"O aumento do número de casos de gripe suína, um tipo de influenza causada pelo vírus H1N1, vem chamando a atenção das autoridades de saúde em todo o país, em especial no Sul e no Sudeste"
De acordo com o Ministério da Saúde,
neste ano, até 12 de março, houve 188 registros e 30 mortes
relacionadas à doença no país. No ano passado inteiro, o Brasil
confirmou 141 casos de H1N1 e 36 óbitos.
Confira:
O principal surto da doença ocorre no estado de São Paulo. Até o
momento, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou o registro de 157
casos relacionados ao H1N1 e 23 óbitos – 66 casos e oito mortes foram
registrados na capital.
De acordo com o médico infectologista e professor da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp) Paulo Olzon Monteiro da Silva, não há uma
resposta definitiva sobre o início do surto da doença, cuja maior
incidência ocorre no inverno, mas a hipótese que vem sendo aceita pelos
médicos é a de que brasileiros ou viajantes vindos de áreas endêmicas da
doença, como os Estados Unidos, o Canadá e a Europa, tenham trazido o
vírus para o hemisfério sul. “Hoje em dia com a facilidade de
transporte, as pessoas circulam pelos países e em questão de horas podem
trazer doenças de uma área para a outra”, explica.
Além disso, as alterações do clima provocada pelo aquecimento global
faz com que doenças cuja ocorrência ficavam restritas à determinadas
épocas do ano possam acontecer em qualquer época do ano. “Doenças como a
gripe comum e a gripe suína costumam acontecer mais em épocas frias,
porque a penetração do vírus pelas vias respiratórias é facilitada nesse
período, mas com as mudanças climáticas essa delimitação das estações
do ano já não está mais acontecendo como antigamente.”
O médico ressalta a importância de se adotar cuidados para evitar o
contágio pelo H1N1, como evitar locais fechados e com grande
concentração de pessoas, evitar levar as mãos ao rosto ou boca
e lavá-las com frequência, e aponta que é necessário saber distinguir os
sintomas da gripe comum e o da gripe suína para procurar ajuda médica e
evitar a automedicação. Confira abaixo quais os sintomas dessas doenças
e como tratar e se prevenir do H1N1.
Gripe Comum x H1N1
A influenza é comumente conhecida como gripe. Trata-se de uma doença
viral febril, aguda, geralmente benigna e autolimitada. Frequentemente é
caracterizada por início abrupto dos sintomas, que são
predominantemente sistêmicos, incluindo febre, calafrios, tremores, dor
de cabeça, mialgia e anorexia, assim como sintomas respiratórios com
tosse seca, dor de garganta e coriza. A infecção geralmente dura 1
semana e com os sintomas sistêmicos persistindo por alguns dias, sendo a
febre o mais importante.
Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. O vírus influenza C
causa apenas infecções respiratórias brandas, não possui impacto na
saúde pública e não está relacionado com epidemias. Já os vírus
influenza A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O vírus
influenza A é responsável pelas grandes pandemias, entre eles
encontramos os subtipos H1N1 e H3N2 circulam atualmente em humanos.
Alguns vírus influenza A de origem aviária também podem infectar humanos
causando doença grave, como no caso do A (H7N9).
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo (CVE), a
influenza suína ou gripe suína é uma doença respiratória dos porcos
causada por um vírus de influenza do tipo A, que é motivo de surtos
regulares em porcos. Estudos mostraram que esse vírus pode se disseminar
de pessoa para pessoa.
A nova influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, que se
propagou na primavera de 2009, é uma gripe sem precedentes e provocada
por um novo tipo de vírus, ou seja a população não tem nenhuma imunidade
contra ela.
Qual são os sintomas do H1N1?
Os sintomas do H1N1 são similares aos sintomas da influenza humana
comum (gripe comum). Eles incluem febre, tosse, garganta inflamada,
dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fadiga. Algumas pessoas
relatam diarreia e vômitos associados à enfermidade. Já foram relatadas
formas graves da doença com pneumonia e falência respiratória, além de
mortes. A gripe suína pode causar também uma piora de doenças crônicas
já existentes.
Transmissão
Acredita-se o H1N1 possa ser transmitido da mesma maneira pela qual
se transmite a gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de
pessoa para pessoa especialmente através de tosse ou espirros das
pessoas infectadas. Algumas vezes, as pessoas podem se infectar tocando
objetos que estão contaminados com os vírus da influenza e depois
tocando sua boca ou seu nariz.
Grupos de risco
Algumas pessoas, como idosos, crianças novas, gestantes e pessoas com
alguma comorbidade possuem um risco maior de desenvolver complicações
devido à influenza. A melhor maneira se prevenir contra a influenza
sazonal é se vacinar todo ano.
Como tratar?
O tratamento dos sintomas da influenza sem complicações deve ser
realizado com medicação sintomática, hidratação, antitérmico,
alimentação leve e repouso. Nos casos com complicações graves, são
necessárias medidas de suporte intensivo. Uma das principais
complicações da influenza são as infecções bacterianas secundárias,
principalmente as pneumonias. Em caso de complicações, o tratamento deve
ser específico. O Ministério da Saúde alerta que é fundamental procurar
atendimento nas unidades de saúde, para que haja identificação precoce
de risco para agravamento da doença.
Resfriados e alergias são diferentes?
O resfriado também é uma doença respiratória frequentemente
confundida com a gripe, mas é causado por vírus diferentes. Os vírus
mais comuns associados ao resfriado são os rinovírus, os vírus
parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (RSV), que geralmente
acometem mais crianças.
Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com da gripe, são mais
brandos e duram menos tempo, entre dois e quatro dias, segundo o
Ministério da Saúde. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza,
dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos
comum e, quando presente, é em temperaturas baixas.
As medidas preventivas utilizadas para evitar a gripe, como a
etiqueta respiratória, também devem ser adotadas para prevenir os
resfriados.
Outra doença que também tem sintomas parecidos e que pode ser
confundida com a gripe é a rinite alérgica, cujos principais sintomas
são espirros, coriza, congestão nasal e irritação na garganta.
Como podemos nos previnir?
De acordo com o Ministério da Saúde, para redução do risco de pegar
ou transmitir doenças respiratórias, as pessoas podem adotar medidas
gerais de prevenção:
- frequente lavagem e higienização das mãos, principalmente antes de consumir algum alimento;
- utilizar lenço descartável para higiene nasal;
- cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir;
- evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
- higienizar as mãos após tossir ou espirrar;
- não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
- manter os ambientes bem ventilados;
- evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe. Fonte: ebc.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário