"Interessante entender como o momento histórico do nascimento determina as atitudes e valores de toda uma geração"
Existe um documentário do YouTube faz alusão às gerações Baby Boomer, X e
Y. Em outras palavras fala sobre as pessoas nascidas na década de 40 a
60, das nascidas no final dos anos 60, início dos anos 70 e daqueles
nascidos nos anos 90, mostrando as dificuldades e possibilidades que
estas gerações enfrentam nas relações profissionais. A geração Z não é
citada no documentário, mas a título de curiosidade, é a geração dos
nascidos no final dos anos 90, ou seja é geração cem por cento da Era
Digital.
Os Baby Boomers nasceram ao longo do período pós guerra, esta é uma
geração que foi educada com valores necessários à reconstrução dos
países envolvidos no conflito. Aqui no Brasil vivíamos o período da
Ditadura Militar, o lema “Ordem e Progresso” vivido a todo o vapor é o
lema desta geração. É uma geração focada na construção de vínculos
profundos e duradouros, que valorizava a hieraquia e o esforço para a
conquista pessoal.
A geração seguinte, Geração X, viveu as grandes
mudanças na cultura de massa. Viu os Beatles, o Festival de Woodstock, o
Brasil ser tricampeão mundial de futebol, o fim da Guerra do Vietnã,
vivenciou a chegada da tecnologia em nossos lares e aprendeu uma dura
lição com o surgimento da aids. É uma galera que vivenciou grandes
acontecimentos da história recente da humanidade.
Em passado recente se transformou na geração “Cara Pintada”, que saiu
às ruas para exigir o voto direto para presidente do Brasil e que
derrubou do poder, pela primeira vez na história deste país, um
presidente acusado de corrupção. Uma geração que viveu grandes crises
econômicas e que aprendeu a poupar para ter numa eventual necessidade,
que valoriza o mérito, que “abomina” a tecnologia e teme a inovação.
Vivenciou muitas mudanças e valoriza a estabilidade.
A Geração Y nasceu com a internet. É uma geração mais imediatista, quer tudo rápido, tudo para agora! Os jovens dessa geração
são inovadores e, para nós mais quadradinhos, são tidos como voláteis e
desleais, porque não se prendem às pessoas e lugares, são também
desapegadas de valores como estabilidade no emprego, apreciando viver
desafios. Sem a menor cerimônia abandonam tudo em nome de novas
possibilidades. São totalmente digitais. Ao mesmo tempo conversam na
internet, assistem televisão, ouvem música, respondem e-mail e ainda
conseguem, por frases curtas e diretas, nos contar como foi o dia na
escola/trabalho.
As crianças e adolescentes, nascidos a partir dos meados de 90, fazem
parte da Geração Z. São muito parecidos com a Geração Y. Não consegue
conceber a vida sem que estejam cercados por celulares, jogos
eletrônicos e internet. Uma galera que tem pressa para tudo, que é
extremamente ansiosa, sendo comum ouvirmos a queixa de que apresentam
baixa capacidade de concentração e baixa tolerância à frustração.
Quando
assisti ao vídeo e estudei o material do curso, me veio
instantaneamente à cabeça os protestos que varreram o Brasil. Num
primeiro momento associei as ondas de protestos aos vividos pela minha
geração no tempo dos “Caras Pintadas”. Acho que não fui a única. Era
comum conversar com meus contemporâneos e ver a empolgação pela
situação. Claro, Freud explica, num lance de projeção, fizemos uma
regressão e saímos às ruas para protestar.
As gerações mais “maduras” foram reviver a glória dos anos 80! Claro que no meio disso tudo os engajados políticos foram lá realmente protestar!
Observando
este episódio de nossa recente história, fiquei a pensar naquilo que
tanto ouvia na época em que era adolescente sobre os conflitos das
gerações. Todos nós vivemos isto. Minha mãe um dia deixou de ser minha
heroína e passou a ser meio que ultrapassada… com certeza minha filha em
algum momento da vida pensará (se é que já não pensa!) da mesma forma.
Na sua vida isso também acontecerá, se ainda não aconteceu.
Cada
geração é dotada da riqueza e da beleza de ser quem é! À geração que
antecede fica a tarefa de educar e conter os arroubos próprios dos mais
novos, mas fica também a possibilidade de se desarmar a prender com a
geração que chega.
Com meus filhos e sobrinhos aprendo todos os dias e ensino todos os
dias. Eles me ensinam a não temer o futuro e todas as parafernálias
digitais que surgem diariamente. Eu também devo ensinar a cada um alguma
coisa. Talvez eu ensine que devemos ser inovadores, sem jamais sermos
irresponsáveis, que podemos buscar sempre o melhor, sem que para isso
tenhamos que “pisar” nos outros… E você? Tem se permitido aprender com
as novas gerações? E o que tem ensinado?
Sabe, acredito muito nas
palavras da música “Como nossos Pais”, docemente cantada pela Elis
Regina. Em algum tempo ali no futuro, meus filhos serão uma versão
melhorada do meu eu, porque hoje, com certeza e apesar de tudo, ainda
sou a mesma e vivo (em muitos aspectos, numa versão melhorada) como
minha mãe! Fonte: fasdapsicanalise.com.br
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