"O stent é uma pequena prótese em formato de tubo que é colocada no
interior de uma artéria para evitar uma possível obstrução total dos
vasos"
De acordo com a cardiologista Sandra Regina Arcêncio, do Hospital
Alemão Oswaldo Cruz, a colocação do stent é um procedimento invasivo
muito eficiente e menos agressivo que uma cirurgia de revascularização
convencional, já que não requer abertura do tórax.
“O pequeno tubo metálico é feito de uma
liga de aço e cobalto que se expande dentro da artéria. É utilizado
quando há obstrução das artérias coronárias, que são extremamente finas.
Se houver uma lesão que dificulte o fluxo do sangue em 70% ou mais, é
necessário intervir, já que uma obstrução dessa magnitude pode
comprometer a oxigenação das células do miocárdio, que são dependentes
da irrigação da ‘artéria doente’. Em outras palavras, quando o oxigênio
não chega às células pode haver danos como o infarto. A pequena prótese,
então, é inserida para permitir que o fluxo sanguíneo se estabilize e o
coração volte a receber oxigênio normalmente’’.
O procedimento é rápido e geralmente o
paciente recebe alta do hospital já no dia seguinte. O calibre do stent
depende do tamanho da artéria e da lesão. “A prótese é inserida em uma
artéria periférica, pode ser na perna ou no braço, com ajuda de um
cateter balão, que é guiado até o local obstruído. Ali, o balão infla
expandindo o vaso sanguíneo. Em segundos a área fica dilatada e o stent é
colocado, para que o fluxo sanguíneo se normalize”, explica Sandra.
Atualmente, é muito utilizado o stent
farmacológico, pois sua estrutura metálica é revestida por um polímero
com medicamentos que ajudam na cicatrização. “Ao utilizar stents
convencionais, há maior risco de haver reestenose, ou seja, as artérias
fecharem novamente. Isso ocorre porque o procedimento pode lesionar o
tecido que reveste as artérias, acumulando células que levam à
obstrução. Os stents farmacológicos liberam medicação por tempo
suficiente para não haver formação de fibroses ou cicatrizes”, completa a
cardiologista.
Há ainda uma prótese reabsorvível de
proteína sendo testada, mas seu uso ainda não foi liberado no país. A
vantagem, segundo a médica, é que entre seis meses e dois anos a prótese
“desaparece”, pois é absorvida pelo corpo, e o vaso volta a ter as
mesmas características anteriores à obstrução.
O risco da cirurgia é pequeno. Sandra
explica que as contraindicações para a instalação do stent normalmente
são de ordem anatômica, como vasos muito pequenos, lesões muito
extensas, ou então a artéria coronária se situa perto de uma bifurcação
onde seja difícil inserir a prótese. Pode haver ainda um problema de
vasos calcificados, que impedem a expansão da artérias. “Mas casos assim
são extremamente raros. Na maioria dos pacientes conseguimos realizar a
operação com grande êxito”. Fonte: coracaoalerta.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário