"Conjunto de sinais e sintomas decorrentes da diminuição dos hormônios da tireoide. É um quadro clínico que ocorre pela falta dos hormônios da tireoide em decorrência de diversas doenças da tireoide"
No recém-nascido, as causas mais frequentes envolvem:
- | a falta de formação da glândula tireoide (defeitos embrionários) |
- | defeitos hereditários das enzimas que sintetizam os hormônios |
- | doenças e medicamentos utilizados pela mãe que interferem no funcionamento da glândula da filho |
Em adultos, a doença pode ser provocada por:
- | doença autoimune (tireoidite de Hashimoto) | ||
- | após cirurgia de retirada da tireoide por bócio nodular ou neoplasia | ||
- | por medicamentos que interferem na síntese e liberação dos hormônios da tireoide (amiodarona, lítio, iodo) | ||
- | (mais raramente) por bócio endêmico decorrente de deficiência de iodo na alimentação |
Sintomas
No recém-nascido, ocorre:
No adulto, os sintomas são de:
- | choro rouco |
- | hérnia umbelical |
- | constipação |
- | apatia |
- | diminuição de reflexos |
- | pele seca |
- | dificuldade de desenvolvimento |
Se o paciente não receber tratamento adequado até a quarta semana de
vida, pode ocorrer retardo mental severo, surdez, e retardo no
desenvolvimento de peso e altura.
Na criança, a doença pode provocar déficit de crescimento associado à:
- | pele seca |
- | sonolência |
- | déficit de atenção |
- | constipação |
- | intolerância ao frio |
- | apatia |
No adulto, os sintomas são de:
- intolerância ao frio
- sonolência, constipação
- inchumes nas extremidades e nas pálpebras
- diminuição de apetite
- pequeno ganho de peso
- fraqueza muscular
- raciocínio lento
- depressão
- cabelos secos, quebradiços e de crescimento lento
- unhas secas, quebradiças e de crescimento lento
- queda das pálpebras
- queda de cabelos
A doença predomina no sexo feminino, no qual ocorre também
irregularidade menstrual, incluindo a cessação das menstruações
(amenorreia), infertilidade e galactorreia (aparecimento de leite nas
mamas fora do período de gestação e puerpério).
Quando a doença tem causa autoimune (tireoidite de Hashimoto) pode
ocorrer vitiligo e associação com outras moléstias autoimunes:
- endócrinas (diabetes melitus, insuficiência adrenal, hipoparatireoidismo)
- sistêmicas (candidíase, hepatite autoimune)
Tratamento
O tratamento de todas as formas de hipotireoidismo é realizado com
Tiroxina (T4) em doses calculadas de 1,6 a 2,2 microgramas por Kg de
peso corporal no adulto e de 3 a 15 microgramas por kg de peso corporal,
dependendo da idade do paciente. O controle do tratamento é realizado
pela dosagem de TSH, que deve se manter sempre normal. Nos pacientes
dislipidêmicos devem ser monitorizados também os níveis de colesterol e
triglicerídeos.
Prevenção
Os casos que ocorrem após a cirurgia de retirada da tireoide por
bócio nodular ou neoplasia podem ser prevenidos através de cirurgia
adequada no momento em que a mesma é indicada para o tratamento de
bócio. Nas demais situações pode ser realizado um diagnóstico precoce,
porém prevenção primária não é disponível.
Hipertideoidismo
Conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de hormônios da tireoide.
Os sintomas ocorrem em decorrência do excesso de funcionamento da glândula tireoide ou da ingestão dos hormônios da tireoide.
Entre as diversas causas do aumento de funcionamento da tireoide, as mais importantes são:
- bócio difuso tóxico (Doença de Basedow-Graves) | ||
- | bócio multinodular tóxico e | |
- | bócio uninodular tóxico (Adenoma Tóxico) |
O bócio difuso tóxico é uma doença autoimune na qual o organismo
produz anticorpos que estimulam a produção e a liberação de hormônios
pela tireoide, podendo estar associado a outras doenças autoimunes.
