"Confira quando cada método é o melhor para o casal que deseja engravidar"
Para muitos casais, a reprodução assistida
se torna uma das alternativas para que consigam realizar o sonho de ter
filhos. Porém, os métodos ainda geram dúvidas. Afinal, qual é a
diferença fertilização in vitro e inseminação artificial? Um é melhor que o outro?
O que indica a preferência do médico por um
método ou outro é a complexidade da dificuldade do casal em engravidar.
Nos casos mais simples, diz ele, geralmente é utilizada a inseminação
artificial, enquanto para os mais complexos, a fertilização in vitro é o
mais indicado. Entenda:
Na inseminação
artificial, ou intrauterina, a paciente deve usar medicamentos para
induzir a ovulação, formando, no máximo, três folículos (que contêm os
óvulos). No momento da ovulação, o sêmen é coletado, preparado e
transferido para o interior do útero, onde os espermatozoides terão que
chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos e fertilizá-los,
formando assim um embrião.
No geral, a inseminação é indicada para casais com alterações leves no sêmen e distúrbios de ovulação, como no caso da síndrome dos ovários policísticos. Casais homoafetivos femininos e mulheres que querem engravidar por produção independente também buscam bastante a técnica, utilizando sêmen de doador.
Fertilização in vitro (FIV)
Esse método é indicado quando as tubas são obstruídas ou pouco competentes, em casos de endometriose
profunda, baixa reserva ovariana, idade mais avançada da mulher, homens
com alteração no sêmen, como baixa concentração ou mobilidade, além de
alteração genética que possa ser passada para o bebê. Neste último caso,
deve ser feito um diagnóstico pré-implantacional.
O processo da
FIV conta com cinco etapas. A primeira é a estimulação dos ovários com
medicamentos, seguida da captação dos óvulos, que será feita via vaginal
por meio de punção e sob anestesia geral.
Na próxima fase será
realizada a fertilização dos óvulos com os espermatozoides, o que pode
ser feito da forma clássica – os espermatozoides são colocados ao redor
dos óvulos e o resultado é avaliado após 19 horas -, ou por meio da
injeção intra-citoplasmática, na qual o espermatozoide é inserido dentro
do óvulo por uma agulha microscópica.
A quarta etapa é a cultura
dos embriões, onde os mesmos são mantidos em incubadora sob temperatura e
mistura de gases adequada, por três a seis dias. Por fim, há a
transferência dos embriões, que é um processo indolor realizado com um
cateter delicado.
Efeitos colaterais
Além
da ansiedade por um gravidez bem-sucedida, o medo dos efeitos
colaterais dos tratamentos é algo que ronda a cabeça dos casais.
Contudo, ressaltam os especialistas, raramente eles são graves. Existe
um grande temor quanto ao uso das medicações utilizadas para indução
ovariana, por serem hormônios injetáveis, em sua grande maioria. É
importante desmistificar, pois elas não induzem ao câncer, não engordam e
não levam à menopausa precoce.
Inchaço, dor de cabeça,
irritabilidade e dor pélvica são os efeitos mais comuns relatados por
quem se submete a uma das técnicas de reprodução assistida. Quando mais
grave, o que pode ocorrer é a chamada síndrome de hiper-estimulação
ovariana, que é causado pela estimulação dos ovários e pode levar a
acúmulo de líquido no abdome. Porém, a incidência desse tipo de problema
é cada vez menor, devido à segurança dos medicamentos e protocolos
atuais.
Sucesso
De
modo geral, um casal pode ser considerado infértil quando ao longo de
um ano, sem método anticoncepcional e com relações sexuais frequentes, a
gravidez não acontece. Este é o caso de 15% da população mundial.
Ao
contrário do que muitas pessoas imaginam, as mulheres não são as únicas
e nem as principais responsáveis pela não ocorrência de uma gravidez:
em 40% dos casos o problema é do casal. Entre os 60% restantes, 30% dos
casos o problema é do homem e nos outros 30%, da mulher.
O sucesso
de um procedimento de reprodução assistida depende de diversas
variáveis, como a idade da mulher, a reserva ovariana, ou, por exemplo, a
gravidade do problema masculino. Porém, a média é de 45% na FIV e de
25% a 30% na inseminação. Na gravidez natural, as chances de sucesso
variam de 15% a 17%.
Custos
No Brasil, o custo de uma inseminação varia de R$ 2.500 a R$ 4 mil, enquanto da FIV fica entre R$ 7 mil e R$ 20 mil, nos dois casos, sem os gastos com medicação, que vai desde R$ 1 mil até R$ 5 mil, dependendo da técnica adotada.
Em alguns hospitais públicos, é possível fazer
os procedimentos de forma gratuita. Nestes casos, é
preciso atender aos pré-requisitos necessários de cada instituição, além
de estar disposto a enfrentar a fila de espera, que costuma ultrapassar
mais de um ano.
Para quem opta por procurar uma instituição
privada, pesquisar é a chave para uma escolha segura. Observar o
currículo dos médicos é essencial, além de, se puder, pedir a indicação
de conhecidos”. Fonte: revistacrescer.globo.com
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