"Um tumor cerebral ocorre quando há um crescimento anormal de células em alguma estrutura dentro do crânio, processo que pode ocorrer em qualquer fase da vida"
Ele pode apresentar um comportamento benigno, sendo menos agressivo e
de crescimento lento, ou um comportamento maligno, crescendo mais
rápido. Ambos podem levar ao prejuízo da função normal do sistema
nervoso, seja pela doença local ou pela compressão das estruturas
saudáveis do cérebro.
Os tumores cerebrais podem ter origem
do próprio tecido cerebral (neurônios), dos seus envoltórios (por ex.:
meninges) ou dos ossos do crânio, estes são conhecidos como tumores
cerebrais primários. Porém alguns tumores são oriundos de doenças a
distância, que enviam células cancerígenas para o sistema nervoso
(metástase cerebral), são os tumores cerebrais secundários.
Nos próximos 3 anos, o Instituto
Nacional do Câncer estima que serão diagnosticados mais de 11.000 casos
por ano de tumores do sistema nervoso no Brasil. Entretanto, a chance
de desenvolver um tumor maligno no cérebro ao longo da vida é menos de
1%.
Conheça abaixo os principais tipos de tumores cerebrais existentes
e os sintomas que podem desencadear nos pacientes. Boa leitura!
Quais são os principais tipos de tumores cerebrais?
Existem 2 tipos principais:
- Primário: São os tumores que têm origem nas células localizadas dentro do cérebro ou próximo a ele. Podem ser benignos ou malignos;
- Secundário: São as metástases cerebrais e, por este motivo, apresentam um comportamento mais agressivo (maligno).
Existem mais de 100
tipos de tumores cerebrais primários, variando conforme o tipo de célula
que os constituem. Os principais são:
1. Gliomas
Consiste em um grupo de tumores que se originam nas células gliais, um tipo específico de neurônio.
Há vários tipos de gliomas, como os astrocitomas, ependimomas e
oligodendrogliomas, com características, comportamento e agressividade
distintas. Os gliomas representam cerca de 30% de todos os tumores cerebrais.
Existem aqueles de crescimento mais
lento como o oligodendroglioma e o ependimoma, e gliomas de crescimento
mais rápido como o glioblastoma multiforme (GBM), um tipo de astrocitoma
(tumor proveniente dos astrócitos), que requer tratamento mais
agressivo.
O GBM é o tipo mais comum e agressivo
de tumor maligno do cérebro, correspondendo a 15% de todos os tumores
cerebrais. Mais comum em pessoas acima de 60 anos e apresentam
prognóstico desfavorável, com sobrevida média após o diagnóstico de
12-18 meses com tratamento, e 3 meses sem tratamento.
2. Meningiomas
Correspondem a cerca de 30% dos tumores cerebrais
e da medula espinhal e, como o próprio nome insinua, são tumores provenientes das meninges (membranas que revestem o interior do crânio, protegendo o cérebro e medula espinhal). São considerados os tumores mais comuns entre adultos e predomina no sexo feminino, alguns com relação a fatores hormonais.
Podem apresentar características benignas, no que diz respeito a
velocidade de crescimento, desde o meningioma grau I, com crescimento
lento, até o meningioma grau III. Estes representam 1-3% dos meningiomas
e crescem rapidamente, com alta taxa de recidiva após o tratamento, por
isso necessitando de múltiplos tratamentos adjuvantes, além da
cirurgia.
3. Meduloblastoma
São tumores que se desenvolvem a partir das células neuroectodérmicas do cerebelo.
Ocorrem com mais frequência em crianças do que nos adultos, sendo mais
agressivos nas crianças. Se o GBM é o tumor maligno mais comum no
adulto, o meduloblastoma é um dos tumores mais comuns e agressivos em
crianças.
Eles têm a capacidade de se espalhar por todo o sistema nervoso,
incluindo cérebro e medula espinhal. As células tumorais podem cair no
líquido cefalorraquidiano e se espalhar ao longo do neuro-eixo.
Apresentam crescimento rápido.
