"Pênfigo é uma doença autoimune"
A primeira manifestação clínica é o
aparecimento de bolhas cheias de líquido, intraepidérmicas, de diâmetros
diferentes, primeiro nas membranas mucosas da boca, vagina e pênis, ou
na pele do tórax, rosto e couro cabeludo, mas que depois se espalham
pelo corpo todo. Quando essas bolhas se rompem, surgem no local feridas
em carne viva que podem ocupar grandes áreas e servem de porta de
entrada para infecções.
Pênfigo é uma doença grave que, não tratada a tempo, pode levar à
morte. Ela acomete preferencialmente adultos de ambos os sexos a partir
da quinta década de vida, mas os casos tendem a diminuir depois dos 70
anos. Na infância e na adolescência, a enfermidade costuma ser bastante
rara.
Ainda não se conhece a causa exata da doença, mas parecem estar
envolvidos fatores genéticos e imunológicos, assim como infecção por
vírus, o uso de certos medicamentos e a presença de outros agentes
externos.
Sintomas
Existem vários tipos de pênfigo. Os mais comuns são o pênfigo vulgar e o pênfigo foliáceo. O pênfigo vulgar é a forma mais frequente e mais grave da doença. A
manifestação inicial é o surgimento de vesículas muito dolorosas,
parecidas com aftas, nas membranas da mucosa oral. Em pouco tempo, essas
bolhas de diâmetro variável se espalham por outras áreas da pele e
podem romper-se deixando expostas erosões ou úlceras em carne viva.
O pênfigo foliáceo é uma forma da doença também de caráter autoimune,
com duas apresentações clínicas diferentes: a doença de Cazenave e o
pênfigo foliáceo endêmico, ou fogo selvagem, como é popularmente
conhecida.
No Brasil, o fogo selvagem acomete principalmente crianças e jovens
das áreas rurais de algumas regiões. Sua principal característica é o
aparecimento de bolhas superficiais na cabeça, pescoço e tórax, que
depois se espalham pelo corpo todo e arrebentam, deixando no lugar
feridas abertas que criam crostas, doem e ardem, como se tivessem sido
provocadas por queimaduras. Outro marca importante dessa forma da doença
é que as lesões jamais aparecem na mucosa oral.
Alguns estudos em andamento sugerem que o pênfigo foliáceo endêmico
pode ser transmitido por mosquitos. Essa seria a explicação para os
casos estarem mais concentrados nas áreas próximas às regiões de
desmatamento do País.
Diagnóstico
O diagnóstico baseia-se nas características das lesões bolhosas e no
sinal de Nikolsky, que consiste no deslocamento das camadas inferiores
da pele, quando sua superfície é comprimida ou friccionada. Outros recursos laboratoriais importantes para o diagnóstico são os
exames de imunofluorescência indireta e a biópsia realizada com um
fragmento do tecido das lesões. O diagnóstico precoce é fundamental para inibir a evolução da doença.
Tratamento
O objetivo do tratamento é reverter o processo de autoagressão dos
anticorpos na pele e, consequentemente, a formação de bolhas.
Inicialmente são ministradas, doses elevadas de corticosteroides por via oral, que vão sendo reduzidas
aos poucos, à medida que as lesões desaparecem. Uma dose mínima, porém,
deve ser mantida até o restabelecimento completo do paciente. Em alguns
casos, pode tornar-se necessária a indicação de drogas
imunossupressoras e de antibióticos. As feridas que se formam depois que as bolhas rompem precisam de
cuidados especiais para evitar infecções e facilitar a restauração da
epiderme. Fonte: drauziovarella.com.br
Veja o vídeo abaixo para assistir a uma interessante reportagem sobre o Pênfigo:
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