"Sarampo não é como catapora, varicela e rubéola. Embora essas também
sejam doenças importantes, o sarampo é considerado mais grave e pode
levar à morte"
O sarampo está de volta ao Brasil, mas o medo da
população parece não acompanhar o avanço da doença. Confundida com os
sintomas de varicela/catapora e rubéola, há quem minimize os efeitos da
doença, que variam de dias consecutivos de febre alta, tosse, coriza e
manchas na pele, até diarreia, pneumonia, infecções auditivas ou mesmo,
em casos graves, morte.
Até o momento, dados do Ministério da Saúde alertam para dois surtos
confirmados nos estados de Roraima, com 200 casos e Amazonas, com 265.
Há ainda casos isolados em São Paulo (1), Rio Grande do Sul (6),
Rondônia (1) e Rio de Janeiro (2), além de outros 18 situações suspeitas
no estado carioca.
Os números vem crescendo depois de surtos ocorridos no Ceará e
Pernambuco entre 2003 e 2015. Na época, a ação de imunização conseguiu
interromper o avanço da doença, que teve registrado 1.310 casos.
Em 2017, porém, a doença voltou através da fronteira com a Venezuela e
pela queda nas taxas de vacinação contra diferentes doenças (entre elas
a tríplice viral, responsável pela proteção contra o sarampo, caxumba e a rubéola).
No início de julho, o Ministério da Saúde fez um alerta sobre a
vacinação, que estaria reduzindo ano a ano, em todo o país. Ao todo, 312
municípios brasileiros estariam com uma cobertura vacinal inferior a
50% – oito dessas cidades localizadas no Paraná.
Embora os dados sejam contestados pela Secretaria Estadual de Saúde, o
reforço da vacinação é sempre ressaltado pelos profissionais de saúde.
No Paraná, a cobertura vacinal da tríplice viral caiu de 99,44% em
2015 para 86,29% em 2017. O ideal, no caso da proteção contra o sarampo,
significa manter a vacinação acima de 95% sempre.
Não sei se me vacinei. Preciso?
A orientação da Secretaria Estadual de Saúde do Paraná é para, na
dúvida, sempre recorrer à carteirinha de vacinação. Caso tenha recebido a
primeira dose da tríplice viral aos 12 meses e, aos 15 meses, o reforço
com a vacina da tetra viral (além da proteção contra sarampo, caxumba e
rubéola, varicela), não é necessária uma nova vacinação.
No entanto, se não se lembrar de ter sido vacinado e não
tiver nenhum comprovante, através do registro na carteirinha de
vacinação, que foi imunizado, vale reforçar a proteção.
Até os 29 anos é obrigatório ter as duas doses da vacina da tríplice
viral. Dos 29 aos 49 anos, se tiver apenas uma dose, esta é suficiente
para a imunidade. Mas tivermos nessa faixa etária sem nenhuma dose,
e não conhecer o meu antecedente vacinal, temos que tomar pelo menos
uma dose da vacina.
Vou viajar, devo reforçar a vacina?
A mesma lógica vale para quem for viajar às áreas de risco de
contaminação, como Amazonas e Roraima. Se não tivermos a carteirinha,
um registro da vacinação, refaço as vacinas conforme a faixa etária. A
sua mãe pode ter dito que você as tomou, mas se não tiver um comprovante
e não conseguir a segunda via, para nós é considerado como vacina não
dada.
Sintomas do sarampo
Considerada uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave e extremamente contagiosa, o sarampo pode trazer complicações infecciosas que aumentam de gravidade dependendo da fragilidade no sistema imunológico do paciente.
Na parte clínica, sarampo, rubéola e varicela/catapora são
parecidos, mas cada uma dessas doenças traz diferenças com relação
às exantemas, ou as manchas. Na rubéola, logo no primeiro dia aparecem
várias manchas pelo corpo, que desaparecem no terceiro dia. No sarampo, é
o contrário. A variação de temperatura, no sarampo, é mais elevada e na
rubéola, mais baixa.
De forma geral, fique atento aos seguintes sinais:
- Febre alta, acima dos 38,5ºC
- Exantema maculopapular generalizado (manchas pelo corpo);
- Tosse;
- Coriza;
- Conjuntivite;
- Manchas brancas na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, antecedendo de um a dois dias antes do aparecimento do exantema.
O diagnóstico é clínico, confirmado pelo exame de detecção de
anticorpos IgM, identificado no exame de sangue, durante a fase aguda da
doença, nos primeiros dias. A transmissão se dá pelas gotículas de
saliva expelidas na fala, espirro, tosse e respiração, e a principal
forma de prevenção se dá através da vacina tríplice e tetraviral. Fonte: gazetadopovo.com.br
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