"Os números são alarmantes. De acordo com o Ministério de Saúde, em seis anos, foram registrados 5.049 homicídios de crianças com idade até 14 anos. A maior parte dessas agressões provém do ambiente doméstico"
Numa pesquisa realizada pelo Laboratório de Estudos da Criança (LACRI), do Departamento de Psicologia da USP, entre 1998 e 2007, foram notificados 159.754 casos de violência doméstica contra crianças.
De acordo com dados, apenas 10% dos casos de abusos físicos e psicológicos contra as crianças são denunciados. Já a Unicef estima que, diariamente, 18 mil crianças e adolescentes sejam espancados no Brasil.
Uma prova de que o índice de violência e omissão praticado por pais e familiares contra crianças e adolescentes é alto, são as matérias publicadas na mídia diariamente, denunciando os agressores. “A violência doméstica é toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física, psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de um membro da família.

Não dar atenção aos cuidados básicos como saúde, educação, alimentação, higiene corporal e lazer são negligências que podem custar o bem-estar do jovem e por isso, é uma violência também.
Outro tipo de agressão cometida por pais e parentes que pode prejudicar o desenvolvimento emocional, muito comum por aparentemente não causar danos às vítimas, são as violências psicológicas. Comparar a criança com o seu irmão, apontar os defeitos físicos e intelectuais, ou castigar as crianças trancando-as no quarto escuro, são exemplos desse tipo de violência.

Sinais de quem sofre a violência:
Segundo Soraya, as crianças e os adolescentes que sofrem violência doméstica costumam apresentar inúmeros sinais físicos e psicológicos que podem ser observados através de seu comportamento. “A criança ou adolescente, vítima de violência, sofre frequentemente fortes traumas e reage a eles de maneira diversa.
Assim, alguns modificam seu comportamento regular, tornando-se tristes, agressivos, rebeldes, tensos ou infantis para sua idade. Essas mudanças de atitude são ‘pedidos de socorro’, nos quais as pessoas próximas a ela devem estar atentas”, alerta a médica.
Entre os principais sinais estão:
· Ansiedade
· Choros constantes sem aparente motivo
· Medo
· Pesadelos
· Tentativas de suicídio
· Marcas de violência no corpo
· Conhecimento precoce
· Ataque de pânico,
· Baixo rendimento
· Sentimento de inferioridade
Tratamento:

Segundo a psicanalista, os agressores muitas vezes são pessoas que já passaram por violência na infância, alcoólatras e viciados em drogas, mães muitos jovens que não tiveram o preparo e o apoio, ou pessoas com algum distúrbio mental e de personalidade.
Mas, segundo Soraya, independente de quem seja o agressor, e os problemas que tem, nada justifica a agressão a uma criança e o mesmo deve ser denunciado ao Conselho Tutelar. “Infelizmente, denunciar uma situação de violência doméstica ainda não faz parte de nossa cultura patriarcal, na qual ainda persiste a idéia de que os pais são os melhores amigos e conselheiros, só desejando o bem-estar dos filhos”, finaliza a psicanalista. Fonte: www.dzai.com.br
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