"Algumas travestis são extremamente parecidas com mulheres, apesar de ainda manterem, muitas vezes escondido, seu órgão genital masculino"
A última classificação americana dos transtornos mentais (DSM-IV-TR) retirou dos seus diagnósticos os termos transexualismo, travestismo e homossexualismo. Ao invés disso, adotou-se o termo Transtornos da Identidade de Gênero, que é visto como menos preconceituoso ou discriminatório. Como as denominações anteriores são bastante conhecidas popularmente, e ainda utilizadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), apresentaremos ambas as denominações.
A última classificação americana dos transtornos mentais (DSM-IV-TR) retirou dos seus diagnósticos os termos transexualismo, travestismo e homossexualismo. Ao invés disso, adotou-se o termo Transtornos da Identidade de Gênero, que é visto como menos preconceituoso ou discriminatório. Como as denominações anteriores são bastante conhecidas popularmente, e ainda utilizadas na Classificação Internacional de Doenças (CID-10), apresentaremos ambas as denominações.
Como se desenvolve?
Para se entender o transexualismo, primeiramente é
importante se compreender o que é identidade de gênero e como se forma.
A identidade de gênero refere-se à masculinidade e à feminilidade, ou melhor, à convicção que cada um tem sobre si de ser masculino ou feminino. Isso se forma muito precocemente, desde o estágio intrauterino, e decorre:
- da soma de causas genéticas e hormonais (vão determinar os caracteres físicos do bebê, se vai nascer com características de menino ou menina);
- da atitude dos pais ao aceitar ou não o sexo do bebê, a forma como esse bebê vai ser manuseado e tratado (a menininha ou o garotão);
- da interpretação do bebê a respeito dessas atitudes paternas;
-
da formação do ego corporal (o bebê vai formando uma ideia a respeito de si a partir de sensações que surgem com a manipulação de seu corpo).
Também é importante termos conhecimento do conceito
de identidade de gênero nuclear, que significa a convicção de que a designação
do sexo da pessoa foi corporalmente e psicologicamente determinada, por
exemplo, "tenho corpo de mulher e me sinto mulher".
O que se sente?
Um transexual refere sentir um sofrimento psíquico
por acreditar que houve um erro na determinação do sexo anatômico. É devido a
esse sentimento que muitos buscam a cirurgia para mudança de sexo, na tentativa
de correção do erro que sentem haver lhe acontecido e assim aliviar o
sofrimento.
Como o médico faz o diagnóstico?
Em geral, psiquiatras, psicanalistas ou psicólogos
fazem esse diagnóstico, através de várias conversas com o paciente, para
determinar corretamente os sentimentos dele.
Como se trata?
Fundamentalmente um tratamento psicológico se faz
necessário para entender a alteração apresentada e apenas em alguns casos
específicos será indicado a cirurgia de alteração do sexo, a qual só se faz
após cuidadosa avaliação psicológica e física da pessoa.
Transexualismo x Travestismo x Homossexualidade
É importante se diferenciar o transexualismo de
transvestismo/travestismo e homossexualidade. No transvestismo a pessoa não
sente que sua identidade de gênero está trocada (por exemplo, homem com corpo
de homem sentindo-se homem), mas usa roupas do sexo oposto com objetivo de ter
prazer erótico, para se excitar. Apenas em casos em que a pessoa passa a se
vestir como mulher a maior parte do tempo e ter dúvidas e sofrimento em relação
a sua identidade de gênero é que se deve pensar que possa haver transexualismo
latente. Já no homossexualismo, a pessoa também se sente adequada quanto à
determinação de seu sexo (tem corpo de homem, sente-se homem), porém tem
atração afetiva e erótica por outra pessoa do mesmo sexo que ela.
O transtorno de identidade de gênero
Nesse transtorno há uma forte e persistente
identificação com o gênero oposto, que consiste do desejo de ser, ou a
insistência do indivíduo de que ele é do sexo oposto, acompanhado de um
desconforto persistente com o próprio sexo ou uma sensação de inadequação no
papel de gênero deste sexo. O diagnóstico não é feito se o indivíduo tem uma
condição física intersexual concomitante (por ex., síndrome de insensibilidade
aos andrógenos, genitália ambígua ou hiperplasia adrenal congênita).
Além disso, deve haver sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional, ou em outras
áreas importantes da vida do indivíduo. Os sintomas podem iniciar ainda na
infância ou na adolescência, mas em alguns casos, apenas na idade adulta. Para
indivíduos homens adultos algumas especificações devem ser feitas: Atração
Sexual por Homens, Atração Sexual por Mulheres, Atração Sexual por Ambos os
Sexos ou Ausência de Atração por Quaisquer dos Sexos. Para mulheres adultas são
usados os mesmos especificadores. Fonte: ABC da Saúde
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