"A pancreatite aguda é uma inflamação súbita do pâncreas que pode ser leve ou potencialmente letal, mas normalmente cessa"
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Cálculos biliares e abuso de álcool são as principais causas da pancreatite aguda.
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Dor abdominal grave é o sintoma principal.
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Exames de sangue e de imagem, como, por exemplo, a tomografia computadorizada, auxiliam o médico a fazer o diagnóstico.
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Independentemente de ser leve, moderada ou grave, a pancreatite aguda geralmente exige hospitalização.
O pâncreas
é um órgão na parte superior do abdômen que produz líquidos digestivos e
o hormônio insulina. No caso de pancreatite aguda, a inflamação se
desenvolve rapidamente e se resolve no prazo de alguns dias, mas pode
durar algumas semanas. No caso da pancreatite crônica, ocorre uma inflamação persistente do pâncreas, o que causa danos permanentes.
Localizando o Pâncreas
Causas
As causas mais comuns (mais de 70% dos casos) de pancreatite aguda são:
Cálculos biliares
Os cálculos biliares causam aproximadamente 40% dos casos de
pancreatite aguda. Os cálculos biliares são depósitos de material sólido
na vesícula biliar.
Esses cálculos às vezes se movem para dentro do duto que a vesícula
biliar compartilha com o pâncreas (chamado de duto colédoco) e causam a
sua obstrução.
Quase todas as pessoas com pancreatite aguda sentem uma dor
intensa na região superior do abdômen. A dor se irradia para as costas
em aproximadamente 50% das pessoas. Quando a pancreatite aguda é causada
por cálculos biliares, a dor costuma começar subitamente e alcança a
sua intensidade máxima em minutos. Quando a pancreatite é causada pelo
consumo de álcool, a dor costuma aparecer depois de alguns dias.
Independentemente da causa, a dor permanece constante e intensa, tem
caráter penetrante e pode persistir por vários dias.
Complicações da Pancreatite Aguda
Exames de sangue
Não há um exame de sangue que diagnostique a pancreatite aguda se feito isoladamente, mas alguns exames a sugerem. As concentrações sanguíneas de duas enzimas produzidas pelo pâncreas, a amilase e a lipase, geralmente aumentam no primeiro dia da doença, mas voltam ao normal no prazo de três a sete dias. No entanto, se a pessoa teve outras exacerbações (crises ou ataques) de pancreatite, é possível que os níveis dessas enzimas não aumentem de maneira significativa, pois uma parte tão grande do pâncreas pode ter sido destruída que não restaram células suficientes para liberar as enzimas.
Geralmente, ocorre um aumento na contagem de glóbulos brancos e na concentração de ureia no sangue (um marcador da função renal).
Compreensão da Colangiopancreotografia Retrógrada Endoscópica
Tratamento

- Cálculos Biliares
- Ingestão Excessiva de Álcoll
- Ingestão Excessiva de Álcoll

Normalmente, o pâncreas secreta suco pancreático através do duto
pancreático na primeira parte do intestino delgado (duodeno). Esse suco
pancreático contém enzimas digestivas que ajudam a digerir os alimentos.
Se um cálculo biliar ficar preso no esfíncter de Oddi (a abertura por
onde o duto pancreático libera seu conteúdo no duodeno) o suco
pancreático para de fluir. Normalmente, a obstrução é temporária e causa
um dano limitado, que é rapidamente reparado. Contudo, se a obstrução
persistir, as enzimas se acumulam no pâncreas e começam a digerir as
células do pâncreas, provocando uma inflamação grave.
Álcool
O consumo de álcool causa aproximadamente 30% dos casos de
pancreatite aguda e geralmente ocorre apenas após o consumo pesado de
álcool. O risco de desenvolver pancreatite aumenta com o aumento da
quantidade de álcool consumido (quatro a sete bebidas por dia para
homens e três ou mais bebidas por dia para mulheres). O mecanismo que
faz com que o consumo de álcool cause a pancreatite não é completamente
compreendido. Uma teoria é que o álcool é convertido em substâncias
químicas tóxicas no pâncreas, que causam danos. Outra teoria é que o
álcool pode causar o entupimento dos pequenos dutos no pâncreas, que
liberam seu conteúdo no duto pancreático, o que por fim causa a
pancreatite aguda.
