"Durante muitos anos, acreditou-se que os bebês nasciam sem qualquer
conhecimento sobre o mundo exterior"
Contudo, pesquisas recentes
questionam essa crença e fornecem pistas sobre o que sentem e se lembram
os bebês sobre a vida no útero e como essa aprendizagem os prepara para
sobreviver fora da segurança do útero materno.
Os bebês não são seres amorfos que se limitam a crescer e a dormir. Os seus sentidos
começam a desenvolver-se muito antes do nascimento e há memórias da
vida uterina que perduram para além do nascimento. Por isso, se fala
hoje na importância de estimular o bebê através do toque na barriga e da
música, por exemplo.
1. Ouvir: os sons do corpo e a voz materna
O útero não é um
lugar silencioso. O bebê ouve os barulhos produzidos pelo estômago da
mãe e o bater compassado do seu coração. Se a mãe estiver num ambiente
ruidoso, é provável que o bebê reaja, mexendo-se mais ou dando pontapés.
O som mais significativo para o bebê é a voz da mãe. Voz que reconhece tão bem quando nasce e se aninha nos seus braços, tranquilizando-o.
Por volta do sétimo/oitavo mês,
os batimentos cardíacos do bebê diminuem ligeiramente quando a mãe
fala, indicando que o som da voz da mãe tem um efeito calmante sobre o
bebê.
Quando nasce, o bebê já aprendeu a reconhecer a melodia da
voz materna e, quando agitado ou assustado, acalma-se mais rapidamente
se a mãe lhe falar docemente do que com qualquer outro som.
2. Visão: viver na penumbra
Apesar de os olhos do bebê se formarem logo no primeiro trimestre da gestação, só abrem por volta do sétimo mês.
O ambiente uterino não é um meio com grandes estímulos visuais mas
alguns médicos relatam que, se se apontarem uma luz forte para o útero, o
bebê se retrai e tenta proteger-se do excesso de claridade.
Por
este motivo, algumas correntes defendem que o bebê deve nascer num
ambiente com pouca luminosidade para se habituar gradualmente à
intensidade da luz externa.
3. Distinguir o doce do amargo
Apesar de só começar a comer alimentos que não o leite a partir do 4º ou do 6º mês de vida, o bebê já distingue os sabores amargos e doces antes de nascer. O bebê engole e expele continuamente o líquido amniótico.
Ao fazê-lo, os sabores dos alimentos que a mãe ingere, presentes no
líquido amniótico, são transmitidos ao bebê. Assim, quanto mais
diversificada for a dieta da mãe, melhor se desenvolvem as papilas
gustativas do seu bebê.
Durante a amamentação, o tipo de dieta da mãe também altera o sabor
do leite e, esta é também uma das vantagens do aleitamento materno.
Aquando da introdução dos alimentos sólidos, o bebê já está familiarizado com alguns sabores e aceita com maior facilidade novos alimentos.
4. Sonhar: o cérebro desenvolve-se
Alguns
especialistas defendem que os bebês sonham ainda na barriga da mãe. A
análise do comportamento dos fetos durante a realização das ecografias,
permitiu observar que os bebês fazem movimentos rápidos dos olhos,
indicador de que estão a sonhar.
5. Cheirar: os odores dos alimentos e o da mãe
O líquido amniótico,
para além de transportar o sabor dos alimentos, também absorve os
odores dos alimentos que a mãe come. Alguns especialistas defendem que,
para além dos odores da dieta materna, o bebê reconhece o cheiro da mãe e, por isso, aconselham a que o recém-nascido seja colocado no peito da mãe (contacto pele-a-pele)
mal acabe de nascer para que se reconheçam de imediato e o bebê se
sinta mais seguro e protegido num ambiente completamente desconhecido e
hostil.
6. Brincar: treinar reflexos essenciais para a vida fora do útero
Muito
antes de nascer, o bebê parece divertir-se no útero, especialmente
durante os primeiros meses da gravidez quando tem mais espaço para se
movimentar. Chuchar no dedo, agarrar os pés, empurrar as paredes
uterinas ou balançar o corpo, por exemplo, são sinais da intensa
atividade do bebê durante o tempo em que está acordado (o feto dorme 16 a
18 horas por dia, tal como o recém-nascido).
Toda esta atividade permite-lhe desenvolver reflexos importantes como a sucção,
reflexo essencial para se alimentar. Nos primeiros meses de vida, a
boca é o meio preferido para explorar o meio ambiente. Tudo serve para
meter à boca, desde os brinquedos aos pés e dedos das mãos.
Engolir e expelir o líquido amniótico também é uma forma de mover o diagrama e expandir os pulmões, preparando-se para o primeiro fôlego de ar, logo após o nascimento. Fonte: maemequer.pt
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