"O alerta é feito para criar uma resposta internacional coordenada e colaborativa para lidar com a doença e não significa que necessariamente ocorrerá uma nova pandemia"
A preocupação neste momento é com a rápida propagação da nova variante da doença, a Cepa 1b, encontrada no continente africano e mais concentrada na República Democrática do Congo (RDC). Segundo o último relatório do Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (Africa CDC), o país registrou mais de 14 mil casos da doença somente este ano e foram registradas 450 mortes devido à doença.
A vigilância para a doença está sendo considerada como prioridade pelo Ministério da Saúde. A pasta instalou um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) para coordenar as ações de resposta à Mpox. O COE irá monitorar a evolução da situação da doença no Brasil, acompanhando as informações compartilhadas pela OMS e por outras instituições nacionais e internacionais.
Mas, afinal, o que é a Mpox, o que as autoridades sabem sobre a doença até o momento e quais cuidados a população deve tomar? Confira as respostas a estas e outras dúvidas a seguir.
O que é Mpox?
Em caso de suspeita, a recomendação é procurar uma unidade de saúde para avaliação. Caso necessário pode ser realizado diagnóstico laboratorial para confirmar o Mpox. Se o diagnóstico for confirmado, a orientação é adotar medidas preventivas para conter a transmissão da doença e iniciar o manejo clínico individualizado para a condição da pessoa. Uma das medidas mais importantes é a orientação para que seja evitado o contato próximo com outras pessoas até o desaparecimento dos sintomas. É muito importante o doente fazer isolamento imediato e evitar o compartilhamento de objetos e materiais de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama.
Quais os sintomas da Mpox?
Os sinais e sintomas podem ser percebidos no período de 3 a 21 dias após o contato com o vírus. A transmissão da Mpox ocorre desde o surgimento dos primeiros sinais e sintomas até que todas as lesões na pele tenham cicatrizado completamente.
Como se prevenir?
Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada, suas roupas, lençóis, toalhas e outros itens ou superfícies que possam ter entrado em contato com as erupções e lesões da pele ou secreções respiratórias (por exemplo, utensílios, pratos).
Outro cuidado necessário é lavar roupas pessoais e de cama, toalhas, lençóis, talheres e objetos pessoais da pessoa com água morna e detergente. Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados, como curativos, de forma adequada.
Tem tratamento?
Não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da Mpox. A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas e prevenir sequelas em longo prazo.
Há ocorrência da doença no Brasil?
O surto apresenta baixo nível de transmissão fora do continente africano até o momento. Em 2024, foram notificados 709 casos confirmados ou prováveis da doença no Brasil, sendo 85% do sexo masculino e 42,2% são pessoas que vivem com HIV/Aids.
O número é bem menor quando comparado aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no país. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.
O que muda com a nova variante?
O cenário epidemiológico da Mpox no Brasil não apresentou mudança, ou seja, há estabilidade no volume de casos, mas em razão do alerta emitido pela OMS, a vigilância da doença é uma prioridade.
O Ministério da Saúde reforça que não há motivo de alarme, mas sim de alerta.
Quais ações o Ministério da Saúde pretende tomar para evitar um surto no Brasil?
Entre as atividades do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), está a análise das evidências científicas mais atuais sobre o tema em todo o mundo, com o intuito de indicar as recomendações e ações necessárias no território brasileiro.
Além disso, o Ministério da Saúde já iniciou a atualização das recomendações e do plano de contingência para a doença no Brasil, ampliou a capacidade de diagnóstico, realizou oficinas e webinários para profissionais de saúde sobre o tema, disponibiliza materiais informativos e notas técnicas sobre a Mpox, entre outras ações.
É importante lembrar que o país já tem pesquisas locais sobre o vírus, o que permitiu uma resposta mais rápida e eficaz durante o surto de 2022.
Existe vacina para a doença?
A vacina contra a Mpox tem disponibilidade limitada, em razão do alto grau de complexidade de produção do medicamento, o que dificulta a aquisição do imunizante em todo o mundo.
A OMS ativou o processo de inclusão das vacinas
contra a doença na lista de uso emergencial. Essa ação vai ajudar a
acelerar o acesso às vacinas para países de baixa renda que ainda não
emitiram a própria aprovação regulatória nacional. Fonte: https://www.gov.br
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