"Dá para comprar felicidade? Há quem acredite que sim
– e diz que quem discorda não sabe o endereço das lojas certas"
No
entanto, a realidade não é bem essa. Se fosse, nossa sociedade como um
todo seria muito mais feliz do que há alguns séculos, dado o nosso nível
de riqueza. Hoje temos geladeiras e smartphones, cartões de crédito e fast fashion, TVs inteligentes e todos os sonhos de consumo que pudermos imaginar. Vivemos também em meio a uma espécie de epidemia de depressão.
Ainda assim, não deixamos de tentar e de acreditar neste mito.
Quem nunca sonhou com uma tarde de “terapia de compras”? Isso é
explicado pela neurociência: o prazer que sentimos ao passar o cartão de
crédito vem da dopamina, hormônio ligado ao bem-estar. Pois é: o mesmo
hormônio que liberamos no sexo ou com o uso de drogas vem também na hora
que soltamos o cartão de crédito.
Na hora da compra, vem aquela onda de prazer. No entanto, pouco tempo
depois, já nem lembramos do que compramos. Segundo pesquisa do SPC, 85%
dos brasileiros já comprou algo por impulso e 47% comprou algo que
nunca usou.
Existe ainda um outro aspecto deste problema: nós humanos temos a capacidade de nos adaptar a absolutamente tudo.
Um estudo clássico realizado nos EUA entrevistou pessoas que haviam
ficado paraplégicas recentemente e alguns ganhadores de loteria. Logo
após o acidente, os paraplégicos estavam todos deprimidos, enquanto os
novos milionários estavam (previsivelmente) eufóricos. O interessante
foi que, após um ano, os pesquisadores voltaram a medir o nível de
felicidade daquelas mesmas pessoas e descobriram que tinham voltado aos
mesmos patamares anteriores ao evento que havia mudado a sua vida, fosse
o acidente ou o anúncio da loteria.
É como quando você compra um aparelho de ar condicionado: na primeira
noite de verão, vai ligar ele no máximo, só para curtir o friozinho. A
alegria é enorme. No entanto, em pouco tempo nos acostumamos a ele e o
que era novidade vira o nosso novo normal.
Mas isso não quer dizer que não podemos usar dinheiro para trazer felicidade.
Estamos apenas gastando do jeito errado. O professor de Harvard
Michael Norton descobriu que se gastamos com os outros, ficamos sim mais
felizes. Norton realizou uma pesquisa na qual distribuiu dinheiro para
pessoas na rua e pediu para um grupo gastar o dinheiro consigo mesmo,
enquanto o outro grupo foi direcionado para gastar aquilo com outros.
O acadêmico descobriu que quem gastou o dinheiro com outras pessoas
ficou mais feliz, enquanto quem que gastou o dinheiro consigo não teve
seu nível de felicidade alterado. Quem pagou um café para um colega se
sentiu de fato mais feliz do que quem tomou um café com aquele dinheiro.
Bacana, não é?
Além disso, gastar com experiências também traz felicidade!
Podemos nos acostumar a qualquer compra, mas uma viagem ou jantar em
um restaurante especial não duram tanto tempo assim para termos tempo de
nos habituar a eles. A conclusão? Sem podermos nos acostumar a estas
experiências, elas nos trazem mais felicidade.
Se você quer aproveitar seu dinheiro para lhe trazer felicidade, aposte em dar presentes e gastar com experiências. A alegria que vem deste tipo de gasto é mais duradoura! Fonte: superela.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário