"O coração
tem formato de cone e mede 12 centímetros de comprimento. Sua parte
mais ampla tem 9 centímetros de largura e 6 centímetros de espessura"
É
um órgão muscular oco, apoiado sobre o diafragma. É envolvido por uma
membrana chamada pericárdio. Esta membrana possui duas subdivisões. O
pericárdio fibroso superficial parece um saco, fica sobre o diafragma. O
pericárdio seroso é mais profundo, fino e forma uma camada dupla que
circunda o coração. Aproximadamente 2/3 massa cardíaca está à esquerda
da linha média do corpo. Nas mulheres é de 250 gramas, nos homens 300
gramas. Sua função é bombear sangue para todo o corpo, removendo e
distribuindo gás carbônico e oxigênio.
O coração possui quatro câmaras: dois
átrios e dois ventrículos. Os átrios são as câmaras superiores. O átrio
direito é a borda direita do coração, recebe sangue com dióxido de
carbono das veias cava superior, veia cava inferior e seio coronário. A
cava superior coleta sangue da cabeça e parte superior do corpo. A
superior recebe sangue do abdômen e membros inferiores. O seio coronário
recebe sangue que sustentou o miocárdio, a “parede” do coração. O átrio
esquerdo é uma cavidade fina, composta por paredes lisas e recebe o
sangue oxigenado. Já os ventrículos são as câmaras inferiores. O
ventrículo direito ocupa grande espaço da superfície anterior do
coração. O ventrículo esquerdo está abaixo do átrio esquerdo. É mais
encorpado e precisa fazer mais força para bombear o sangue.
O coração bate de 70 a 80 vezes por
minuto. O número aumenta para 150 quando estamos assustados ou em
pânico. Por dia, são bombeados 74 mil litros de sangue, quantidade para
encher 100 piscinas por toda a vida. A pressão cardíaca pode jorrar o
sangue a 10 metros de altura. Várias doenças possuem ligadas com o
órgão. Doenças cardiovasculares, arritmias e sopro no coração, diabetes,
colesterol e triglicérides altos são algumas diretamente relacionadas.
Doença celíaca (intolerância ao glúten), anemia por deficiência de
vitamina B12, menopausa, entre outras aumentam o risco de complicações.
Doenças cardíacas: uma morte a cada dois minutos
A cada dois minutos, um brasileiro
morre em decorrência de problemas cardíacos. Anualmente, 300 pessoas
morrem por causa da pressão alta, infarto e acidente vascular cerebral
(AVC). Doenças cardíacas também são a maior causa de mortes no mundo. Em
2011 foram 17 milhões de óbitos, segundo dados da Organização Mundial
de Saúde (OMS). Pesquisa realizada pelo Ibope entre junho e julho deste
ano, encomendada pelo Movimento Ame o Coração relevou dados
preocupantes.
- 17% de quem possui colesterol alto não faz tratamento
- 40% não foram submetidos a exames para medir o nível de colesterol no último ano
- 52% estão acima do peso
- 65% das pessoas com mais de 35 anos apresentam sobrepeso ou obesidade
- 40% dos que têm colesterol são sedentários
- 28% das mulheres não fazem check up anual
- 65 % dos homens não têm este hábito
Ao contrário do que muitos imaginam o
infarto não é uma fatalidade. Esta e as outras doenças relacionadas ao
coração podem ser evitadas. Mudar hábitos é a melhor prevenção.
Alimentação saudável, praticar exercícios, não fumar e fazer check up
anual são as medidas para não entrar nas estatísticas. Se você ainda
fuma, o fast food está em seu cardápio diariamente e usa o carro para ir
à padaria que fica 30 minutos da sua casa, pode ter alguns dos sintomas
abaixo.
- Cansaço ao caminhar
- Fadiga
- Pernas inchadas
- Falta de ar
- Sudorese excessiva
- Tontura
- Indigestão
- Dor que se estende até o braço esquerdo ou até a mandíbula
- Batimentos cardíacos irregulares
- Dor no peito
Tratamento pela metade
Os brasileiros não dão importância a
pressão alta. A doença atinge 40 milhões de brasileiros, desses apenas
20% tem a pressão controlada: 120 por 80 mmHg. Geralmente, as pessoas
procuram o médico quando apresentam quase todos os sintomas. Assustadas,
tomam os remédios, cuidam da alimentação e praticam atividades físicas.
Após alguns meses não sentem mais nada e interrompem o tratamento.
Abandonam os remédios, voltam ao sedentarismo e ao fast food. Para Frida
Plavnik, nefrologista da Sociedade Brasileira de Hipertensão, ainda não
há o entendimento que a hipertensão é uma doença crônica, cujo
tratamento é para a vida inteira.
