"Trata-se de doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii"
Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar
infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.
A
infecção nos humanos é assintomática em 80 a 90 % dos casos, isto é,
não causa sintomas, e pode passar desapercebida naqueles pacientes cuja
imunidade é normal. As defesas imunológicas da pessoa normal podem
deixar este parasita “inerte” no corpo (sem causar dano algum) por tempo
indeterminado.
No entanto, quando esta pessoa
tornar-se imunodeprimida (com as defesas imunológicas diminuídas) por
qualquer razão (AIDS, secundária a remédios usados para transplantados
ou mesmo após uma doença muito debilitante) os sintomas e a doença
toxoplasmose pode se manifestar.
Outro período
particularmente de risco para se adquirir a infecção é durante a vida
intrauterina, da gestante para o feto (transmissão vertical). O feto
pode ter afetada a sua formação quando contaminado.
Como se adquire a doença? De quatro formas:
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O que se sente? Aqui precisamos fazer distinção entre:
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Naquelas
pessoas que possuem a imunidade preservada ocorrem sintomas somente em
10% dos casos. Nestes casos a principal manifestação é a presença de
linfonodos ou gânglios linfáticos aumentados : são as chamadas ínguas,
que podem ocorrer em qualquer lugar do corpo onde existam gânglios
(regiões inguinal, axilar, pescoço, etc), mas mais frequentemente
acometem o pescoço. Os gânglios ficam perceptíveis a simples
visualização ou a palpação e são indolores. As manifestações podem ficar
restritas a isto e são autolimitadas, isto é, desaparecem
espontaneamente.
No entanto alguns pacientes
podem apresentar febre, dores nos músculos e articulações, cansaço,
dores de cabeça e alterações visuais, quando ocorre comprometimento da
retina (camada que reveste a face interna e posterior do olho que é rica
em terminações nervosas sensíveis a luz), dor de garganta, surgimento
de pontos avermelhados difusos por todo o corpo - como uma alergia,
urticária e aumento do fígado e do baço; menos comumente ocorre
inflamação do músculo do coração. Dores abdominais podem ocorrer quando
houver comprometimento dos gânglios da região posterior do abdômen.
Apesar de, na maioria das vezes estes gânglios desaparecerem
espontaneamente, em alguns casos podem durar meses, bem como o cansaço e
a fadiga.
Uma forma menos benigna de acometimento dos pacientes com imunidade normal é a já citada inflamação da retina (corioretinite).
Ela
acontece no mais das vezes como decorrência da contaminação na vida
fetal, manifestando-se na adolescência ou quando adulto jovem, raramente
após os quarenta, mas pode - com muito menos frequência - ocorrer na
infecção aguda.
As pessoas com estes quadros
apresentam visão borrada e pontos cegos no campo visual que podem
permanecer ou até levar à cegueira do olho comprometido se não
adequadamente tratado.
Após uma fase aguda de
infecção, seja com manifestações mínimas (ínguas) ou não, a doença fica
latente, como se estivesse “adormecida” assim permanecendo para sempre
ou podendo reapresentar-se mais adiante espontaneamente ou como
decorrência de uma queda do nível de imunidade.
A
apresentação desta doença naqueles com imunidade diminuída, como já se
poderia imaginar é muito mais agressiva. Particularmente mais comum
neste grupo são os pacientes contaminados pelo vírus HIV-1 (vírus que
causa a síndrome da imunodeficiência adquirida, SIDA ou AIDS em inglês). Em geral também ocorre por reativação de infecção latente.
Os sintomas nestes casos são manifestações de comprometimento do cérebro, pulmões, olhos e coração. A
apresentação mais comum decorre do comprometimento cerebral manifesta
por dores de cabeça, febre, sonolência, diminuição de força generalizada
ou de parte do corpo (metade direita ou esquerda) evoluindo para
diminuição progressiva da lucidez até o estado de coma. Se não tratados, estes casos evoluem para uma rápida progressão e morte.
Como se faz o diagnóstico?
Por
se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas
outras, o diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na
área. A confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes
sanguíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos
no sangue contra o Toxoplasma gondii.
A
necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas
manifestações, locais de acometimento e principalmente estado
imunológico da pessoa que está doente. São três as situações:
- Somente comprometimento gânglionar: em geral não requer tratamento.
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Infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes
com materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser
tratados.
- Infecção da retina (corioretinite): devem ser tratados.
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- Devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação fetal
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Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime
de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve
ser mantida neste sentido.
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Estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os
contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um
pouco menor da medicação que usaram para tratar a doença por tempo
indeterminado. Discute-se, neste último caso a possibilidade de
interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem
recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a AIDS.
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Como se previne?
Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita:
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As
gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a
adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram
sucesso na prevenção da contaminação intrauterina fazendo testes
laboratoriais em todas as gestantes.
Em pessoas
com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de
medicação dependendo de uma análise individual de cada caso. Fonte: abcdasaude.com.br
Assista este vídeo para conhecer tudo sobre a toxoplasmose:
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