"Você consegue ficar longe de seu aparelho celular por 10 minutos ou
mais?"
Ou já parou para perceber quantas vezes durante uma hora
desbloqueia a tela de seu equipamento apenas para averiguar as coisas?
Se você se identifica com essas situações fique atento, pode ser que
seja uma pessoa “nomofóbica” – nomenclatura dada a pessoas que sofrem
com o desconforto ou a angústia causados pela incapacidade de
comunicação através de aparelhos celulares ou computadores.
Algumas pessoas chega a abrir mão de várias coisas, como por exemplo,
sair com amigos, por causa do celular. E por conta disso, alguns
especialistas afirmam que essa pode ser a doença que tem os sintomas dos
maiores vícios do futuro.
O fenômeno da nomofobia foi apontado em pesquisa realizada em 2012 na
França. Durante um estudo no país, 34% dos jovens de 15 a 19 anos por
lá achavam “impossível” ficar mais de um dia sem celular. Quando os
números se referem ao Brasil, a situação não parece ser muito diferente.
Atualmente, há mais de 276 milhões de aparelhos celulares com linhas
ativas no país, o que ultrapassa em mais de 70 milhões o número de
brasileiros.
A pesquisadora do Laboratório de Pânico e Respiração do Instituto de
Psiquiatria da UFRJ, Anna Lucia Spear King, conta que em um estudo, 34%
dos entrevistados sem problemas psicológicos afirmaram ter alto grau de
ansiedade sem o telefone por perto. E 54% definiram como “pavor” o fato
de ficar sem o aparelho.
“A nomofobia não costuma aparecer sozinha. Em geral, está associada
aos transtornos de ansiedade, que podem ser síndrome do pânico,
transtorno bipolar, estresse pós-traumático, entre outros. Tratando
essas doenças com remédios e terapia, a nomofobia também desaparece”,
disse Anna.
A revista Time e Qualcomm realizaram uma pesquisa em diversos países
sobre o assunto e chegaram a conclusão que o uso de celular está cada
vez maior. Durante a pesquisa cinco mil participantes foram
entrevistados, destes, 79% disseram que se sentem mal sem o telefone. No
Brasil, a pesquisa também foi aplicada, e 58% disseram que usam o
celular a cada 30 minutos, outros 35% a cada dez minutos.
Sintomas
Angústia, ansiedade, falta de ar, náuseas e depressão são alguns dos
sintomas que uma pessoa nomofóbica pode apresentar seguido de hábitos
como manter o celular ligado 24 horas por dia e dormir com o celular
embaixo do travesseiro, mentir sobre tempo gasto na rede, carregar
consigo mais de uma bateria, carregadores ou aparelhos reserva, conferir
obsessivamente as chamadas, e-mails e mensagens de aplicativos, deixar
de fazer atividades que gosta para ficar no celular ou na internet e
colocar relacionamento ou trabalho em risco por conta do aparelho.
Quando você repete determinado comportamento, como, por exemplo, o
jogo compulsivo, depois de poucos minutos ocorre a liberação de dopamina
(conhecida como “hormônio do prazer”), que faz com que a motivação seja
aumentada, renovada, criando assim um círculo vicioso. No caso do
smartphone, este comportamento leva a pessoa à necessidade de ficar cada
vez mais conectada, em contato com o aparelho.
As consequências desse vício podem ser sentidas no
organismo. Uma pesquisa realizada na Coreia do Sul, comparou os efeitos
no cérebro de pessoas que costumam passar muito tempo na internet com
dependentes de álcool e outras drogas. Em todos
os casos analisados houve desgaste significativo na bainha de mielina –
uma substância branca que envolve o neurônio e aumenta a velocidade de
condução do impulso nervoso, algo que já era uma consequência
neuroquímica conhecida do consumo abusivo de drogas, mas ainda não havia
sido relatada em dependentes digitais.
Tratamento
A psicoterapia é vista como um tratamento para a doença, dependendo
da dependência, se ela estiver associada a outros transtornos
psiquiátricos, pode ser que precise usar medicamentos.
Especialistas afirmam que algumas atividades também podem ajudar no
tratamento ou evitar que a pessoa se torne nomofóbica, como, por
exemplo, fazer atividades que estimulem convívio social e a saúde, como a
prática de esportes, ficar atentos a possíveis surgimentos de problemas
emocionais que tenham relação com o uso da tecnologia, como briga com a
família, e evitar o uso de dispositivos em atividades em que é possível
priorizar o convívio com familiares, como encontros e festas. Fontes: extra.globo.com / elhombre.com.br / sbie.com.br/blog / zh.clicrbs.com.br / fatosdesconhecidos.com.br
Acompanhe no vídeo a seguir a seriedade do problema chamado "Nomofobia":
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