Existem remédios que reduzem a
circulação de sangue no pênis. Estes também podem diminuir o nível de
zinco, mineral importante para a saúde de mais de 300 hormônios. A falta
desta substância atrapalha a produção da testosterona. Muitos homens
abandonam o tratamento por conta disso. Frida ressalta que vários
medicamentos não possuem o efeito colateral. A médica esclarece ainda
que se houver qualquer reação desagradável, o paciente deve conversar
imediatamente com o médico.
Anticoncepcional x doenças cardiovasculares
Os anticoncepcionais possuem
estrogênio e progesterona. Além de evitar a gravidez, o medicamento
ameniza sintomas da Tensão Pré Menstrual. Também são receitados em casos
de miomas. O medicamento mais pesquisado no mundo, segundo o
ginecologista Hugo Miyahira, da Federação Brasileira das Associações de
Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) tem efeitos colaterais, como
qualquer remédio, principalmente se tomado sem prescrição ou associados a
maus hábitos de vida.
A arterosclerose é um efeito
colateral do medicamento. A doença é o acúmulo de gordura e colesterol
nas artérias. O cigarro, hipertensão, diabetes e pressão alta
potencializam os efeitos dessa doença. O vício também torna o
anticoncepcional em uma bomba relógio. O remédio faz o sangue entrar em
um estado de hipercoagulabilidade, ou seja, o sangue fica mais grosso.
Outras doenças relacionadas são o infarto, a trombose e o AVC. O infarto
é a obstrução das artérias. A trombose é um coagulo sanguíneo nas
pernas que causa inchaço e dor. O acidente vascular cerebral (AVC) é o
entupimento ou rompimento dos vasos sanguíneos que provoca paralisia
cerebral.
O risco dessas doenças aumenta se a
mulher tiver mais de 35 anos. Por esses fatores, a prescrição médica é
fundamental. O ginecologista precisa fazer uma rigorosa avaliação
clínica. Segundo os profissionais existem pílulas específicas para
mulheres fumantes, obesas, hipertensas, diabéticas. Confira abaixo quais
são os medicamentos indicado.
Fumantes: Até
parar de fumar, a mulher deve utilizar outros métodos, como o
preservativo ou as pílulas com progestagênio que são menos agressivas
nessa condição.
Obesas: Pílulas
sem estrogênio, dispositivo intrauterino (DIU) com cobre ou com
progesterona e injeções trimestrais. Ainda não há comprovações sobre a
eficácia da pílula combinada (produzida com estrogênio e progestágenos).
Adesivos também não são indicados.
Hipertensas: Pílula
com progestagênio (desogestrel) que amenizam náuseas e dores de cabeça,
além de poder ser usada durante a amamentação. Injeções hormonais
também são recomendadas. Pílulas combinadas aumentam o risco de trombose
e AVC.
Diabéticas: Mulheres
com diabetes tipos 1 e 2 podem tomar pílula desde que a doença esteja
controlada. A paciente também não pode ter pressão alta, nem ser obesa.
Caso não haja controle e exista doenças associadas, o indicado é usar a
camisinha.
Fatores genéticos
Algumas doenças que prejudicam a
saúde do coração são hereditárias. Uma pessoa com casos de hipertensão
tem até 60% mais chances de ter o problema. Diabetes também integram a
lista. Crianças possuem 5,9% de chances de herdar diabetes tipo 1 do
pai. Filhos de mulheres diabéticas com mais de 25 anos apresentam 1% de
probabilidade. Uma criança filha de casal com diabetes tipo 2 tem 50 %
de chances de herdar a doença.
Existem doenças cardíacas que ocorrem
antes do nascimento. A doença cardíaca congênita (cardiopatia
congênita) é uma delas. Trata-se de anormalidades no coração e nos
grandes vasos durante o desenvolvimento do feto no útero. Má formação
dos ventrículos direito e esquerdo, ventrículo único, defeitos na
válvula cardíaca, problemas nas paredes entre os átrios e ventrículos
são as cardiopatias congênitas mais conhecidas.
É o defeito congênito mais comum e
sua incidência é de 1 em cada 100 crianças. A doença cardíaca congênita é
uma das principais razões de morte em decorrência de malformações
congênitas. Os sintomas podem surgir no nascimento, na infância, ou
apenas na idade adulta. Especialistas explicam que em alguns casos não
há sintomas.
Doenças cardíacas mais comuns
As doenças cardíacas mais conhecidas são:
O ritmo cardíaco é determinado pelas
células nervosas que transmitem sinais elétricos. Alterações nas células
impedem a circulação dos sinais. A arritmia pode acelerar os
batimentos cardíacos, neste caso, classificamos como taquicardia. Quando
o distúrbio reduz a velocidade, temos a bradicardias.
A arritmia atinge pessoas de qualquer
idade, raça e gênero. Nem sempre é possível determinar as causas.
