"Cefaleia em salvas (CS) é um tipo de dor de cabeça diferente da
enxaqueca e da cefaleia tipo tensional"
É definida como uma doença
neurológica e é conhecida como uma das piores dores de cabeça que o ser
humano pode experienciar. Ao contrário da enxaqueca, afeta mais homens
que mulheres, acomete apenas um lado da cabeça, mais na região da fronte
e olho, acompanhada de lacrimejamento, vermelhidão nos olhos,
entupimento nasal, coriza, suor no rosto e queda da pálpebra. Um aspecto
marcante é a ritmicidade das crises, tanto com um período preferencial
de ocorrer ao longo do ano, como na sua predileção para atacar à noite.
Diagnóstico da cefaleia em salvas
Como o médico faz o diagnóstico de cefaleia em salvas? Infelizmente
os sofredores de cefaleia em salvasperegrinam anos e até décadas sem ter
um diagnóstico correto. São diagnosticados como enxaqueca, neuralgia do
trigêmeo, quando não são taxados de loucos.
A cefaleia em salvas é tão característica e distinta das outras dores
de cabeça que o diagnóstico pode ser feito a partir das primeiras
palavras do paciente. Em alguns casos, já se pode suspeitar só pelas
características faciais, pois alguns deles apresentam o rosto marcado,
cheio de rugas; é a chamada fácies “leonina”, e a pele tem aspecto de
casca de laranja.
Apesar das características aparentes, o médico faz o diagnóstico de
cefaléia em salvas baseado nos seguintes critérios diagnósticos:
a) pelo menos cinco crises preenchendo critérios B a D ;
b) dor forte ou muito forte unilateral, orbitária, supra-orbitária
e/ou temporal, durando de 15 minutos a 3 horas, se não tratada;
c) a cefaleia é acompanhada de pelo menos um dos seguintes itens:
1. hiperemia) conjuntival (olho vemelho) e/ou lacrimejamento ipsilaterais (do mesmo lado da dor);
2. congestão nasal e/ou rinorréia (coriza nasal) ipsilaterais;
3. edema palpebral (inchaço nos olhos) ipsilateral;
4. sudorese frontal e facial ipsilateral;
5. miose e/ou ptose (queda da pálpebra) ipsilateral;
6. sensação de inquietude ou agitação.
As crises têm frequência variante de uma a cada dois dias a oito por
dia, se não for atribuída a outro transtorno, ou seja, no caso de um
tumor, aneurisma ou outra doença.
Cefaleia em salvas na população

Faixa etária e sexo
A cefaleia em salvas é uma cefaleia que afeta principalmente o homem
adulto. Um fenômeno recente vem acontecendo na cefaleia em salvas: a
mulher ganha espaço não só no mercado de trabalho mas também na
quantidade de casos de Cefaleia em salvas. Os primeiros dados sobre a
doença apontavam para uma taxa de oito homens para uma mulher com esse
tipo de cefaleia, quer dizer que havia 8 vezes mais homens que mulheres
com Cefaleia em Salvas. Esses números baixaram. Ainda os homens tem mais
Cefaleia em Salvas, mas em uma relação menor, de dois a três homens para
um mulher.
A idade média de início mais comum é 28 anos, mas a faixa de 20 a 40
anos é geralmente respeitada. Pode ocorrer na infância (raramente) e
frequentemente os pacientes se mantém com crises até as décadas mais
adiantadas.
Fatores de risco e desencadeantes da cefaleia em salvas

Altitude, baixa saturação de oxigênio, exposição a solventes, altas
temperaturas, muita ansiedade, alterações do ritmo biológico, do ciclo
sono-vigília e oscilações do humor são também associadas à Cefaleia em
Salvas.
Causa da cefaleia em salvas
Por que ocorre a cefaleia em salvas? Os mecanismos da cefaléia em salvas são diversos, mas podemos dividir
em três grupos ou aspectos: cronobiológico, vascular e oxigenação.
O cronobiológico se dá porque na Cefaleia em Salvasocorre a disfunção
de um núcleo (núcleo supraquiasmático) numa região pequena e central do
cérebro, o hipotálamo. O núcleo supraquiasmático é nosso relógio
biológico. É através dele que ocorre o estímulo para a produção e
secreção de melatonina na glândula pineal, substância que é alterada no
sofredor de cefaléia em salvas.
O aspecto vascular se dá pelas alterações circulatórias das artérias
cerebrais. A oxigenação interfere na cefaléia, pois muitos pacientes
apresentam apnéia do sono, uma doença que reduz as taxas de oxigênio no
cérebro. Também são fatores de risco o tabagismo e a altitude, ambos
pela alteração nos níveis de O2.
Tratamento da cefaleia em salvas
O tratamento da cefaleia em salvas deve ser iniciado unicamente
depois de um diagnóstico correto. Deve-se tratar preventivamente, ou
seja, evitar que as crises apareçam, e também tratar a crise na hora que
ela vem. Como a doença se manifesta por surtos, é interessante fazer um
tratamento de transição, com medicamentos ou procedimentos que fazem
efeito nas crises, enquanto o tratamento preventivo inicia gradualmente o
seu efeito. Fonte: http://cefaleias.com.br
Assista o vídeo informativo sobre essa dolorosa dor de cabeça:
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