"Um tratamento inédito no Brasil pode tornar-se um aliado
para quem quer tratar o refluxo sem cirurgia ou utilizando medicamentos"
Presente em mais de 40 países, o Sistema Stretta foi utilizado pela
primeira vez em setembro na Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e tem
como objetivo fortalecer a musculatura do esôfago, que, quando apresenta
frouxidão, permite que o suco gástrico suba do estômago e atinja o
órgão, causando incômodo, ardência, dificuldade de deglutição e azia.
Coordenador do serviço de endoscopia da faculdade, o
gastrocirurgião Eduardo Grecco explica que os resultados no exterior
foram positivos e há um protocolo de estudo para verificar os efeitos do
procedimento em pacientes brasileiros. “É um tratamento rápido, feito
em uma sessão única de 30 minutos. O paciente acorda bem, recebe
orientações para a dieta e vai para casa. Ele vai ser acompanhado por
quatro a seis semanas, utilizando a medicação que está habituado e,
depois, vai suspender a medicação.”
A cirurgia, segundo ele, resolve 70% dos
casos e tem eficácia que varia de cinco a sete anos para 30% dos
pacientes que enfrentam o procedimento. Mas há os desconfortos ligados
ao processo cirúrgico. “Tem corte, anestesia geral e o paciente fica de
uma semana a dez dias com dificuldade para se alimentar. Com o Stretta,
ele tem dor e desconforto leves, mas já volta à dieta geral a partir do
terceiro dia. Quanto menos invasivo, mais rápida a recuperação, menos
riscos de infecção e menos efeitos colaterais.”
Pioneiro
O escriturário Renan Rodrigues Cayres, de 25
anos, foi o primeiro paciente a ser submetido ao Stretta. Ele começou a
perceber os sintomas do refluxo aos 15 anos. “Não era todos os dias,
mas isso foi me acompanhando durante os últimos dez anos.” Ele se
interessou pelo procedimento assim que o conheceu. “Além de não ser um
processo cirúrgico, tem o efeito de poder suspender a medicação, que tem
efeitos agressivos e é muito cara.”
Eduardo Grecco afirma que o tratamento
precisa da colaboração dos pacientes. “Não adianta continuar com os
erros alimentares. O método vai melhorar a capacidade do esôfago para o
refluxo, mas o paciente não vai ficar livre para sempre. A pessoa pode
ter quadros agudos, principalmente se extrapolar em uma festa.”. Fonte: istoe.com.br
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