"Pessoas alérgicas a bijuterias não
apresentam essa reação desde a infância, trata-se de uma doença
adquirida, que pode acontecer de uma hora para outra e sem um motivo
específico"
Trata-se de uma doença denominada ?dermatite alérgica de contato?. Nesse
processo o alérgeno (elemento da bijuteria) entra em contato com a pele
e é englobado por células denominadas de Langerhans. Em seguida é
processado e apresentado aos linfócitos T de memória. Após um período
de dias, o indivíduo previamente sensibilizado entra em contato
novamente com o antígeno (alérgeno) e desenvolve a alergia de contato (hipersensibilidade tardia tipo IV).
No caso de alergia à bijuteria, o alérgeno
que desencadeia essa dermatite pode ser: sulfato de níquel, bicromato
de potássio, cloreto de cobalto ou cloreto de paládio. Quando uma pessoa usa um anel, pulseira, colar ou piercing no local de contato com a pele podem surgir:
- Fase aguda: vermelhidão, edema, vesículas (pequenas bolhas) e coceira
- Fase subaguda: lesões exsudativas, devido ao rompimento das vesículas com formação de crostas. Aparece o eczema
- Fase crônica: presença de liquenificação com aspecto muito seco da pele. As principais localizações são as partes do corpo em contato com as bijuterias ou piercing: mãos, orelhas, pescoço e tronco.
Como a alergia a bijuterias é identificada?
Para tentar identificar quais substancias o
indivíduo é alérgico é necessário realizar o teste alérgico de contato
ou "Patch Test" com profissional especializado que é o alergologista.
O teste de contato é o método mais eficaz
para confirmar o diagnóstico da dermatite alérgica de contato. A
presença de teste positivo indica que materiais em contato com a pele do
paciente desencadeiam esse quadro de eczema.
O paciente deve comparecer ao local do
teste 3 vezes (segunda, quarta e sexta feira). No primeiro dia serão
colocados no dorso do paciente fitas adesivas com câmeras de papel,
alumínio ou plástico, sobre os quais são colocadas as substancias da
bateria dos testes. São 30 as substancias da bateria padrão. No caso de
bijuterias, a bateria regional que contém 10 substancias pode ser
utilizada, pois tem o cloreto de paládio. Após 48 horas são retiradas as
fitas adesivas e é realizada a primeira leitura. Após 96 horas é
realizada a segunda leitura.
Caso o teste seja positivo para algumas
dessas substâncias, deve ser encaminhada ao paciente uma lista com
informação dos possíveis produtos que são fabricados com esses
componentes alergênicos. A orientação é evitar estes produtos. Não há um
tratamento de cura para esta doença. Cada vez que o paciente voltar a
usar a bijuteria, terá a reação novamente se for alérgico. Esse processo
sempre irá se repetir.
Pode-se melhorar as lesões com medicações
como hidratantes, anti-histamínicos, pomadas ou cremes com
corticosteroides ou a base de tacrolimus e pimecrolimus, porém para
eliminar o problema deve-se evitar o uso de bijuteria que contenha a
determinada substancia e substituir por elementos que contenham prata ou
ouro. No caso de zíper, botão de calça jeans, apliques em roupas,
bolsas ou em sapatos deve-se substituir por outros materiais ou
encapá-los. Fonte: minhavida.com.br
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