"O alimento probiótico funciona como regulador da flora intestinal e se popularizou graças ao entusiasmo de seus usuários"
Imagine um alimento que seja capaz de ajudar na regulação da pressão
sanguínea, na queda dos níveis de colesterol e açúcar no sangue, na
prevenção do envelhecimento precoce. Supostamente, o kefir, um
aglomerado de bactérias, tem todas essas propriedades. O hábito de
cultivar o microrganismo teria se originado na Turquia, mas existem
relatos de sua existência desde 2 mil anos antes de Cristo. O kefir ameniza sintomas de
alergia alimentar, diminui quadros inflamatórios, ajuda no
emagrecimento. Em geral, é mais potente do que os suplementos de
probióticos que costumamos recomendar nos consultórios.
Alguns dos benefícios do kefir provêm de sua estrutura. As colônias têm
aspecto de grãos “encapsulados”: por dentro, há leveduras e bactérias;
por fora, uma camada de polissacarídeos chamada kefiran, rica em
vitamina D. A vitamina facilita o
aproveitamento do cálcio presente no kefir. Outra característica
importante do microrganismo é sua capacidade de “colonizar” o organismo,
de modo que os benefícios são duradouros, diferentemente dos
suplementos industrializados, que precisam ser repostos diariamente.
O baixo custo é outro chamariz. Teoricamente, a colônia dura para sempre, já que se multiplica. Nas redes sociais, existem grupos para trocar experiências e conseguir grãos para começar sua própria colônia, mas não por meio de vendas: os novos integrantes recebem doações dos veteranos. Algumas pessoas vendem, mas não são bem-vistas pelos doadores, porque os doadores se beneficiam tanto do kefir que vão se tornando divulgadores. Assim, o kefir é passado de geração em geração no mundo inteiro.
O baixo custo é outro chamariz. Teoricamente, a colônia dura para sempre, já que se multiplica. Nas redes sociais, existem grupos para trocar experiências e conseguir grãos para começar sua própria colônia, mas não por meio de vendas: os novos integrantes recebem doações dos veteranos. Algumas pessoas vendem, mas não são bem-vistas pelos doadores, porque os doadores se beneficiam tanto do kefir que vão se tornando divulgadores. Assim, o kefir é passado de geração em geração no mundo inteiro.
Manter uma criação de kefir pode
demandar dedicação: a colônia precisa ser mantida em locais escuros e
temperatura ambiente. A dedicação é tanta que alguns dos usuários chamam
a colônia de micro-organismos de “kefilhos”. A aparência do kefir é
semelhante à do queijo cottage, de branca a amarelada, e o sabor lembra o
de outros subprodutos da fermentação do leite, como o iogurte natural,
porém um pouco mais ácido. Quando preparado em água, o kefir ganha
volume, textura gelatinosa e fica um pouco efervescente. É o que se
chama “refrigerante” de kefir.
Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicado em 2011 indicou que os grãos têm alto potencial energético e nutricional, graças à fermentação. Foram usadas amostras de kefir de água e kefir de leite, mais tradicional. Este último, porém, é contraindicado para alérgicos a caseína, a proteína do leite. “O ideal é que não consumam.
Quanto à lactose (o açúcar do leite), vale a dica: durante a fermentação, o kefir consome parte da lactose como combustível, mas o processo não é suficiente para degradar todo o açúcar. Portanto, para os alérgicos, apenas o uso de kefir de água é indicado. O açúcar mascavo é o principal indicado para substituir o leite como reagente, já que apresenta até 10 vezes mais ferro que a versão branca e refinada, pobre em nutrientes. Como a fermentação é feita à base de açúcar, há a liberação de álcool. Se o consumo for alto, pode, sim, embebedar. A composição exata pode variar de acordo com o tempo de fermentação, o líquido em que os grãos se desenvolvem e o local de origem. É preciso cuidado e muita higiene para evitar o surgimento de bactérias “más” na colônia.
Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicado em 2011 indicou que os grãos têm alto potencial energético e nutricional, graças à fermentação. Foram usadas amostras de kefir de água e kefir de leite, mais tradicional. Este último, porém, é contraindicado para alérgicos a caseína, a proteína do leite. “O ideal é que não consumam.
Quanto à lactose (o açúcar do leite), vale a dica: durante a fermentação, o kefir consome parte da lactose como combustível, mas o processo não é suficiente para degradar todo o açúcar. Portanto, para os alérgicos, apenas o uso de kefir de água é indicado. O açúcar mascavo é o principal indicado para substituir o leite como reagente, já que apresenta até 10 vezes mais ferro que a versão branca e refinada, pobre em nutrientes. Como a fermentação é feita à base de açúcar, há a liberação de álcool. Se o consumo for alto, pode, sim, embebedar. A composição exata pode variar de acordo com o tempo de fermentação, o líquido em que os grãos se desenvolvem e o local de origem. É preciso cuidado e muita higiene para evitar o surgimento de bactérias “más” na colônia.