4. Schwannomas
São
tumores provenientes das células de Schwann, responsáveis pela formação
da bainha de mielina que reveste os nervos cranianos e periféricos.
Representam 8% dos tumores do sistema nervoso central, geralmente
benignos, com crescimento lento.
Um tipo especial é o Schwannoma que
ocorre numa região próxima ao cerebelo, também conhecido como Neurinoma
do acústico, por estar localizado no canal auditivo, onde os nervos da
audição, equilíbrio e movimentação dos músculos da face passam.
5. Tumores da hipófise
Costumam ser benignos e podem ser de 2 tipos: funcionantes e não-funcionantes. O primeiro
tipo atua secretando uma quantidade excessiva de hormônios da glândula hipófise, trazendo prejuízo a várias funções
do corpo humano. A depender do hormônio, produzem doenças específicas, como a doença de Cushing, Prolactinoma e a Acromegalia.
Já os não-funcionantes
não produzem hormônios e sua maior relevância se deve ao fato de que, ao
crescerem, podem comprimir as vias ópticas causando cegueira. Nestes
tumores, o acompanhamento pelo neurocirurgião e endocrinologista é
fundamental. A maioria destes tumores, quando há indicação cirúrgica,
esta pode ser realizada via endoscópio pelo nariz, de forma minimamente
invasiva.
6. Craniofaringiomas
São tumores que se desenvolvem na base do cérebro, logo acima da hipófise.
Costumam ser diagnosticados com mais frequência em crianças,
adolescentes e jovens. Eles não têm tendência a se espalhar, mas, como
estão próximos a estruturas importantes, podem causar sérios problemas à
medida que crescem. Assim, distúrbios endócrinos e hormonais,
associados a déficits visuais são os sintomas mais comuns.
7. Tumores Cerebrais Secundários
Estes
não são constituídos de células do tecido cerebral propriamente, os
tumores cerebrais secundários são provenientes de células metastáticas
de algum câncer já existente no corpo e podem se alojar em qualquer
parte do cérebro.
Metástases cerebrais são os mais
comuns tumores intracranianos em adultos. Os sítios primários mais
frequentemente responsáveis são carcinomas de pulmão, mama, rim,
colorretal e pele (melanoma). Neste tipo de tumor, a interação entre
neurocirurgiões, oncologistas e radioterapeutas é fundamental.
Quais os principais sintomas e quando suspeitar de um tumor no cérebro?
Os
sintomas dos tumores cerebrais podem se manifestar pela invasão local e
disfunção da área cerebral afetada pela compressão tumoral nos tecidos
sadios ou pelo efeito de massa do tumor, aumentando a pressão no
interior do crânio.
Dessa forma irão variar conforme o
tipo, tamanho, local e velocidade de crescimento. Eles podem afetar
diferentes funções e gerar uma diversidade de sintomas, porém, os mais
comuns são:
- Dores de cabeça (cefaleia);
- Náuseas e/ou vômitos, associados à cefaléia;
- Crise convulsiva e desmaios;
- Piora nas funções cognitivas (memória, comportamento);
- Distúrbios visuais e/ou auditivos;
- Fraqueza em alguma parte do corpo;
- Dificuldade na linguagem, tanto para entender como para se expressar/falar;
- Redução do estado de alerta, sonolência excessiva e rebaixamento do nível de consciência;
- Agitação psicomotora;
- Alteração na força e coordenação muscular e na sensibilidade;
- Movimentos involuntários.
Procure o seu médico em caso de alguma alteração
Como alguns dos sintomas dos tumores cerebrais são comuns a outros distúrbios e doenças, somente uma
análise minuciosa específica é capaz de determinar a sua causa. Logo, ao reparar algo diferente, procure o seu médico e realize todos os exames que ele solicitar.
Ao diagnosticar um tumor no cérebro, é
fundamental que um especialista analise o quadro para indicar qual o
tratamento mais adequado para cada paciente.
É importante destacar que, quanto
antes o tumor for detectado, menores serão as suas consequências e
maiores são as chances de impactar positivamente na qualidade de vida
dos pacientes. Fonte: https://www.funcionalita.com.br
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