"A Epidermólise Bolhosa é uma doença genética e hereditária rara, que
provoca a formação de bolhas na pele por conta de mínimos atritos ou
traumas e se manifesta já no nascimento"
As crianças com Epidermólise
Bolhosa são conhecidas como “Crianças Borboletas”, porque a pele se
assemelha às asas de uma borboleta devido à fragilidade provocada pela
alteração nas proteínas responsáveis pela união das camadas da pele.
A Epidermólise Bolhosa afeta tanto homens quanto mulheres e pode
acontecer em todas as etnias e faixas etárias. Isolamentos sociais
devido ao receio das pessoas com a doença sofrerem mais traumas e
limitações são normais. É comum também que a Epidermólise Bolhosa
provoque dor e afete a vida cotidiana física e emocional dos pacientes.
Estima-se que cerca de 500 mil pessoas em todo o mundo tenham a doença.
No Brasil, segundo a Associação DEBRA, são 802 pessoas diagnosticadas
com EB. Nos últimos cinco anos foram registradas 121 mortes por
complicações da Epidermólise Bolhosa.
A doença não tem cura e não é transmissível. A confirmação do
diagnóstico da Epidermólise Bolhosa acontece basicamente por biópsia da
pele e imunofluorescência direta.
Ao longo dos últimos meses, o Ministério da Saúde identificou a
necessidade de organizar e aprimorar a linha de cuidado hoje disponível
para atender os pacientes com epidermólise bolhosa nos serviços públicos
de saúde.
Quais são as características da Epidermólise Bolhosa?
- Epidermólise Bolhosa Simples (EBS) - Formação da bolha é superficial e não deixa cicatrizes. O surgimento das bolhas diminui com a idade.
- Epidermólise Bolhosa Juncional (EBJ) - As bolhas são profundas, acometem a maior parte da superfície corporal e o óbito pode ocorrer antes do primeiro ano de vida. Uma vez controladas as complicações, a doença tende melhorar com a idade.
- Epidermólise Bolhosa Distrófica (EBD) - As bolhas também são profundas e se formam entre a derme e a epiderme, o que leva a cicatrizes e muitas vezes perda da função do membro. É a forma que deixa mais sequelas.
- Síndrome de Kindler – É uma mistura das outras formas anteriores e a bolha se forma entre a epiderme e a derme. Apresenta bolhas, sensibilidade ao sol, atrofia de pele, inflamação no intestino e estenose de mucosas.
Como é feito o tratamento da Epidermólise Bolhosa?
A Epidermólise Bolhosa envolve múltiplos órgãos e sistemas do corpo
humano. Com o tratamento e acompanhamento profissional adequados, é
possível prever e até evitar complicações. Por isso, o tratamento é
multiprofissional e envolve neonatologistas e intensivistas, pediatras,
dermatopediatras e dermatologistas, geneticistas, patologistas,
otorrinolaringologistas, oftalmologistas, dentistas, ortodentistas,
especialistas em dor, neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos e
ortopedistas. Outros especialistas também podem participar da equipe, de
acordo com cada caso.
Apesar
de ser uma doença rara e grave, se houver diagnóstico precoce e o
acompanhamento adequado, os pacientes podem ter uma vida e participar
das atividades diárias com menos restrições. Eles podem ir à escola,
brincar, ir à praia e praticar esportes de forma supervisionada e
adaptada. Com o crescimento da criança e cuidado com os traumas, o
surgimento das bolhas pode diminuir com a idade.
Existem diferentes curativos especiais para o tratamento das feridas
provocadas pela doença disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). O
Ministério da Saúde também oferta quatro tipos de procedimentos:
- Tratamento intensivo de paciente em reabilitação física.
- Tratamento de outras malformações congênitas.
- Tratamento de grande queimado.
- Avaliação clínica para diagnóstico de doenças raras.
Quais cuidados com os recém-nascidos com Epidermólise Bolhosa?
Bebês com ausência congênita de pele, formação de bolhas ou
fragilidade na pele devem ser encaminhados ao centro de doenças raras
para diagnóstico o mais rápido possível. Logo após o nascimento, muitos
procedimentos realizados na maternidade podem traumatizar e ocasionar
lesões na pele e mucosas dos bebês portadores de Epidermólise Bolhosa.
Deve-se evitar a aspiração da nasofaringe e também evitar a
utilização de incubadoras (a menos que seja extremamente necessário),
pois o calor e a umidade podem aumentar o número de bolhas nos pacientes
portadores de Epidermólise Bolhosa e agravar o quadro clínico.
O que é o protocolo de cuidados da Epidermólise Bolhosa?
Ao longo dos últimos meses, o Ministério da Saúde identificou a
necessidade de organizar e aprimorar a linha de cuidado hoje disponível
para atender os pacientes com epidermólise bolhosa nos serviços públicos
de saúde. Para isso, a pasta reuniu as organizações de pacientes e as
sociedades médicas especializadas, para extrair quais seriam as
principais recomendações para atender esses pacientes, desde o
diagnóstico precoce até as opções terapêuticas e os curativos atualmente
mais indicados para lidar com as complexidades da doença. O material é
destinado aos profissionais de saúde para que o diagnóstico seja dado em
menor tempo possível para minimizar a dor e evitar desfechos
desfavoráveis, como infecção evoluindo para óbito.
No período de 12 a 31 de outubro estará disponível a consulta pública
para a consolidação do Protocolo de Cuidados da Pessoa com Epidermólise
Bolhosa. Toda a sociedade poderá contribuir com sugestões e críticas em
relação ao texto do documento, que traz critérios para o diagnóstico,
tratamento, acompanhamento e organiza a linha de cuidado dessa doença
nas unidades de saúde do SUS. A medida vem ao encontro do pleito de
pacientes e familiares, que enfrentam dificuldades para ter o
diagnóstico da doença, resultando na demora do início do tratamento, e
maior sofrimento. Fonte: http://saude.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário