"A parotidite é uma doença infecciosa aguda cuja manifestação mais
evidente é a inflamação das glândulas salivares, sobretudo das
parótídas, o que justifica a designação da doença"
Causas e frequência
A
parotidite é provocada por um vírus específico, pertencente à família
Paramixovírus. O contágio produz-se por via aérea, através da inalação
das pequenas gotas de saliva contaminadas, suspensas no ar após terem
sido expelidas pelas pessoas afetadas. O período de contágio
prolonga-se desde uma semana antes do início dos sinais e sintomas até
que as manifestações da doença desapareçam.Embora o vírus, após
ser absorvido, se estabeleça e se reproduza nas mucosas das vias
respiratórias, ao fim de alguns dias, passa para a circulação sanguínea,
através da qual chega a diversos tecidos e órgãos, onde também se
estabelece e provoca uma reação inflamatória. Os órgãos mais afetados
são as glândulas salivares, nomeadamente as parótidas, situadas na
região lateral do maxilar inferior. Em alguns casos, produz-se
igualmente a inflamação de outros órgãos, tais como os testículos, o
pâncreas e as meninges, o que pode provocar várias complicações. Embora
a parotidite seja uma das doenças infecciosas mais frequentes ao longo
da infância, na maioria dos casos passa despercebida devido ao facto de
não provocar sinais ou sintomas. Apesar de o problema afetar,
sobretudo, as crianças com menos de 10 anos, também pode incidir nos
jovens ou adultos. Por outro lado, é com estranheza que afeta os bebês
com menos de I ano de idade, pois os anticorpos maternos recebidos ao
longo da gestação mantêm-se ativos durante essa idade. Nos países em
que a vacinação infantil sistemática contra a parotidite é adotada,
atualmente, a doença é muito pouco frequente e apenas se manifesta
esporadicamente, por vezes sob a forma de episódios epidêmicos, entre as
pessoas não vacinadas. Por outro lado, no resto do mundo, a doença é
muito frequente e continua a causar graves epidemias.
Manifestações
O
problema é, na maioria dos casos, praticamente assintomático. Nos
restantes casos, as manifestações costumam surgir após um período de
incubação de duas a três semanas após o contágio. Os sinais e sintomas
iniciais mais comuns são uma discreta subida da temperatura do corpo,
mal-estar geral, perda de apetite e dor de ouvidos. Ao fim de dois ou
três dias surge a manifestação mais característica: a inflamação das
glândulas salivares, que em termos médicos é designada sialoadenite.
Apesar de, na maioria dos casos, apenas se manifestar inicialmente numa
única glândula parótida (regra geral, na esquerda), mais tarde ou mais
cedo acaba por afetar ambas as parótidas e as glândulas salivares
maxilares e sublinguais.A inflamação das glândulas parótidas, a
mais grave e significativa, provoca uma evidente tumefação, que
contorna o ângulo do queixo e o pescoço e projeta o lóbulo da orelha
para a frente e para fora. Para além disso, gera um desconforto que, por
vezes, se transforma em dor, sobretudo ao girar a cabeça, ao mastigar e
ao engolir.Por seu lado, a inflamação das glândulas salivares,
na maioria dos casos ligeira, apenas se costuma evidenciar através da
vermelhidão dos seus pontos de saída, nomeadamente por baixo da língua e
por trás dos primeiros molares, e pelo aparecimento de dor que se
intensifica através da ingestão de substâncias quentes, ácidas ou duras.
Na maioria dos casos, a inflamação, a febre e o mal-estar desaparecem
ao fim de seis a dez dias, enquanto que as glândulas salivares
inflamadas recuperam o seu volume normal e o estado de saúde do
indivíduo afetado regressa totalmente ao normal. Após a cura da
parotidite, a pessoa fica imunizada para toda a vida, já que a doença
apenas se manifesta uma vez.
Tratamento
O
tratamento apenas é necessário quando o problema evolui por
manifestação de sinais e sintomas. Consiste em repousar, em evitar
alimentos sólidos, ácidos ou quentes e em ingerir líquidos em
abundância; caso seja necessário, passa também pelo recurso à
administração de antipiréticos.Por outro lado, quando o problema
afeta jovens após a puberdade, pode-se proceder à administração de
gamaglobulina específica para reduzir o risco de desenvolvimento de uma
inflamação dos testículos, uma das principais complicações da doença.
Prevenção
A
prevenção da parotidite baseia-se, sobretudo, na vacinação. Em diversos
países. procede-se à aplicação sistemática da vacina tripla vital em
todas as crianças, pois confere uma proteção contra a parotidite, o
sarampo e a rubéola. Esta vacina, que gera uma imunidade ao longo da
vida contra a parotidite, deve ser aplicada numa única dose por volta de
1 ano de idade, altura em que as defesas que o bebê tem, provenientes
do organismo materno, deixam de atuar. Todavia, quando uma criança
antes da puberdade não tenha, por alguma razão, sido vacinada
previamente, nem tenha sido afetada por parotidite, deve-se aplicar uma
vacina exclusiva contra a doença. Antes de se proceder à aplicação
desta vacina, convém consultar um especialista, pois a vacina tem
contraindicações diversas: por exemplo, não deve ser aplicada em
mulheres grávidas, em pessoas com as defesas imunitárias reduzidas ou
com infecções graves, nem em pessoas afetadas por determinadas
alergias.
Por outro lado, nos rapazes não vacinados que, após a puberdade, apresentem sinais ou sintomas de parotidite, recomenda-se o recurso a urna imunização passiva com a aplicação de gamaglobulinas específicas, sobretudo para evitar o desenvolvimento de urna eventual orquite.
Por outro lado, nos rapazes não vacinados que, após a puberdade, apresentem sinais ou sintomas de parotidite, recomenda-se o recurso a urna imunização passiva com a aplicação de gamaglobulinas específicas, sobretudo para evitar o desenvolvimento de urna eventual orquite.
Complicações
Embora
a parotidite tenha uma evolução benigna e, na maioria dos casos, não
provoque complicações, existem algumas exceções. Entre as principais, é
preciso referir três, devido à sua gravidade ou frequência: a orquite, a
pancreatite e a meningite. Fonte: medipedia.pt
Veja neste vídeo como é feito o tratamento médico da parotidite (cenas fortes):
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