"Discreto, calado, pequeno, quase que
imperceptível. Isto é, até colocar suas garrinhas de fora, dar sinais de
que quer explodir e mostrar para o seu dono o motivo da sua existência"
Não, não é de vulcão que estamos falando, mas sim do apêndice: uma
pequena bolsa na parte externa do intestino grosso.
Muitas pessoas acreditam que o apêndice só serve para dar trabalho e
dor à uma pessoa que desenvolve – do nada – uma apendicite, inflamação na estrutura. Mas um estudo recente nos prova que não: o apêndice possui um tecido linfático integrado ao sistema imunológico que trabalha na produção de anticorpos!
Muitas literaturas ainda consideram o
apêndice como um órgão vestigial, ou seja, uma estrutura atrofiada que
não possui mais função para o organismo. Para tentar desvendar esse mistério, estudiosos mapearam a história evolutiva
de outras 361 espécies de mamíferos e concluíram que o apêndice evoluiu
no mínimo 32 vezes ao longo dos milhões de anos que passaram. Durante
todas as evoluções, ele foi “perdido” apenas cerca de 7 vezes. Isto
prova que o apêndice não evoluiu ao acaso e que possui um valor
significativo para que não tenha se perdido no curso do processo
evolutivo.
Pesquisadores dos Estados Unidos
descobriram que as espécies que mantiveram o apêndice, ou o recuperaram
ao longo dos anos, tinham maiores concentrações de tecido linfático no
ceco, primeira parte do intestino grosso. O tecido linfático é conhecido
por estimular o crescimento de alguns tipos benéficos de bactérias intestinais, desempenhando assim um importante papel no sistema imunológico. “Nesse caso, poderíamos dizer que a função biológica do apêndice é a produção de anticorpos, Jubilut?”
(Ceco e apêndice são diferentes porções do intestino grosso que estão relacionadas ao sistema imunológico)
Pesquisas sobre a real função do apêndice
estão apenas no início, já que questionamentos como “Se o apêndice
possui uma função tão importante no sistema imunológico, por que as
pessoas que têm o apêndice removido, conseguem levar uma vida normal?”,
ainda são difíceis de serem explicados. Uma das hipóteses é que outras células
do corpo se organizem para suprir o sistema imunológico, quando o
apêndice é removido, para que o indivíduo não tenha maiores prejuízos.
Apesar desta hipótese não ter sido
comprovada, os estudos recentes trazem uma nova perspectiva para a
existência do apêndice em nosso corpo, apoiada pela evolução. Como diria
uma frase popular: “Não mexe com quem tá quieto!”. Vamos deixar o bullying de lado, aceitar a sua importância e reconhecer o seu valor. Pelo menos até que ele nos prejudique ou que a ciência prove o contrário. Fontes: sciencedirect.com / biologiatotal.com.br
Veja no vídeo a seguir a importância do apêndice para o organismo e suas funções para o sistema imunológico:
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