"Provavelmente você já ouviu falar em fibrose pulmonar ou fibrose cística, mas saiba que a condição também pode atingir o coração?"
Primeiro, vamos entender do que estamos falando. De maneira simplificada é possível caracterizar as fibroses como uma espécie de cicatriz, porém, mais firmes. São ricas em colágeno e por isso rígidas e resistentes.
Elas surgem a partir de um processo reparativo ou reativo do organismo em decorrência de um trauma local, ou por uma malformação congênita (como a fibrose cística, que afeta o trato digestivo). Quando alguém sofre uma lesão, tem um ferimento, infecção, está em um estado inflamatório ou passa por uma cirurgia, por exemplo, um gatilho humoral é disparado no organismo dando início a um processo de cicatrização ou reparo tecidual.
As fibroses são formadas durante esse processo, só que de maneira exagerada. Cabe dizer então que a fibrose é uma formação excessiva de tecido conjuntivo fibroso. Ou seja, à medida que o organismo reage de forma exacerbada ao trauma, deposita muita matriz extracelular e fibras de colágeno internamente no local, formando esse tecido rígido.
E, diferente do que muitas pessoas acreditam, a fibrose pode acometer órgãos ou tecidos em qualquer região do corpo. Dependendo do caso, há riscos de alterações na estrutura e funcionamento de um órgão ou tecido subjacente, acarretando até em limitações funcionais, se estiver localizada em uma articulação, por exemplo.Algumas das mais conhecidas são, além do pulmão, a fibrose na pele ou no fígado (cirrose).
Fibrose no coração
Figura 1 . Imagem em eixo curto mostrando realce tardio septal linear.
A fibrose cardíaca ou miocárdica envolve o comprometimento das células musculares do coração, chamadas de miócitos. Os miócitos vêm de células que recebem o nome de mioblastos, fundamentais para controlar os batimentos cardíacos. Indo um pouco mais além, cada célula do miócito tem uma coleção de filamentos cilíndricos: as miofibrilas, unidades que permitem que o coração se contraia.
Ao ocorrer a fibrose miocárdica, os miócitos são substituídos por tecidos incapazes de se contrair.
Figura 2 . Imagem em eixo curto mostrando realce tardio não isquêmico localizado no septo interventricular e na parede livre do ventrículo esquerdo.
Isso acontece quando as principais células envolvidas na cicatrização produzem colágeno em quantidades excessivas, o que resulta em um caso de cicatrização anormal ou fibrose. Assim, a fibrose faz com que os tecidos afetados endureçam e, em alguns casos, fiquem até distendidos - modificações que podem torná-los incapazes de funcionar adequadamente.
Quando a condição está presente no coração, provoca
mudanças na dinâmica do órgão e, geralmente, afeta os ventrículos (suas
câmaras de bombeamento). Por essa razão, gera alterações no ritmo de
batimentos (taquicardias e arritmias), além dainsuficiência cardíaca - quando o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo. Fonte: https://cardiopapers.com.br / www.minhavida.com.br
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