"A mesada pode ser o primeiro passo para começar a falar sobre a vida
financeira com as crianças"
Entender como funciona o processo de
remuneração dos pais – que são pagos pelo trabalho que realizam nos seus
empregos –, a importância do orçamento doméstico na família e a busca
pelo consumo consciente são pontos que podem ser trabalhados com as
crianças a partir da rotina da mesada.
Mas
qual é a idade adequada para começar a falar de dinheiro com a
criançada? Como inserir a mesada no orçamento familiar? E de que forma
devem acontecer os acertos entre pais e filhos para que a prática seja
educativa?
Antes de pensar em mesada, é importante que os pais comecem a
conversar com os filhos – desde bem cedo, a partir de um ano de vida –
sobre dinheiro, hábitos de consumo, o preço das coisas, como se dá o
sustento da família, por exemplo.
Também é preciso ficar atento
para que a criança não presencie discussões sobre dinheiro entre os pais
e familiares, em tom de briga, para que não fique com a imagem de que
dinheiro traz desavenças. Sugere-se que, só depois dessa
conversa e do entendimento da mensagem, os pais passem a falar em mesada
– independentemente da idade da criança. Sugerimos que os pais
façam uma revisão no orçamento familiar para definir o valor da mesada,
que pode ser semanal.
A criança tem memória de curto prazo, por
isso é bom que receba mesada uma vez por semana. É importante manter a
data porque motiva, valoriza a criança.
Dicas para os pais
– Estimule seu
filho a ter sonhos e ensine que todo sonho tem um preço. O ideal é que a
mesada seja dividida em duas partes iguais: uma reservada no cofrinho,
para a realização do sonho da criança, e outra parte para uso no dia a
dia.
– No caso de crianças, sonhos de curto prazo são
aqueles que podem ser realizados em até três meses. De médio prazo, em
seis meses, e sonhos de longo prazo são os que podem ser realizados em
até um ano. Isso ajuda na hora de definir quanto será necessário poupar
até conseguir fazer a aquisição.
– Quando for fazer a compra do
objeto tão esperado, é importante a criança levar as moedas ao caixa da
loja para que sejam contadas. Isso vai deixá-la orgulhosa por ter conseguido fazer a aquisição a partir do hábito de poupar.
– Orçamento familiar apertado
não é desculpa para deixar de dar mesada. Os pais podem estimular as
crianças a juntar latinhas e garrafas pet para vender e reverter o
dinheiro para a mesada, ou sugerir que reúnam brinquedos sem uso para
serem vendidos.
Importância de poupar se aprende desde cedo
Quando
a assistente de eventos Karine Oliveira, 40 anos, respondia à filha
Júlia, dez anos, que não tinha dinheiro disponível para comprar
determinado objeto de desejo da menina, ela lembrava a mãe que, para
isso, bastava pegar o cartão magnético.
– Eu olho o preço das
coisas e peço para a mãe comprar. Já comprei uma boneca pela internet –
contou Júlia, que já sabe fazer pesquisa de preços nos sites de
produtos.
Foi aí que Karine percebeu a necessidade de começar a
falar sobre dinheiro com a filha, sobre como funciona a vida financeira
no mundo dos adultos, para que ela entenda que se trata de algo um
pouquinho mais complexo.
– Ela achou que era simplesmente pegar o
cartão. Vi que não sabia sobre dinheiro no banco, quanto custam as
coisas.
Aos
nove anos, Júlia começou a receber mesada no valor de R$ 50, como parte
do processo de educação financeira. A periodicidade é quinzenal. Com
esse dinheiro, a menina costuma satisfazer pequenas vontades, como o
sorvete e o lanche no shopping num passeio durante o Carnaval, por
exemplo. Também usou a mesada durante o veraneio em Cidreira, comprou
alguns itens do material escolar e também planeja poupar para outros
planos.
– Estou economizando para comprar o quimono para o judô – contou Júlia, aluna do quinto ano do ensino fundamental. Fonte: diariogaucho.clicrbs.com.br
Veja neste vídeo as explicações necessárias para você dar mesada para seus filhos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário