"É consenso entre os especialistas que os primeiros anos de vida são
fundamentais na formação de cada indivíduo, mas apesar da importância
que eles têm, não é possível lembrar do que vivemos antes de completar
30 meses, ou dois anos e meio de idade"
Ainda que as experiências
vividas na primeira infância possam resultar em traumas ou em
associações afetivas que duram pelo resto da vida, ninguém é capaz de
identificar lembranças de quando era bebê.
Existem diversas causas para o
esquecimento dos primeiros anos. O fenômeno chamado de amnésia infantil
se deve, principalmente, às constantes mudanças estruturais que ocorrem
no cérebro das crianças. Nos primeiros anos de vida, o sistema nervoso
central ainda não está totalmente desenvolvido. Nascemos com um
encéfalo que tem cerca da metade do tamanho que terá no adulto, isso
significa que a estrutura vai mudar, vão aparecer novas células e novas
conexões neuronais.
Mas o encéfalo ainda pouco desenvolvido não significa que os
conhecimentos a respeito do mundo não sejam registrados, apenas que eles
são arquivados de outra forma, em outro contexto e com outras
referências, transformando-se em uma informação que não podemos mais
acessar quando adquirimos a linguagem e interpretamos o mundo com outros
métodos.
Mas as memórias dos primeiros meses continuam nos
influenciando inconscientemente na vida adulta. "Por exemplo, o dia que a
sua mãe lhe deu um cachorro com um ano de idade e você amou: aquele
evento você não consegue identificar, mas as consequências afetivas de
criar um vínculo com o cachorro são importantes nos próximos vínculos
que você cria na vida.
A amnésia infantil se refere à memória
declarativa, a memória que utilizamos para relatar eventos ou para
"reviver" situações. Mas aprendizados como andar e falar são outro tipo
de memória, que não se perde com a idade. E mesmo eventos não
identificáveis pontualmente transformam a criança, já que "a construção
da vida é uma linha", na qual os primeiros acontecimentos têm relação
com os posteriores. Fonte: terra.com.br
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