"Embora piercings e tatuagens estejam mais aceitáveis
socialmente, uma pesquisa de 2014 com cerca de 3.000 pessoas concluiu
que 76% das pessoas acham que tatuagens ou piercings poderiam atrapalhar
a chance de conseguir um emprego"
Um estudo de 2015 mostrou que 38% dos jovens entre 18 e 29 anos de
idade tinham pelo menos uma tatuagem e 23% apresentavam piercings em
outras partes do corpo, fora a orelha. “Tatuagens são muito mais
aceitas hoje do que há 20 anos. Ao aconselhar adolescentes, eu recomendo
que eles façam uma pesquisa e pensem bem sobre o quê e onde eles querem
tatuar”, disse Cora Breuner, líder do relatório.
Orientação
Para os profissionais de saúde, a AAP recomenda que o assunto seja
abordado de forma aberta em consultas com adolescentes e que, em caso
afirmativo, tais modificações não sejam encaradas como um sinal de
automutilação. Em vez de repreendê-los, o ideal é orientá-los a
discutir o assunto com seus pais ou algum adulto. Também é importante
alertá-los sobre os cuidados e as possíveis consequências dessa atitude.
Cuidados e possíveis complicações
Antes de qualquer um desses procedimento, o ideal é que o adolescente
ou jovem garanta que suas vacinas estão em dia e não tome nenhum
medicamento que possa comprometer sua imunidade. Também é imprescindível
procurar um lugar regulamentado, limpo e com boa reputação.
O documento ressalta que complicações decorrentes de tatuagens
são raras e pouco conhecidas, mas incluem infecções, queloides e até
vasculite, uma rara inflamação nas veias. Entre os problemas causados
por piercings estão infecções, dor, sangramento, cistos, reações alérgicas e cicatrizes. A escarificação,
técnica de modificação do corpo que consiste em produzir cicatrizes no
corpo através de instrumentos cortantes, pode ter consequências
similares, principalmente se o profissional não tiver experiência.
Alguns sinais de que algo está errado e que um
médico deve ser procurado são: vermelhidão, inchaço, pus ou secreção,
febre, linhas vermelhas na pele e sangramento prolongado (no caso de
piercings). Também é importante que o adolescente conte ao médico que a
infecção ocorreu após ter colocado um piercing, para que o melhor
tratamento possa ser definido com clareza.
Consequências
Embora essas modificações sejam mais aceitáveis socialmente, uma
pesquisa de 2014 com cerca de 3.000 pessoas concluiu que 76% das pessoas
acham que tatuagens ou piercings poderiam atrapalhar a chance de alguém
conseguir um emprego.
“Na maioria dos casos os adolescentes só querem curtir a aparência de
um piercing ou tatuagem, mas nós os aconselhamos a conversar com seus
pais ou algum adulto antes de tomar qualquer decisão. Até porque, muitas
vezes, eles não se dão conta do quão caro é a remoção
de uma tatuagem [algumas centenas de dólares, segundo o relatório] ou
como um simples piercing na língua pode resultar em um dente quebrado”,
explicou David Levine, coautor do relatório.
Modificação ou autolesão?
A diretriz busca também orientar os profissionais de saúde a
distinguirem modificações corporais comuns, como piercings e tatuagens,
de tentativas mais dramáticas e intensas de automutilação. O problema,
conhecido como síndrome da autolesão, inclui cortes,
arranhões e até mesmo queimaduras provenientes de uma ação impulsiva ou
compulsiva associada a problemas mentais. Fonte: veja.abril.com.br
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