Outras causas
Em algumas pessoas, a pancreatite aguda é hereditária. Foram
identificadas mutações genéticas que predispõem as pessoas a
desenvolverem pancreatite aguda. Pessoas com fibrose cística ou que possuem os genes da doença têm maior risco de desenvolver tanto a pancreatite aguda como a pancreatite crônica.
Muitos medicamentos podem irritar o pâncreas. Normalmente, a inflamação melhora quando os medicamentos são interrompidos. Vírus podem causar pancreatite, que costuma ser de curta duração.
Sintomas
Tossir, movimentar-se vigorosamente e respirar fundo são ações
que podem piorar a dor. Sentar-se com as costas retas e inclinar-se para
frente pode trazer algum alívio. A maioria das pessoas sente náuseas e
vomita, às vezes até ao ponto de terem contrações secas (ânsia de vômito
sem produzir vômito algum). Muitas vezes, mesmo grandes doses de um analgésico injetável não aliviam completamente a dor.
Algumas pessoas, sobretudo as que desenvolvem pancreatite aguda
devido ao consumo excessivo de álcool, podem nunca apresentar sintomas,
exceto uma dor moderada a grave. Outras pessoas se sentem muito mal.
Elas adquirem um aspecto enfermo, apresentam sudorese excessiva,
pulsação acelerada (100 a 140 batimentos por minuto) e respiração rápida
e ofegante. É possível também que ocorra respiração rápida se a pessoa
estiver com inflamação dos pulmões, áreas de tecido pulmonar colapsado (atelectasia) ou acúmulo de líquido na cavidade torácica (derrame pleural).
Esses quadros clínicos podem diminuir a quantidade de tecido pulmonar
disponível para transferir o oxigênio do ar para o sangue e podem
reduzir a saturação de oxigênio no sangue.
A princípio, a temperatura corporal pode estar normal, mas ela pode aumentar em poucas horas para um valor entre 37,7 °C a 38,3 °C. A pressão arterial costuma ser baixa e tende a diminuir quando a pessoa se levanta, o que causa tontura. Às vezes, a parte branca dos olhos (esclera) fica amarelada.
Complicações da Pancreatite Aguda
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Hipotensão arterial e choque
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Danos a outros órgãos
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Infecção do pâncreas
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Pseudocisto pancreático
Lesões pancreáticas podem permitir que enzimas ativadas e toxinas como, por exemplo, citocinas,
entrem na corrente sanguínea e reduzam a pressão arterial e danos a
outros órgãos como os pulmões e os rins, por exemplo. Algumas pessoas
com pancreatite aguda desenvolvem insuficiência de outros órgãos,
inclusive dos rins, pulmões ou coração e essa insuficiência pode levar à
morte.
A região do pâncreas que produz hormônios, sobretudo insulina, não costuma ser afetada pela pancreatite aguda.
No caso de pancreatite aguda, a pessoa pode apresentar inchaço na
região superior do abdômen. Esse inchaço pode ocorrer porque o conteúdo
intestinal parou de se mover, o que provoca o edema intestinal (um
quadro clínico denominado íleo paralítico).
No caso de pancreatite aguda grave, partes do pâncreas podem
morrer (pancreatite necrosante) e o líquidos orgânicos podem vazar para
dentro da cavidade abdominal, o que reduz o volume de sangue e resulta
em uma queda acentuada da pressão arterial, possivelmente causando choque e insuficiência de órgãos. A pancreatite aguda grave pode apresentar risco à vida.
Existe risco de infecção do pâncreas inflamado,
especialmente após a primeira semana de doença. Às vezes, o médico
suspeita da existência de infecção quando há uma piora no estado de
saúde da pessoa e ela fica com febre, sobretudo se isso ocorrer depois
que os primeiros sintomas da pessoa já haviam começado a se resolver.