Sabe-se que existem razões externas e orgânicas. Cafeína, cigarro e
álcool são elementos externos. Outros problemas cardíacos também
provocam arritmias. Problemas da artéria coronária, insuficiência do
funcionamento do coração e doença reumática do coração são razões
orgânicas.
Infarto agudo do miocárdio
A aterosclerose é a principal causa.
Placas de gordura entopem as artérias coronárias, estas se rompem,
forma-se um coágulo e o fluxo sanguíneo é interrompido. Dor no peito,
tontura, falta de ar (principalmente em idosos), sudorese, enjoo e
palidez são os principais sintomas. Caso a pessoa esteja sozinha, ela
deve acionar o serviço de emergência, afrouxar as roupas, ir para um
local arejado, não fazer esforço e respirar profundamente. O tempo é
crucial, a cada minuto a chance de morte aumenta em 10%. Obesidade,
colesterol, hipertensão, tabagismo, estresse e depressão são fatores de
risco. As mulheres correm mais riscos. O uso de anticoncepcionais
associado ao tabagismo aumenta em 20 vezes o risco de infarto.
Morte súbita
Qualquer pessoa está sujeita a morte
súbita, até mesmo recém-nascidos. As causas do problema são interrupção
do bombeamento do sangue e alterações nos batimentos cardíacos. O termo
morte súbita é criticado porque nem todos os pacientes morrem.
Tentativas de ressuscitação após 10 minutos raramente dão certo. A
partir de três minutos, o cérebro sofre os primeiros impactos. A morte
súbita geralmente ocorre em pessoas com pressão alta, diabetes,
insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, entre outras complicações
cardíacas.
Acidente vascular cerebral
Placas de gordura entopem ou
rompimento de um vaso cerebral. Dor de cabeça intensa, desequilíbrio
seguido de náuseas ou vômitos, formigamento, diminuição ou perda de
força no rosto, braço, perna ou em um lado do corpo são os principais
sintomas. Quando há obstrução de uma artéria, as células cerebrais não
recebem oxigênio e morrem, configurando o AVC isquêmico. O hemorrágico é
quando há rompimento de um vaso em qualquer região próxima ao sistema
nervoso. As sequelas aumentam o paciente leva mais de três horas para
receber socorro.
Doença vascular periférica
Estreitamento e endurecimento das
artérias que levam sangue para as pernas e pés. Geralmente provocada
pela aterosclerose. Uma das queixas são dormência, dores e dificuldades
para caminhar, devido à diminuição do fluxo sanguíneo para as pernas.
Histórico familiar de doença arterial periférica, doença cardíaca ou
acidente vascular cerebral, idade avançada (mais de 50 anos), tabagismo,
obesidade, diabetes, colesterol avançado são as principais causas.
Check up
Adultos saudáveis devem fazê-lo a
cada dois anos. Para obesos, sedentários e fumantes a bateria de exames é
realizada anualmente. Hipertensos, diabéticos e pessoas com câncer
fazem o check up a cada seis meses. Fumantes, por exemplo, são
submetidos à análise de expectoração com investigação de células
cancerígenas, análise de marcadores tumorais, entre outros exames. Veja
alguns exames para avaliar a saúde do coração.
Hemograma completo: Analisa os níveis de HDL (colesterol bom), LDL (colesterol ruim), glicemia, triglicérides e várias outras substâncias.
Ecocardiograma: Fornece informações sobre o tamanho, forma e funcionamento do coração, além dos movimentos do músculo cardíaco e das válvulas.
Eletrocardiograma: Verifica o ritmo cardíaco, analisa o tamanho dos átrios e ventrículos e a situação das artérias coronárias.
Teste ergométrico: Feito em uma esteira, mede a pressão arterial e a frequência cardíaca em repouso, durante e depois do exercício.
Monitorização ambulatorial da pressão arterial: A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial mede a pressão por 24 horas e a relação com as tarefas cotidianas.
Holter: Ritmo
cardíaco, a frequência cardíaca e o balanço autonômico do coração são
medidos por 24 horas. O exame diagnostica casos de arritmia.
As doenças cardíacas estão
relacionadas aos maus hábitos. Cigarro, sedentarismo, diabetes,
colesterol, hipertensão e obesidade são elementos comuns. Isso não é
segredo para ninguém. Mas, se todos conhecem os riscos, por que muita
gente insiste no que é errado? Achar que o mal acontece apenas com o
vizinho. Não ter força de vontade e preguiça também explicam a falta de
cuidados com o corpo. Alguns até seguem o tratamento, contudo, procuram o
médico estão mal e abandonam as prescrições médicas quando os sintomas
desaparecem.
Boa alimentação, exercícios físicos,
dormir bem, beber 1,5 de água diariamente protegem sua saúde como um
todo. Adote hábitos saudáveis e seu corpo saberá recompensá-lo. Fonte: eusemfronteiras.com.br
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