"Teste experimental permite detectar câncer em 10 minutos. Caso avance em estudos futuros, poderá ser o primeiro exame a indicar qualquer tipo de tumor"
Pesquisadores australianos desenvolveram um teste experimental que, caso seja bem-sucedido em estudos futuros, poderá ser o primeiro exame a detectar de forma simples qualquer tipo de câncer atualmente descrito pela Medicina.
O estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Queensland, e publicado ontem na revista científica Nature Communications, utilizou amostras de células de 200 pacientes com os mais diferentes tipos de tumor e verificou que certas expressões do DNA são diferentes entre células cancerígenas e células saudáveis.
Por
meio de experimentos em que as células foram dissolvidas em uma solução
aquosa e também testadas quanto à afinidade com ouro, os pesquisadores
australianos observaram que as células de todos os tipos de câncer
tinham o mesmo comportamento nesses experimentos.
Amostra simples
Assim,
os cientistas descobriram que, com uma simples amostra de sangue, é
possível testar as células e descobrir, em apenas dez minutos, se há
essa alteração no DNA que indica a presença de células cancerígenas no
organismo. De acordo com os pesquisadores, o teste teve precisão de 89%,
ou seja, acertou a presença de células cancerígenas em 89 de cada 100
casos.
Os cientistas destacam, no entanto, que, embora o teste
seja capaz de diagnosticar qualquer célula cancerígena, ele não indica
qual é o tipo de tumor nem a gravidade.
Avanço
Segundo oncologistas,
embora ainda em fase de estudos, o teste representaria grande avanço na
detecção precoce de tumores. Hoje até temos exames que identificam
proteínas classificadas como marcadores tumorais, mas esses marcadores
são imprecisos e existem apenas em alguns tipos de tumores.
A pesquisa dos cientistas australianos cria uma nova abordagem na detecção de células cancerígenas. Hoje, com as biópsias, buscamos alterações na biologia do DNA. Com esse
teste, que é muito mais simples, estaremos olhando para aspectos
físico-químicos do DNA alterado pelo tumor, como o simples fato dele se
agregar ou não à moléculas de água ou barras de ouro. Fonte: saude.estadao.com.br
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