Um pseudocisto pancreático é uma coleção de enzimas
pancreáticas, líquido e restos de tecido que às vezes se forma dentro e
ao redor do pâncreas. Em algumas pessoas, o pseudocisto desaparece
espontaneamente. Em outras pessoas, é possível que o pseudocisto não
desapareça e se infeccione.
Diagnóstico
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Exames de sangue
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Exames de diagnóstico por imagem
A dor abdominal característica faz com que o médico suspeite da
existência de pancreatite aguda, sobretudo em pessoas que apresentam
doença da vesícula biliar ou consomem bastante álcool. Durante o exame, o
médico geralmente examina o abdômen para ver se ele está dolorido e
para ver se os músculos da parede abdominal estão rígidos. Ao auscultar o
abdômen com um estetoscópio, o médico pode ouvir poucos ou nenhum som
intestinal.
Não há um exame de sangue que diagnostique a pancreatite aguda se feito isoladamente, mas alguns exames a sugerem. As concentrações sanguíneas de duas enzimas produzidas pelo pâncreas, a amilase e a lipase, geralmente aumentam no primeiro dia da doença, mas voltam ao normal no prazo de três a sete dias. No entanto, se a pessoa teve outras exacerbações (crises ou ataques) de pancreatite, é possível que os níveis dessas enzimas não aumentem de maneira significativa, pois uma parte tão grande do pâncreas pode ter sido destruída que não restaram células suficientes para liberar as enzimas.
Geralmente, ocorre um aumento na contagem de glóbulos brancos e na concentração de ureia no sangue (um marcador da função renal).
Exames de diagnóstico por imagem
As radiografias do abdômen podem mostrar alças intestinais
dilatadas ou, raramente, um ou mais cálculos biliares. As radiografias
do tórax podem revelar zonas de tecido de pulmão colapsado ou acúmulo de
líquido na cavidade torácica.
Um ultrassom
do abdômen pode mostrar cálculos biliares na vesícula biliar ou, às
vezes, no duto biliar comum, bem como detectar inchaço do pâncreas.
Uma tomografia computadorizada
(TC) é particularmente útil para detectar inflamações do pâncreas e
utiliza-se em pessoas com pancreatite aguda grave. Uma vez que as
imagens obtidas por TC são tão nítidas, esse tipo de exame ajuda o
médico a fazer um diagnóstico exato e a identificar complicações da
pancreatite.
Uma colangiopacreotografia por ressonância magnética
(CPRM) um tipo especial de exame de imagem por ressonância magnética
(IRM), também pode ser realizada para visualizar o duto pancreático e o
duto biliar e para determinar se existe alguma dilatação, bloqueio ou
estreitamento dos dutos.
A colangiopacreatografia retrógrada endoscópica
permite ao médico visualizar o duto biliar e o duto pancreático.
Durante esse exame, o médico consegue remover do duto biliar os cálculos
biliares que estão causando o bloqueio.
Compreensão da Colangiopancreotografia Retrógrada Endoscópica
Outros exames
Se o médico suspeitar da existência de infecção, ele pode coletar
uma amostra do material infectado do pâncreas ao inserir uma agulha
através da pele até o interior da coleção de líquido.
Prognóstico
No caso de pancreatite aguda, uma TC ajuda a determinar o
panorama ou o prognóstico. Se as imagens indicarem apenas uma inflamação
moderada do pâncreas, o prognóstico é excelente. Se as imagens
apresentarem grandes zonas do pâncreas destruídas, o prognóstico costuma
ser reservado.
Diversos tipos de sistemas de pontuação ajudam o médico a prever a
gravidade da pancreatite aguda, o que pode ajudá-lo a administrar
melhor a situação da pessoa. Esses sistemas de pontuação podem incluir
informações como, por exemplo, idade, antecedentes médicos, achados do
exame físico, resultados de exames de laboratório e de exames por TC.
