"A disseminação no Sudeste Asiático de uma forma de malária resistente à principal linha de tratamento contra a doença tem preocupado especialistas"
Uma forma de ‘supermalária’, resistente à principal linha de tratamento disponível
atualmente contra a doença, está se disseminando rapidamente pelo
Sudeste Asiático e preocupa especialistas. Segundo um novoartigo publicado no periódico científico The Lancet Infectious Diseases, essa
resistência teria sido originada por diversos fatores, como o fato de
os pacientes não tomarem os medicamentos de forma adequada até o fim,
políticas inadequadas de tratamento em algumas regiões e ampla
disponibilidade de medicamentos sem receita, incluindo versões baratas e
de qualidade inferior.
Ameaça
A malária é uma doença causada pela infecção dos glóbulos vermelhos humanos por quatro espécies do parasita unicelular Plasmodium: Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium malarie e Plasmodium falciparum.
A ‘supermalária’ resistente aos medicamentos artesunato e piperaquina –
principal linha de tratamento contra a infecção – é resultado de uma
mutação no Plasmodium falciparum e já foi identificada em cinco países: Camboja, Laos, Tailândia, Vietnã e Mianmar.
De acordo com o artigo, assinado por especialistas em
medicina tropical da Universidade Mahidol, na Tailândia, o tratamento
não funcionou em quase um terço do casos no Vietnã e cerca de 60% no
Camboja, onde foi registrada a primeira ocorrência.
Esse tratamento tem como principal objetivo reduzir a carga
parasitária em pacientes infectados, possibilitando que os outros
medicamentos façam efeito. No entanto, o fato de um dos parasitas ter se
tornado resistente a eles pode impactar consideravelmente a contenção
da disseminação da doença.
Os autores consideraram esses dados alarmantes diante da
possibilidade dessa versão resistente chegar à África, onde ocorrem 92%
dos casos de malária. “Essa é uma séria ameaça. É uma corrida contra o
relógio. Temos que eliminá-la antes que a malária se torne incurável
novamente.”, disse Arjen Dondorp, líder da equipe de pesquisa, à BBC
News.
Outros medicamentos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou que existe a
possibilidade de o parasita ser eliminado com o uso de outros
medicamentos antimalariais. Entretanto, esses remédios demoram mais para
fazer efeito.
Além disso, os pesquisadores alertam para o fato de o
parasita ter se tornado resistente a dois medicamentos, o que aumenta a
possibilidade de resistência aos demais existentes. Fonte: veja.abril.com.br
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