Melhor que iogurte
A
fermentação, mesmo processo que dá origem a pães e bebidas alcoólicas, como o
vinho, é a responsável por grande parte do diferencial dos grãos de kefir. O
processo é probiótico, ou seja, resulta em propriedades benéficas ao
funcionamento gastrointestinal. O kefir é formado por leveduras, bactérias
ácido-láticas e bactérias ácido-acéticas. “A quantidade de micro-organismos
probióticos no kefir é muito maior que a do iogurte. São oito tipos de
leveduras, enquanto o iogurte só tem uma”, explica o nutrólogo Alan Ferreira.
Além da regulação da atividade intestinal, os probióticos diminuem a acidez
presente no estômago, prevenindo úlceras e azia.
Adega viva
A
economiária Tatianna Félix, 34 anos, faz kefir de leite e água para os
filhos mas guarda uma receita especial para tomar com o marido: o vinho
de kefir. “Descobrir que posso fazer vinho com o kefir foi fantástico”,
conta. Em vez de água ou leite, o substrato usado é o suco de uva
integral. Ela conheceu o alimento por meio de blogs de nutricionistas e
há cerca de um mês recebeu sua primeira doação. “O tempo inteiro eles
(os nutricionistas) falam sobre esse alimento, daí comecei a pesquisar.”
Apesar do pouco tempo de uso, Tatianna percebeu impacto imediato: o
intestino funciona diariamente e ela deixou de ter infecções de
repetição no trato urinário sem uso de qualquer medicamento. “O único
efeito colateral é a gula, porque é muito gostoso com mel”, garante.
Um verdadeiro presente
A
bióloga Danielle Christian já tinha contato com alimentos probióticos,
pois o filho dela, Miguel, 6 anos, é autista. A flora bacteriana de
pessoas autistas é diferenciada e, inclusive, existem evidências de que
os sintomas são agravados com o desequilíbrio intestinal. Uma pesquisa
da Universidade da Califórnia, conduzida pelo microbiologista Sydney
Finegold, descobriu que a bactéria Clostridium é abundante no intestino
de autistas. A Clostridium produz ácido propiônico, uma substância que é
usada como conservante de comidas industrializadas e causa pioras
visíveis no estado das crianças.
Sabe-se que os danos são minimizados se o indivíduo tiver uma flora intestinal equilibrada com bactérias benignas, como as do kefir. Em um grupo de pais de crianças autistas, Danielle conheceu os grãos e decidiu introduzi-los na dieta de Miguel. No início, ela teve receio, já que o filho é alérgico à caseína e pode ria não digerir bem o kefir de leite. Mas o receio se dissipou ao ver os benefícios alcançados pelo sobrinho dela, Samuel, 8. O menino usou antibióticos por um período prolongado e ficou com a flora intestinal debilitada. O uso de kefir foi para ele como um milagre. “Ele passou de uma criança muito cansada a uma criança esperta, que melhorou muito a disposição e a capacidade de conversação”, observou Danielle.
Logo, toda a família estava tomando o refrigerante de kefir. Tornaram-se divulgadores, doando o microrganismo para quem tem interesse. A bióloga calcula que tenha feito mais de 200 doações. Um dos presenteados foi João Batista, 51 anos. Ele é porteiro no prédio em que Danielle mora e decidiu experimentar o kefir há dois meses. Desde então, ele notou melhora em manchas na pele, além de emagrecimento. A neta de João também perdeu peso e todos na família relatam bem-estar. “É fácil de ter e cultivar e de grande ajuda para o nosso organismo”. Fonte: uai.com.br
Sabe-se que os danos são minimizados se o indivíduo tiver uma flora intestinal equilibrada com bactérias benignas, como as do kefir. Em um grupo de pais de crianças autistas, Danielle conheceu os grãos e decidiu introduzi-los na dieta de Miguel. No início, ela teve receio, já que o filho é alérgico à caseína e pode ria não digerir bem o kefir de leite. Mas o receio se dissipou ao ver os benefícios alcançados pelo sobrinho dela, Samuel, 8. O menino usou antibióticos por um período prolongado e ficou com a flora intestinal debilitada. O uso de kefir foi para ele como um milagre. “Ele passou de uma criança muito cansada a uma criança esperta, que melhorou muito a disposição e a capacidade de conversação”, observou Danielle.
Logo, toda a família estava tomando o refrigerante de kefir. Tornaram-se divulgadores, doando o microrganismo para quem tem interesse. A bióloga calcula que tenha feito mais de 200 doações. Um dos presenteados foi João Batista, 51 anos. Ele é porteiro no prédio em que Danielle mora e decidiu experimentar o kefir há dois meses. Desde então, ele notou melhora em manchas na pele, além de emagrecimento. A neta de João também perdeu peso e todos na família relatam bem-estar. “É fácil de ter e cultivar e de grande ajuda para o nosso organismo”. Fonte: uai.com.br
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