Quando a pancreatite aguda é leve, o índice de mortalidade é de
aproximadamente 5% ou inferior. No entanto, na pancreatite com danos
graves ou quando a inflamação não está restrita ao pâncreas, o índice de
mortalidade pode ser muito maior. A morte durante os primeiros dias de
pancreatite aguda é causada, geralmente, por insuficiência cardíaca,
respiratória ou renal. Após a primeira semana, a causa da morte
geralmente é uma infecção pancreática ou um pseudocisto que sangra ou se
rompe.
Tratamento
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Líquidos por via intravenosa
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Alívio da dor
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Medidas de apoio à nutrição
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Às vezes, endoscopia ou cirurgia
O tratamento da pancreatite aguda leve normalmente envolve
hospitalização de curta duração, quando a pessoa recebe hidratação pela
veia (por via intravenosa), analgésicos para aliviar a dor, e a pessoa
fica de jejum para tentar deixar o pâncreas descansar. Uma dieta pastosa
e pobre em gorduras normalmente é iniciada assim que a pessoa é
admitida, se ela não estiver apresentando náusea, vômitos ou dor
intensa.
Pessoas com pancreatite aguda moderada a grave precisam
ser hospitalizadas por mais tempo e recebem hidratação intravenosa. A
princípio, elas devem evitar alimentos e líquidos, pois comer e beber
estimulam o pâncreas. Sintomas como, por exemplo, dor e náusea, são
controlados por medicamentos administrados por via intravenosa. O médico
pode administrar antibióticos se a pessoa mostrar qualquer sinal de
infecção.
As pessoas com pancreatite aguda grave costumam ser internadas em uma unidade de terapia intensiva
onde os sinais vitais (pulsação, pressão arterial e frequência
respiratória) e o volume de urina podem ser monitorados continuamente.
Amostras de sangue são coletadas repetidamente para monitorar vários de
seus componentes, incluindo hematócrito, níveis de açúcar (glicose),
níveis de eletrólitos, contagem de leucócitos e os níveis de ureia no
sangue. É possível que um tubo seja introduzido pelo nariz até o
estômago (tubo nasogástrico) para aspirar líquido e ar, sobretudo se a
náusea e os vômitos persistirem e se houver íleo paralítico.
Pessoas com pancreatite aguda moderada a grave costumam receber a
alimentação através de um tubo plástico fino que é inserido através do
nariz, passando pelo estômago até chegar ao intestino (nutrição enteral). As pessoas podem também receber alimentação por via intravenosa, mas isso é feito com menos frequência.
Nas pessoas com queda da pressão arterial ou em choque, o volume
sanguíneo é controlado cuidadosamente por meio de hidratação intravenosa
e medicamentos e a função cardíaca é monitorada atentamente. Algumas
pessoas necessitam de oxigênio suplementar e as mais gravemente doentes
necessitam de ventilação mecânica (um aparelho que ajuda o ar a entrar e
sair dos pulmões).
Quando a pancreatite aguda é resultante de cálculos biliares, o
tratamento depende de sua gravidade. Embora mais de 80% das pessoas com
pancreatite por cálculos biliares os eliminem espontaneamente, as
pessoas que não melhoram porque o cálculo não é expelido normalmente
precisam de uma CPRE com extração dos cálculos. A vesícula biliar
costuma ser removida em um determinado momento, mas se a pancreatite for
grave, a remoção da vesícula biliar normalmente pode ser adiada até que
os sintomas se resolvam.
Os pseudocistos que cresceram rapidamente ou estão causando dor
ou outros sintomas costumam ser drenados. Dependendo da sua localização e
de outros fatores, o pseudocisto pode ser drenado por meio de um
procedimento cirúrgico ou por meio da inserção de um tubo (cateter) de
drenagem no pseudocisto. A inserção do cateter pode ser realizada com o
auxílio de um endoscópio ou por meio da inserção direta do cateter no
pseudocisto através da pele. O cateter permite a drenagem do pseudocisto
por várias semanas.
A infecção é tratada com antibióticos e pode ser necessário
remover o tecido infectado e necrosado por meio de um procedimento
endoscópico ou cirúrgico. Fonte: msdmanuals.com
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