O bócio multinodular tóxico em geral é uma moléstia de evolução lenta
na qual ocorre proliferação de diversos folículos da glândula, formando
diversos nódulos, algumas vezes volumosos e visíveis.
Os adenomas são nódulos únicos, em geral com mais de 3 cm de diâmetro, que produzem em excesso os hormônios da tireoide.
Sintomas
Os pacientes apresentam:
- | fome excessiva | |
- | aumento do ritmo intestinal | |
- | nervosismo, insônia, labilidade emocional | |
- | tremores | |
- | intolerância ao calor | |
- | palpitações | |
- | emagrecimento | |
- | olhar vivo e brilhante | |
- | pele quente e úmida | |
- | unhas quebradiças, cabelo seco, quebradiço e encaracolado. |
Na mulher ocorrem alterações menstruais e infertilidade. Na grande
maioria das pessoas esse quadro clínico está associado a um aumento
visível da parte inferior do pescoço, formando o chamado bócio. Em
pacientes com bócio difuso, podem ocorrer sinais oculares de reação
inflamatória, caracterizada por retração das pálpebras, protusão dos
globos oculares (olhos saltados) e paralisia da musculatura que controla
os movimentos dos olhos. Esse conjunto de alterações oculares é
denominada exoftalmia.
Tratamento
O tratamento pode dirige-se para o excesso hormonal e/ou para sua
causa. Em pacientes com bócio difuso tóxico, pode ser analisada a
captação de iodo e a seguir administrada uma dose calculada de Iodo
radioativo (Iodo 131) que irá destruir o tecido tireoidiano com excesso
de funcionamento. Esse efeito ocorrerá em algumas semanas. No período em
que não for alcançada a normalização de funcionamento da tireoide, o
paciente pode receber um medicamento que bloqueia a ação destes
hormônios (beta-bloqueador: propanolol) com o que haverá uma melhora
significativa dos sintomas. Se essa não ocorrer, ou na presença de
hipertireoidismo grave, o paciente será inicialmente tratado com
medicamentos antitireoideos (metimazol ou propanolol) até se obter o
controle da doença.
Em pacientes com bócio multinodular, se o mesmo for volumoso ou
apresentar sinais compressivos, o tratamento de escolha é a cirurgia da
tireoide (tireoidectomia) que só deverá ser realizada após controle
clínico do estado de hipertireoidismo. O controle do hipertireoidismo
pode ser obtido com o metimazol (Tapazol) ou com o propiltiouracil,
devendo ser utilizado durante várias semanas. Em bócios nodulares menos
volumosos ou nos quais há contraindicação cirúrgica, após a compensação
do quadro com metimazol ou propiltiouracil, o paciente pode receber
também Iodo radioativo.
Nos pacientes com bócio uninodular tóxico, o quadro de
hipertireoidismo será compensado com metimazol/propiltiouracil e a
seguir o paciente deve ser submetido a tireoidectomia subtotal. Em
pacientes com nódulos pequenos ou contraindicações cirúrgicas também
pode ser empregado o Iodo Radioativo.
Após a resolução do quadro, quer utilizando Iodo Radioativo quer
cirurgia, o paciente deverá ser monitorizado periodicamente no sentido
de se detectar o eventual hipotireoidismo que pode ocorrer como
complicação desses tratamentos.
Prevenção
Não existem mecanismos de prevenção para as diversas doenças. Pode
ser realizado, por outro lado, uma detecção mais precoce da doença
especialmente se investigarmos adequadamente todos os pacientes com
bócio, seja uni ou multinodular. Nesse sentido em muito colabora a
palpação rotineira da tireoide sempre que o médico examina qualquer
paciente. Fonte: abcdsaude.com.br / zuckerbook.wordpress.com
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