"Estudo realizado na África do Sul encontra relações evidentes entre o estresse financeiro e a saúde do coração"
Eles chegam todo mês, sem falta, e, além de causar sofrimento momentâneo, podem afetar a longo prazo a saúde do coração: são os temidos boletos.
Quem diz isso são cientistas sul-africanos, que concluíram um estudo
sobre as relações entre fatores psicossociais e os riscos de alguém infartar.
Dentre as descobertas, a mais impressionante incrimina algo que (convenhamos) já não agradava a ninguém: a preocupação com o dinheiro. De acordo com o levantamento, essa angústia aumenta em impressionantes 13 vezes o risco de um ataque cardíaco. Dá para acreditar?
Como funcionou o estudo
Para chegar a tais conclusões, foram analisados 212
voluntários – metade tinha sofrido um infarto, enquanto os outros nunca
haviam passado por esse susto. Os participantes completaram um
questionário sobre emoções que haviam vivenciado no mês anterior à
pesquisa. Tinham se sentido deprimidos? Ansiosos? Estressados? E, se sim, o culpado foi o trabalho ou o dinheiro? Tudo isso foi levado em consideração.
Pra começo de conversa: 40% dos entrevistados reclamou de
estresse intenso no mês anterior. E, quando esse sentimento estava
relacionado ao trabalho, foi possível verificar um aumento de 5,6 vezes
no risco de infartar em comparação com o pessoal mais tranquilo. Mas
nada superou o impacto das preocupações financeiras propriamente – que,
como já dissemos, catapultou em 13 vezes a probabilidade de um piripaque
cardíaco.
A saúde mental como alerta
O estudo também mostrou que a depressão (mesmo quando
moderada) é capaz de triplicar a possibilidade de essa complicação
cardíaca dar as caras. Segundo Denishan Govender, um dos professores
responsáveis pela descoberta, daUniversidade de Witwatersrand, os números chamam atenção à necessidade de todo e qualquer doutor ficar de olho na saúde mental de seus pacientes.
“Poucos médicos perguntam sobre estresse, depressão ou
ansiedade durante uma consulta, e isso deveria ser uma prática tão
rotineira quanto questionamentos sobre o tabagismo”, opinou o especialista, em entrevista à Sociedade Europeia de Cardiologia.
“Assim como providenciamos conselhos sobre a cessação do tabagismo,
precisamos oferecer informação sobre como lidar com o estresse”,
arrematou.
A relação entre fatores psicossociais e o coração já tinha
sido observada em estudos de outros países, e foi confirmada agora pela
primeira vez na África do Sul, um país em desenvolvimento – assim como o
Brasil. Além da cabeça, portanto, parece que as crises financeiras
atingem o peito em cheio. Melhor não se descuidar. Fonte: saude.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário