar com a criança, ter paciência ao falar, explicar o motivo das
ordens dadas, etc.); e, em relação ao suporte escolar, deve-se oferecer
apoio, reforço e abertura para um bom diálogo, pois esta abertura
melhora o engajamento do aluno opositor às regras escolares e a se
distanciar de maus elementos. Fonte: neurosaber.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário