"A doença, que costuma começar com dor nas costas e evoluir para incômodos em várias articulações, é crônico. Mas a boa nova é que ela pode ser controlada"
Diferentemente das dores comuns, que ocorrem durante a realização de
algum esforço, nessa condição o incômodo aumenta enquanto a pessoa está
descansando.
Tudo começa com uma dor persistente, por mais de um mês, acompanhada
daquela sensação de rigidez matinal. O incômodo geralmente surge
primeiro na região lombar, mas pode afetar até o pescoço e as nádegas,
além de outras articulações, como quadril, joelhos e tornozelos.
Um dos pontos que mais chama a atenção na espondilite é que ela
acomete principalmente pessoas jovens, entre os 20 e 40 anos. Porém, os
motivos por trás disso não estão bem esclarecidos.
Sabe-se que há um marcador genético envolvido, mas ele não é
determinante em todos os casos. Essa molécula é o antígeno HLA-B27,
encontrado em 10% da população mundial. No entanto, a incidência da
espondilite anquilosante não fica em torno de 1%.
O tratamento é eficaz
Como a doença causa dores fortes e compromete a mobilidade, pode
atrapalhar muito a vida. Tanto que, antes dos remédios modernos, os
pacientes até se aposentavam precocemente.
A boa notícia é que vários indivíduos não ficam mais nesse sofrimento
se forem bem atendidos – sim, a doença pode entrar em remissão. Hoje,
as drogas geralmente conseguem controlar a situação, mas devem ser
associadas com exercícios específicos de fortalecimento muscular,
alongamento e atividades aeróbicas. Também é vital
ficar longe do cigarro, ligado a uma piora dos sintomas.
Os remédios mais empregados hoje são os imunobiológicos, que atuam bloqueando a inflamação constante provocada pela espondilite.
Como ela é crônica, o uso de fármacos geralmente é prolongado.
Ocorre que o diagnóstico precoce faz toda diferença. Se não tratada,
a doença evolui para uma calcificação da coluna. E
quando isso ocorre, os movimentos ficam permanentemente limitados.
Como o quadro pode se confundir com outras condições, a SBR calcula
que o diagnóstico correto demore cerca de cinco anos para acontecer. É
um tempo que deveria ser mais curto.
Diagnóstico: prestando atenção aos sinais
Além da dor, a espondilite às vezes vem acompanhada de outros
sintomas. A pessoa pode ter inflamações em outros lugares, como nos
olhos, que ficam constantemente vermelhos, uma situação chamada de
uveíte. Ou manifestar a colite, quando há alterações no intestino que provocam diarreia, constipação e flatulências.
Outra encrenca que frequentemente anda junto com essa enfermidade é a psoríase,
um problema de pele por trás de placas que descascam e coçam. Se esses
indícios se acumulam, procure um reumatologista, que é o médico mais
indicado para tratar a espondilite anquilosante.
O diagnóstico é cravado com exames de imagem como a ressonância
magnética – a inflamação constante também aparece em testes de sangue
específicos. Ao suspeitar da encrenca, o profissional deve solicitá-los.
Por último, caso você tenha recebido a notícia de quem tem a doença,
não desanime. As pessoas se assustam com reumatismos. Mas há uma luz no
fim do túnel e é possível viver sem dor. Fonte: saude.abril.com.br
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