"Muita gente questiona a razão de se investir tanto dinheiro na exploração espacial e inclusive na manutenção da Estação Espacial Internacional — a estrutura mais cara
já construída pela humanidade, ao custo de “astronômicos” US$ 150
bilhões"
No entanto, o que nem todo mundo considera é a quantidade de
avanços conquistados graças ao desenvolvimento de tecnologias
relacionadas ao desejo do homem de ir ao infinito e além.
Embora os cientistas empenhem muito tempo e neurônios no
desenvolvimento de melhores telescópios, sondas espaciais, foguetes e
equipamentos para que os astronautas possam sobreviver no espaço, muitas
tecnologias acabam sendo aplicadas para melhorar a vida de todos aqui
na Terra.
Mas não pense que o progresso se limitou apenas às áreas que mencionamos acima. De acordo com Nicole Cammorata, do site Mashable,
a exploração espacial também motivou inúmeras inovações na medicina e
em outras esferas da saúde. Confira quatro delas — e um bônus — a
seguir:
1 – Melhor entendimento sobre a osteoporose
Você já deve ter ouvido falar que um efeito da microgravidade no corpo humano é a perda óssea, certo? E esse efeito é levado bastante a sério, uma vez que os astronautas que passam longas temporadas no espaço chegam a sofrer uma perda cerca de 10 vezes superior à de pacientes diagnosticados com osteoporose.
Essa turma precisa cuidar da saúde, pois pesquisas focadas em contornar esse problema junto aos viajantes
espaciais descobriram, por exemplo, que a prática diária de atividades
físicas, assim como doses semanais de bisfosfonatos, podem ajudar a
combater a perda óssea de astronautas. E o legal é que essas descobertas
vêm ajudando especialistas aqui na Terra a encontrar novas formas de
tratar e proporcionar mais alívio para pacientes terráqueos.
2 – Cirurgiões robóticos
Se você curte acompanhar a rotina dos astronautas que estão na Estação Espacial Internacional, então deve saber que de vez em quando eles precisam sair da proteção dos módulos para realizar atividades de manutenção e reparos no exterior da nave. No entanto, como as saídas envolvem riscos — algumas mais que outras —, cientistas desenvolveram um braço robótico para que trabalhos mais pesados possam ser feitos sem expor ninguém ao perigo.
(Paige Nickason, a moça da foto acima, passou por uma cirurgia de remoção de tumor cerebral que salvou sua vida)
Chamada Canadarm,
essa tecnologia foi criada pela agência espacial canadense e, embora
tenha sido projetada para ajudar os astronautas no espaço, os cientistas
encontraram uma aplicação para ela aqui no nosso planeta. O braço
mecânico — que deu origem ao Canadarm2 e Dextre — passou por algumas
adaptações e foi transformado no neuroArm, um equipamento que vem sendo
utilizado na realização de procedimentos cirúrgicos superdelicados e
complicados, como a remoção de tumores cerebrais, por exemplo.
3 – Ortodontia estelar
Quem poderia imaginar que o desenvolvimento de tecnologias para a exploração espacial poderia resultar em avanços para tornar nossos sorrisos mais bonitos! Pois vários progressos foram conquistados ao longo dos anos, de melhores materiais para restaurações a métodos mais eficientes para combater a dor ou a perda de dentes, incluindo novidades na ortodontia.
Sabe os aparelhos “invisíveis”, que apareceram há alguns anos como
opção aos bráquetes metálicos? Eles surgiram graças ao desenvolvimento
de um material chamado alumina policristalina — uma cerâmica mais
resistente do que o aço que foi originalmente criada pela NASA para
sistemas de rastreamento de mísseis.
4 – Maior compreensão de problemas respiratórios
Como você deve saber, os astronautas da Estação Espacial Internacional não só realizam uma porção de estudos científicos, como também participam de inúmeros experimentos médicos com o objetivo de determinar como a falta de gravidade afeta o nosso corpo. Um deles é o Airway Monitoring Experiment, que tem como propósito monitorar os níveis de óxido nítrico nos pulmões dos residentes espaciais.
Segundo os cientistas da Agência Espacial Europeia, embora seja
normal encontrar pequenas quantidades desse composto no organismo, doses
excessivas indicam inflamações nas vias aéreas provocadas por fatores
ambientais, como a presença de poluentes e partículas de poeira ou,
ainda, por condições de saúde como a asma. Os pesquisadores ainda estão
trabalhando na coleta de dados, mas suas descobertas poderão ajudar os
especialistas aqui na Terra a entender e desenvolver novos tratamentos
para problemas pulmonares.
Bônus - Melhores termômetros
Você deve ter percebido que aqueles termômetros de vidro contendo mercúrio estão desaparecendo do mercado e dando lugar a versões eletrônicas que, além de serem mais seguras para o meio ambiente, são mais seguras para nós e precisas também, certo?
Entre as novidades que já existem por aí estão os dispositivos
capazes de medir a temperatura corporal rapidamente a partir do tímpano
de uma pessoa — método especialmente útil para descobrir se uma criança
está ou não com febre, uma vez que os pequenos parecem ter verdadeiro
pavor aos termômetros convencionais e zero de paciência para ficar com o
danado debaixo do bracinho por 2 minutos.
Você já tentou medir a temperatura de uma criança doentinha? Desafio... Pois esses termômetros realizam a leitura da temperatura
corporal por meio de sensores de infravermelho — uma tecnologia que foi desenvolvida originalmente pela Nasa para determinar a temperatura de estrelas e planetas a partir da medição da emissão da radiação vinda desses astros. Fontes: mashable.com / megacurioso.com.br
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