"Quando falamos do uso de órgãos artificiais no treinamento de cirurgiões, a textura pode ser tão importante quanto à aparência"
Esse realismo ajudará médicos e estudantes a salvar muitas vidas nos centros de cirurgia.
Pesquisadores do mundo todo vêm usando impressoras 3D para criar
réplicas personalizadas de cérebros, espinhas dorsais e corações no
treino de cirurgias arriscadas. Alguns, porém, elevaram a tecnologia a
um novo patamar e criaram órgãos artificiais que se movem, sangram e têm
a mesma textura dos órgãos reais.
Essas réplicas viscosas não
apenas permitem que os médicos tenham uma visão mais realista de casos
complexos, como também auxiliam os estudantes de medicina no
desenvolvimento da memória muscular, habilidade necessária para a
prática cirúrgica.
O Simulador de Réplicas Inanimadas Para o
Aprendizado Físico (SIMPLE, na sigla original), um projeto da
Universidade de Rochester, nos EUA, utiliza hidrogel para criar réplicas
de órgãos em 3D que sangram quando cortadas.
"Poucas simulações
cirúrgicas conseguem reproduzir a experiência de uma cirurgia real do
início ao fim", disse o Dr. Ahmed Ghazi, um professor adjunto do
Departamento de Urologia, em comunicado
oficial. "Criamos um modelo com a mesma textura, aparência e reações de
um órgão vivo, o que permite que residentes e cirurgiões tenham a mesma
experiência que eles teriam na sala de cirurgia."
Em alguns
desses casos, os cirurgiões utilizam os órgãos sintéticos para testar
novos métodos ou aperfeiçoar suas performances em cirurgias de rotina.
Mas, em outros casos, a malformação de órgãos, ossos ou nervos de certos
pacientes obriga o cirurgião a testar vários métodos de cirurgia em
busca daquele que resultará em uma menor perda de sangue.
"Cirurgiões são como pilotos", disse Ghazi. "Sempre haverá a primeira
vez em que um piloto decola um 747, e sempre haverá a primeira vez em
que um cirurgião conduz um procedimento do começo ao fim. Embora os
pilotos tenham simuladores realistas onde eles podem treinar por horas e
horas, não há um equivalente para cirurgiões."
O jornal japonês Shimpo Hebei Shimbun noticiou, na semana passada,
que o Centro Nacional Para Pesquisa em Doenças Cardiovasculares havia
criado uma réplica de coração em 3D para aperfeiçoar a prática de
cirurgias cardíacas complexas.
As réplicas são criadas à
semelhança do órgão de cada paciente, e cirurgiões podem usá-las para
praticar cirurgias de alta complexidade. Diferentemente de outras
réplicas, esse coração artificial parece um órgão real, o que transforma
um simples treinamento numa experiência extremamente realista.
Hospitais
como o Cleveland Clinic usam impressoras 3D na preparação de cirurgias
complexas e raras. Além disso, pesquisadores de vários hospitais estão trabalhando para que, um dia, órgãos feitos em impressoras 3D possam ser utilizados em transplantes.
O Instituto Nacional de Saúde
americano oferece uma série de modelos de corações disponíveis para
impressão, oferecendo-os para qualquer instituição que queira treinar
cirurgias ou educar seus estudantes de medicina.
"A prática
cirúrgica é como uma caixa de Pandora", disse Ghazi em um comunicado.
"Só sabemos o que há lá dentro quando a abrimos." Fonte: motherboard.vice.com/pt_br
Neste vídeo você vai ver a fabricação de órgãos humanos em 3D:
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