"Dias bons e ruins fazem parte do cotidiano, mas a oscilação constante de humor
pode indicar algo a fora do comum"
Porém, isso também não quer dizer
que uma pessoa que muda fácil da raiva para a alegria sofre com algum
distúrbio. É necessário cuidado ao diagnosticar esta variação de temperamento como um caso de transtorno bipolar.
Segundo o psicanalista Paulo Velasco, no paciente com o
distúrbio, “o hipocampo é afetado em cerca de 10%, o que gera perda
parcial de conexão com os neurônios, diminuindo a eficácia dos
medicamentos”. As funções desta área encefálica são ligadas ao eixo
frontal, podendo danificar a memória.
O cérebro de uma pessoa diagnosticada com o transtorno bipolar pode
sofrer com o excesso de alguns neurotransmissores, como o glutamato e a
dopamina. Em situação de defesa, o órgão envia células protetoras, o que causa inflamações e, consequentemente, as falhas nas ligações entre os neurônios.
Crise Bipolar
(Psicanalista Paulo Velasco - Contato por e-mail: paulo.velasco.psi@gmail.com)
Sem as medicações necessárias, as crises em indivíduos bipolares são inevitáveis. Os níveis variam de acordo com a incidência do bom e do mau humor e são divididos em leve, moderado, grave e crônico. O que os difere é a frequência com que se manifestam e o tempo de duração.
“O tratamento à base de lítio é o mais recomendado, com eficácia em 86% dos casos bipolares.
Também é possível a administração de antidepressivos, ansiolíticos e
anticonvulsivos para amenizar as crises”, revela o psicanalista.
Não há uma idade específica para desenvolver o transtorno bipolar,
sendo mais comum no início da vida adulta, dos 20 aos 25 anos. Porém, casos mais tardios podem surgir entre os 30 e 35 anos. Não há evidências em crianças, mas na adolescência é possível ocorrer devido às alterações normais de humor da puberdade.
Não é tudo igual
O transtorno maníaco-depressivo é frequentemente confundido
com outros distúrbios em virtude dos seus sintomas. “É muito comum o
bipolar conter traços de outros transtornos como a síndrome borderline.
Ambos apresentam instabilidade afetiva, irritabilidade, ansiedade
curta, ódio excessivo de alguém e distúrbios dissociativos”, explica
Velasco.
Diferentemente do senso comum, a pessoa não tem que lidar apenas com os picos de humor. A bipolaridade pode, muitas vezes, passar despercebida e ser considerada característica da personalidade, além de ser confundida com esquizofrenia, depressão e síndrome do pânico. Por isso, é importante que se estabeleça um diagnóstico exato antes que qualquer tratamento seja iniciado.
Além de outros transtornos mentais, os sintomas podem ser confundidos com quadros de saúde
como o hipotireoidismo, hipertireoidismo, doenças da suprarrenal,
diabetes, síndrome de ovários policísticos e outras patologias que
causam grande oscilação de humor.
As variações do transtorno bipolar
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (DSM) e a Classificação Internacional de Doenças (CID), o transtorno bipolar está dividido em:
• Tipo 1: tanto os sinais de mania (extrema
excitação) e depressão se manifestam intensamente (ao mesmo tempo ou
não) e podem prejudicar a vida social, levando à internação do
indivíduo.
• Tipo 2: oscilação entre depressão e euforia sem maiores prejuízos sociais para a pessoa.
• Não especificado: sintomas que indicam o distúrbio, mas não há a confirmação no diagnóstico.
• Ciclotimia: grau menor de transtorno de humor que
traz apenas uma alternância entre a depressão moderada e a hipomania
(estado leve de excitação). Fonte: altoastral.com.br
Assista no vídeo abaixo uma entrevista médica sobre o Transtorno Afetivo Bipolar:
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