"O líquido ejaculado, durante a relação sexual, tem seu volume formado
principalmente pelas vesículas seminais e próstata, apenas 5% desse
volume sendo constituído por espermatozoides"
Dessa forma, mesmo que
exista ejaculação (até de grande volume), isto não garante a fertilidade
do homem: a existência ou não de espermatozoides no ejaculado deve ser
mostrada pelo espermograma. Se, por um lado, a existência de
espermatozoides não garante fertilidade do homem, por outro, a sua
ausência garante a infertilidade.
A ausência total de espermatozoides é conhecida como azoospermia.
Existem duas formas de azoospermia: algumas são decorrentes de
obstrução nos canais que conduzem os espermatozoides para a uretra
(chamadas obstrutivas), e outras, de falta de produção dos gametas masculinos (chamadas não obstrutivas).
As obstruções
podem ocorrer em qualquer ponto dos genitais masculinos. As que ocorrem
nos microtúbulos dos testículos e epidídimos, em geral, são sequelas de
processos inflamatórios nessas duas estruturas. Nos canais que conduzem
os espermatozoides para a uretra (dutos deferentes), a obstrução mais
comum é a produzida pela vasectomia. A par disso, existe ainda um
defeito do desenvolvimento do feto em que a pessoa nasce sem os dutos
deferentes. Na maioria dessas situações, existem espermatozoides nos
testículos ou nos epidídimos, que podem ser retirados por procedimento
cirúrgico. Posteriormente, serão utilizados para fertilização de óvulos e
formação de embriões (fertilização in vitro).
Em outras
ocasiões, mesmo havendo permeabilidade dos genitais masculinos, pode
ocorrer um distúrbio pelo qual o homem ejacula para dentro da bexiga ao
invés de ejacular na uretra: nesse caso, não sai líquido pelo pênis,
embora o homem sinta a ejaculação (a chamada “ejaculação seca”). Nesse
caso, os espermatozoides são obtidos na urina, após tratamento com
substâncias que reduzem a sua acidez, e utilizados também para
fertilização in vitro.
As azoospermias não obstrutivas
são, em geral, mais difíceis de tratar. Alguns pacientes têm defeitos
nos hormônios que regulam o funcionamento dos testículos. Esses
hormônios são produzidos pela hipófise, regulando tanto a produção de
espermatozoides (hormônio folículo-estimulante) quanto à do hormônio
masculino, a testosterona (hormônio luteinizante). Nesses casos, o
tratamento hormonal muitas vezes pode melhorar o funcionamento
testicular, com produção de espermatozoides. Alterações genéticas também
podem resultar em azoospermia não obstrutiva; a mais frequente é a
falta de genes, no cromossomo Y, determinantes da produção de
espermatozoides (microdeleção). Nesse caso, não há tratamento que
restitua a fertilidade, devendo a gravidez ser obtida pelo uso de banco
de sêmen.
Existem, ainda, pacientes nos quais os testículos não
migraram para a bolsa escrotal. Essa condição é necessária para o bom
funcionamento das reações químicas intratesticulares, uma vez que elas
são efetivas em temperaturas mais baixas que as do corpo. Assim, se não
há essa migração, os testículos tendem a ficar atrofiados e não mais
produzir espermatozoides. Também, nesses casos, a solução passa pelo
banco de sêmen. Isto é também solução para indivíduos com alterações
cromossômicas, nas quais os testículos não conseguem desenvolvimento
adequado. Fonte: spdm.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário