"A cetoacidose diabética é uma complicação aguda do diabetes, considerada
uma emergência médica e caracterizada por cetonemia, acidose
metabólica (pH acima de 7,3 e bicarbonato menor de 15mEq/L) e
hiperglicemia (glicose maior de 200-250 mg/dL)"
É uma complicação mais frequente em pacientes jovens (menores de 65 anos), caracteristicamente associada à diabetes tipo 1, podendo ocorrer também no diabetes tipo 2 em condições de estresse extremo (infecção grave, trauma). Na maioria dos casos, a cetoacidose é precipitada por uso inadequado de insulina (deixar de usar a insulina ou usar dose menor do que o recomendado, por exemplo). Além disso, abuso de álcool, jejum ou uso de algumas medicações (glicocorticoides e beta-bloqueadores) e eventos como infecções, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, pancreatite também estão associados como causa da cetoacidose.
Por que ela ocorre?
A concentração sanguínea de glicose é regulada por dois hormônios:
insulina e o glucagon. Após uma refeição, os níveis de glicose aumentam
no sangue, ativando células pancreáticas responsáveis pela liberação de
insulina.
Já a cetoacidose
ocorre como consequência da lipólise (quebra da gordura armazenada no
corpo) aumentada, processo que é utilizado como uma alternativa para a
obtenção de energia, resultando em produção de cetonas e outros
cetoácidos, alterando o pH do sangue. O glucagon, ao contrário da
insulina, aumenta os níveis de glicose no sangue, e seu excesso
contribui para o desenvolvimento de cetoacidose.
Quais os sintomas que o paciente apresenta durante a cetoacidose?
Os sintomas estão relacionados com a hiperglicemia, como aumento da
diurese e desidratação, e com a cetonemia, como náuseas e vômitos. A
hiperglicemia, dependendo do seu grau e duração, está relacionada com
sintomas neurológicos, como alteração do sensório.
Dor abdominal também é
comum, principalmente em crianças, e é associada à gravidade da acidose
metabólica. Alguns sinais como mucosas desidratadas, hálito cetônico
(semelhante ao aroma do removedor de esmaltes), respiração de Kussmaul
(respiração profunda, ofegante), taquicardia, hipotensão e alteração da
consciência são manifestações clínicas da cetoacidose e devem alertar os
pacientes.
Qual o tratamento para a cetoacidose?
A duração prolongada está associada a complicações graves e até a
morte. Na suspeita do quadro de cetoacidose o paciente deve ser levado
imediatamente à emergência. O tratamento da cetoacidose diabética inclui
hidratação, terapia com insulina intravenosa e reposição de
eletrólitos conforme a necessidade. Fonte: ufrgs.br
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