"Cientistas desenvolveram um exame sanguíneo que identifica proteínas tóxicas ligadas ao Alzheimer e poderá detectar a doença antes dos primeiros sintomas"
Um teste de sangue capaz de detectar o Alzheimer
anos antes do desenvolvimento dos primeiros sintomas da doença está
mais próximo de se tornar realidade. Em um estudo publicado recentemente
na revista Nature,
pesquisadores australianos e japoneses conseguiram desenvolver um exame
simples e barato que identifica com precisão proteínas tóxicas ligadas à
doença.
O Alzheimer é a principal causa de demência
em pessoas a partir dos 60 anos, mas permanece como um dos principais
desafios da medicina devido à dificuldade de diagnóstico precoce e à
ausência de tratamento. Na maioria dos casos, a doença é identificada
quando o paciente já apresenta perda de memória, o que indica a perda
definitiva de células cerebrais.
(O novo teste é o primeiro passo para o desenvolvimento de uma forma barata e prática para a detecção precoce da doença)
Acredita-se que o Alzheimer se desenvolva de vinte a trinta
anos antes do aparecimento dos primeiros sintomas, portanto, o grande
desafio de especialistas no assunto, além de tratamentos efetivos, é
desenvolver um teste capaz de detectar a doença antes da perda neuronal.
Nova abordagem
No estudo, os pesquisadores tentaram identificar a formação
de placas de proteínas beta-amiloides no cérebro, por meio da detecção
de fragmentos dessas proteínas tóxica na corrente sanguínea de 373
pacientes. O acúmulo anormal de beta-amiloides é um dos sinais do
Alzheimer.
Os cientistas então compararam os resultados do exame de
sangue com imagens de ressonância magnética e do líquido
cefalorraquidiano, testes já utilizados e consagrados para a detecção
das proteínas. A comparação mostrou que a análise sanguínea tem 90% de
precisão quando aplicada em pessoas saudáveis, com perda de memória e em
pacientes com Alzheimer.
“A partir de uma pequena amostra de sangue, nosso método
consegue mensurar diversas proteínas amiloide, mesmo que sua
concentração seja extremamente baixa”, disse Koichi Tanaka,
pesquisadores da Corporação Shimadzu, no Japão, e um dos autores do
estudo.
Exame mais acessível
Exames de ressonância magnética cerebral e análise do
líquido cefalorraquidiano já são utilizados com sucesso para investigar a
formação de placas beta-amiloides, mas são testes caros, pouco práticos
e invasivos. Então o novo teste é o primeiro passo para o
desenvolvimento de uma forma barata e prática para a detecção precoce da
doença.
“Esse exame é no mínimo tão bom quanto as técnicas atuais de
varredura cerebral e ultrapassa em muito os exames de sangue
existentes”, afirmou Colin Masters, professor de pesquisa em demência no
Instituto de Neurociência e Saúde Mental Florey, em Melbourne, na
Austrália, e líder do estudo.
Os autores ressaltam que ainda é preciso aperfeiçoar o
método, mas os resultados são bastante promissores. “Precisamos ver se o
teste funciona em uma população maior, mas tem o potencial de acelerar
os ensaios clínicos e ajudar as pessoas nos estágios iniciais da doença
de Alzheimer a acessar novos tratamentos se e quando estiverem
disponíveis “, disse Doug Brown, político e pesquisador da Alzheimer’s
Society UK. Fonte: veja.abril.com.br
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